Plástico Comestível
Pesquisadores
brasileiros criam plástico comestível que não vira lixo
Pesquisadores da Embrapa
desenvolveram no interior de São Paulo um material que pode revolucionar as
embalagens dos alimentos. É um plástico comestível, feito a partir de legumes e
frutas.
O que fazer com a embalagem
plástica dos produtos? “Põe no lixo”, sugere uma consumidora.
Os pesquisadores da Embrapa de
São Carlos, no interior de São Paulo, encontraram uma solução melhor.
Utilizaram como matéria-prima beterraba, mamão, maracujá. Os alimentos
triturados e transformados em uma massa foram para a esteira de uma máquina que
usa luz infravermelha para retirar a umidade. Em dez minutos, frutas, legumes
ou hortaliças viram uma película comestível.
“Nós conseguimos desenvolver uma
formulação que alia as propriedades de flexibilidade dos plásticos comerciais sintéticos
com as propriedades nutritivas do alimento”, explica Luiz Henrique Mattoso,
coordenador da pesquisa.
“Rende bem. Com um mamão dá para
fazer três metros de filme”, diz Marcos Lorevice, pesquisador da Embrapa.
Sem petróleo e nenhum componente
químico, o plástico comestível pode ser feito com sobras de alimentos e mantém
as propriedades nutritivas graças aos conservantes naturais: óleo de canela e
quitosana.
“A quitosana é uma substância
extraída da casca do caranguejo e tem propriedades bactericidas, ou seja, ela
mata bactérias e pode ser usada para aumentar o tempo de vida útil dos
alimentos na prateleira”, revela Luiz Henrique Mattoso.
A película comestível é
polivalente: dissolve fácil na água e pode ser consumida na forma de sucos e
vitaminas.
Foram oito anos de trabalho para
desenvolver o produto. Além dos filmes comestíveis naturais, os pesquisadores
também misturaram corantes e aromas para criar novos sabores como cereja, menta
e baunilha. No futuro, as embalagens plásticas servir de tempero para o frango,
por exemplo, e no forno dissolver os ingredientes ou se transformar em sachês
comestíveis para sopas e produtos congelados.
“Você pode produzir uma embalagem
com alguma coisa que a criança não gosta, mas ela pode acabar consumindo aquilo
que ela não queria de forma indireta”, destaca Marcos Lorevice.
Os voluntários que experimentaram
aprovaram a novidade.
“É azedinho, tem o gosto do
maracujá mesmo. Está aprovado”, diz uma mulher.
“Vai impactar menos o meio
ambiente e ainda dar um gostinho a mais na comida”, conclui a estudante Luiza
Helena de Miranda.
O plástico comestível deve chegar
ao mercado em até dois anos.
Fonte: www.ambientebrasil.com.br
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