IMPACTOS AMBIENTAIS EM BIOMAS BRASILEIROS


Os impactos ambientais em território brasileiro assumem uma dimensão mais preocupante em virtude de, por sua posição geográfica, o nosso país abrigar ecossistemas de clima tropical dotados da maior biodiversidade mundial.
A natureza no Brasil tem sido agredida desde o inicio de sua colonização. A faixa litorânea foi a primeira a ser atingida. A mata Atlântica teve mais de 90% de sua área original derrubada para o estabelecimento de cidades, da atividade agropecuária e, posteriormente, do parque industrial brasileiro. Mangues e vegetação de praias e dunas também foram muito afetados. Construção de portos e de casas de veraneio, exploração turística, extração do sal e pesca predatória foram atividades que complementaram o estrago causado pelo homem em ecossistemas litorâneos.
Outros ecossistemas tiveram seu equilíbrio ecológico rompido pelas atividades que ai então se desenvolvimento, como a mineração em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso e a criação de gado no sertão nordestino, no Sul e mais tarde no Centro-Oeste.
Nas décadas de 1950 e 1970, a construção de Brasília, de rodovias e de usinas hidrelétricas e a instalação de projetos agropecuários e de mineração causaram fortes impactos ambientais nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Nas ultimas décadas, as grandes cidades brasileiras tem sofrido muito com a degradação do ar atmosférico, dos mananciais e dos solos. Acesso à moradia, à coleta e tratamento de lixo e ao saneamento básico são os principais indicadores dessas desigualdades presentes no nosso país, ao mesmo tempo que funcionam como elementos agravadores dos impactos ambientais urbanos.
DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE
Os países desenvolvidos, como os europeus, os Estados Unidos e o Japão, alteraram profundamente seu meio ambiente, mas, depois de certo tempo, adotaram medidas para atenuar esses impactos através de severas leis ambientais. Na verdade, esses países foram também responsáveis pela devastação dos recursos naturais de suas antigas colônias, hoje nações independentes. As metrópoles, através das políticas do mercantilismo (colonialismo) e do capitalismo (imperialismo), utilizaram esses recursos em beneficio próprio.
Depois da Segunda Guerra Mundial, em sua expansão, as empresas transnacionais não tinham o meio ambiente como principal preocupação ao instalar suas unidades de produção nos novos países industrializados.
IMPACTOS AMBIENTAIS NA AMAZONIA
Atualmente, o desmatamento é o principal responsável pela avançada destruição desse bioma, onde as queimadas preparam os terrenos para os grandes projetos agropecuários. Dados recentes da WWF salientam que 15% da Amazônia foi destruída. E o que é mais grave: o novo Código Florestal Brasileiro pode acelerar essa destruição, pois prevê que áreas maiores de mata possam ser desmatadas na Amazônia.
Desde a década de 1940, a região tem sido alvo de projetos agropecuários incentivados pelo governo. Na década de 1970, houve uma intensificação desses projetos. Queimadas e desmatamentos foram os métodos utilizados para a abertura de pastos.

