Vazamentos de petróleo no Peru


No domingo (28 Fevereiro 2016), o governo do Peru declarou estado de emergência em 16 comunidades na região amazônica de Loreto devido aos danos causados pelos vazamentos de petróleo do oleoduto Norperuano, o maior do país, segundo informaram os meios de comunicação locais. Os vazamentos de petróleo em janeiro e fevereiro de dutos da estatal PetroPerú afetaram cerca de 5.765 pessoas e feriram 243 em comunidades indígenas, entre elas crianças que tiveram contato direto com o petróleo, informou o governo.
Segundo o Instituto Nacional de Defesa Civil (Indeci), no distrito de Imaza (23.000 habitantes) na região do Amazonas – onde ocorreu o primeiro vazamento em 25 de janeiro 2016 – foram registradas 3.222 pessoas afetadas em suas terras de cultivos, a água dos rios que consomem e sua alimentação.
A isso, somam-se 243 pessoas, entre elas 10 crianças, que tiveram contato direto com o petróleo derramado. São pessoas que tiveram intoxicação, diarreias e erupções na pele , explicou nesta terça-feira um porta-voz do Indeci à AFP.
Segundo a imprensa local, dezenas de crianças de comunidades indígenas foram contratadas pela estatal PetroPerú para recolher o óleo, informação negada pela empresa.
No distrito de Morona (9.000 habitantes), na região de Loreto, local do segundo vazamento, em 3 de fevereiro, foram registrados 2.543 afetados, segundo o comunicado do Indeci.
No domingo (28 Fevereiro 2016), o governo peruano declarou estado de emergência em 16 comunidades indígenas na Amazônia afetados pelo vazamento de hidrocarbonetos do oleoduto operado pela PetroPerú. A PetroPerú noticiou nesta terça-feira (01 Março 2016) que contratou a empresa finlandesa Larsen Oil Recovery Marine (Lamor) para acelerar a recuperação ambiental e a limpeza nas áreas afetadas pelos vazamento de petróleo. O ministro do Meio Ambiente, Manuel Pulgar Vidal, disse que o trabalho vai demorar um ano.
A Associação Interétnica de Desenvolvimento da Selva Peruana (Aidesep) pediu na segunda-feira que a PetroPerú pare imediatamente o bombeamento de petróleo para o oleoduto para fazer reparos e realizar testes toxicológicos e de emergência de cuidados de saúde à população afetada, especialmente crianças e as pessoas que fizeram a limpeza do petróleo derramado.
A PetroPerú foi sancionada por causa desses vazamentos em 3,6 milhões de dólares por descumprir o programa de manutenção do chamando Oleoduto Norperuano, que transporta petróleo para a região costeira de Piura.
Segundo a Aidesep, de 2010 até hoje ocorreram 11 vazamentos de petróleo na Amazônia peruana.

Vazamento de petróleo no Peru contamina afluente do rio Amazonas
O óleo poluiu trechos dos rios Chiriaco e Morona e, no mínimo, oito comunidades Achuar foram afetadas. Dois vazamentos no principal oleoduto do Peru causaram o derramamento de três mil barris de petróleo na bacia do rio Marañon, um dos afluentes do rio Amazonas. O local atingido pelos vazamentos está localizado distante cerca de 900 quilômetros da fronteira com o Brasil. O óleo poluiu trechos dos rios Chiriaco e Morona, localizados no noroeste peruano, onde existem comunidades ribeirinhas que dependem dos cursos d'água para subsistência. No mínimo oito comunidades Achuar foram afetadas.
De acordo com informações da estatal Petroperu, o primeiro vazamento ocorreu no dia 25 de janeiro em Villa Hermosa, no Distrito de Imaza, Departamento de Amazonas, na altura do KM 441 do Oleoduto Norperuano. O incidente foi provocado por um deslizamento de terra por causa das fortes chuvas que atingem a região. A empresa afirma que "imediatamente foi executado o plano de contingência para controlar o vazamento".
Mesmo assim, um trecho de 30 km do rio Chiriaco foi contaminado. O tempo chuvoso atrapalha os esforços da petroleira em minimizar os danos. Imagens de emissoras de comunicação peruanas mostram os rios cobertos por lama negra e florestas encharcadas.
O segundo vazamento foi identificado no dia 4 de fevereiro 2016 no KM 206 do Oleoduto Norperuano nas proximidades do Distrito de Morona, na província Datem del Marañón, Departamento de Loreto, a 13 km da Comunidade de Mayuriaga. As causas ainda estão sendo investigadas.
O Ministério da Saúde do Peru declarou uma emergência de qualidade da água em cinco distritos nas proximidades dos vazamentos.
Ainda de acordo com a matéria, a Petroperu enfrentará multas equivalentes a U$$ 17 milhões se exames confirmarem que os vazamentos, ocorridos no final de janeiro e no início de fevereiro, prejudicaram a saúde dos locais atingidos, afirmou a Organismo de Avaliação e Fiscalização Ambiental do Peru (Oefa).

O que diz a empresa
"A Petroperu continuará apoiando as comunidades afetadas pelo vazamento do Oleoduto Norperuano. A empresa está consternada e reafirma seu compromisso de limpar e remediar os danos causados ao meio ambiente, e recuperar o local nas mesmas condições de antes do incidente". A declaração foi dada pelo presidente da empresa, Germán Velásquez Salazar, ao Ministro da Saúde e ao presidente do Departamento de Loreto, René Chávez, em reunião em Datem del Marañón. A empresa também assumiu o compromisso de dar assistência com alimentos, água e atendimento médico as comunidades afetadas. Além disso, prometeu fazer poços artesianos nas comunidades que precisarem.


Fonte: AFP

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