Outros fatores também foram responsáveis pela degradação da região: Construção de usinas hidrelétricas (Tucuraí, Balbina, Samuel e outras); Extração de madeira para exportação para o Japão e a Europa; Crescimento demográfico; Garimpos de ouro; Extrativismo mineral; Construção de rodovias e ferrovias.
IMPACTOS AMBIENTAIS NO CERRADO
Atingido pela construção de Brasília e das rodovias que passaram a integrar a nova capital ao resto do país, esse bioma vem rapidamente sendo degradado por causa do crescimento da agropecuária, notadamente nos últimos anos. Segundo o WWF, o cerrado perdeu 80% de sua vegetação original.
A pecuária, que ocupa 60% do cerrado, e o cultivo da soja, que representa 45,3% do total plantado no país, causaram vários impactos ambientais nesse bioma, como: o assoreamento do leito dos rios; a poluição em algumas nascentes de rios das bacias Amazônica e do São Francisco causada pelos agrotóxicos utilizados nas plantações; e a destruição de grandes áreas de vegetação original, em razão do aumento das rodovias e do grande crescimento populacional.
IMPACTOS AMBIENTAIS NA MATA ATLÂNTICA
Desde a extração do pau-brasil até o vertiginoso crescimento urbano-industrial brasileiro, não temos muito o que comemorar: estatísticas atuais dão conta que 90% da floresta, que se estendia no Rio Grande do Sul, já foi destruída.Alem disso, os pontos remanescentes estão localizados em locais de difícil acesso.
As cidades e a necessidades de terras para o cultivo de cana-de-açúcar, cacau e café causaram a derrubada da mata original. Os principais impactos ambientais decorrentes dessa destruição foram: poluição das águas fluviais e subterrâneas, contaminação e erosão do solo e poluição do ar atmosférico. Além das cidades e regiões metropolitanas, o espaço ocupado antigamente pela mata Atlântica abriga hoje as grandes regiões industriais, os complexos petrolíferos e os maiores portos do país.
Suas maiores áreas preservadas estão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, nas serras do Mar e da Mantiqueira, em virtude do relevo acidentado que torna difícil a ocupação humana.
Quanto à mata da Araucária, a retirada da madeira – para a produção de móveis e de papel de jornal – e a agropecuária são os principais fatores de sua devastação acentuada. Da década de 1930 até hoje 100 mil pinheiros foram derrubados.
IMPACTOS AMBIENTAIS NA CAATINGA
A ocupação do Sertão nordestino foi feita no período denominado ciclo do gado, assim chamado por ter na pecuária sua principal atividade econômica.
A atividade pecuária foi complementar à grande riqueza da época – a cana – de – açúcar – e desenvolveu-se ao longo do rio São Francisco (rio dos Currais) durante os séculos XVI, XVII E XVIII.
A forma extensiva com que foi realizada, sem maiores cuidados com os solos utilizados, tornou a pecuária não só a responsável pelo povoamento do sertão, mas uma das principais causas da devastação da caatinga, bioma característico dessa área.
A maior parte da caatinga já desapareceu, e 68% sofreram profundas alterações causadas pelo homem. Do que restou, cerca de 3% recebe algum tipo de proteção ambiental.
Os grandes latifundiários são os grandes responsáveis por essa degradação, pois alem de desmatar a vegetação original, monopolizam o uso dos açudes, provocando seu assoreamento. As águas do São Francisco, o único rio perene da região, são usadas para a irrigação, provocando a salinização do solo. Aos pequenos proprietários, resta viver em extrema miséria ou migrar para as capitais nordestinas e outras regiões brasileiras.
Outro problema ambiental refere-se ao processo de desertificação de grandes áreas da caatinga, provocado pelo desmatamento da vegetação nativa (agropecuária e lenha) e pela degradação do solo. Alem disso, vários tipos de indústria utilizam espécies arbóreas nativas para a produção de energia.
IMPACTOS AMBIENTAIS NOS CAMPOS SULINOS
A criação de gado deteriora os solos e seu uso prolongado causa a erosão e a arenização. A agropecuária, através do uso excessivo, prolongado e inadequado do solo, provoca o seu empobrecimento, dificultando o surgimento de uma nova vegetação. Está aberto o caminho para o processo de arenização.
O cultivo da soja e do trigo na Campanha Gaúcha também provoca o desgaste do solo e sua erosão. Muitas vezes, as queimadas antecipam o cultivo agrícola, diminuindo ainda mais a matéria orgânica dos solos e as áreas ocupadas pelos campos.
IMPACTOS AMBIENTAIS NO PANTANAL
O crescimento desorganizado do turismo no Pantanal tem sido uma agravante da degradação ambiental nos ecossistemas da região, uma vez que traz problemas até então desconhecidos, com: o lixo produzido pelos turistas, que é jogado nos rios e que pode contaminar e até matar a fauna e a flora local; a construção de pousadas e hotéis, rodovias, hidrovias e aeroportos, que ocupam áreas de vegetação nativa; e esgotos não tratados, que são lançados nos cursos de água.
Alem do ecoturismo desordenado, outras atividades tradicionais na região, como a agricultura e a pecuária extensiva alteram o meio ambiente ao provocar desmatamento do leito dos rios. Garimpos e a pesca predatória nos rios do Pantanal agravam ainda mais a destruição da natureza no bioma.
IMPACTOS AMBIENTAIS NOS MANGUEZAIS E NAS RESTINGAS
Os manguezais e as restingas são ecossistemas de “alta produtividade biológica “ que estão entre os mais degradados de nosso país.
Sua localização foi decisiva para explicar essa devastação, isto é, abrangem a faixa costeira, que é a mais populosa do Brasil.
Diversas ações humanas combinadas afetam os manguezais e as restingas, como:
• a expansão urbana desordenada, que polui suas águas e solos;
• o derramamento de petróleo nas refinarias e nos terminais de embarque e desembarque da Petrobras e dos polos petroquímicos localizados em suas áreas.
• a grande concentração de capitais estaduais pelo litoral, com o lançamento de esgotos e a movimentação de importantes portos;
• a pesca predatória, a ocupação irregular do solo e a poluição causada por polos indústrias instalados em áreas litorâneas;
• o crescimento da rede hoteleira em decorrência da atividade turística.
POLITICA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
A preservação do meio ambiente no Brasil, em virtude da importância se seus ecossistemas, não diz respeito apenas aos nossos governantes, mas é de responsabilidade mundial.
Entretanto, a conscientização de nossa população é essencial para essa preservação. Grande número de brasileiros, apesar das campanhas educativas de sensibilização para a causa ambiental, ainda não se vê como parte integrante do meio ambiente, causando impactos ambientais de trágicas consequências em nossos ecossistemas.
O IBAMA é o órgão oficial encarregado da preservação dos biomas e ecossistemas brasileiros. Para realizar sua tarefa, apoiado na Constituição Federal, dividiu o território brasileiro em unidades de conservação, que são “espaços territoriais e seus recursos naturais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, instituídos pelo poder publico, com objetivos de conservação e limites. 

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