Resiliência Ambiental
Resiliência significa voltar ao
estado normal, e é um termo oriundo do latim resiliens. Resiliência possui
diversos significados para a área da psicologia, administração, ecologia e
física. Resiliência é a capacidade de voltar ao seu estado natural,
principalmente após alguma situação crítica e fora do comum.
Resiliência
Ambiental
No contexto da ecologia, a
resiliência é a aptidão de um determinado sistema que lhe permite recuperar o
equilíbrio depois de ter sofrido uma perturbação. Este conceito remete para a
capacidade de restauração de um sistema. A noção de resiliência ambiental ficou
conhecida a partir de 1970, graças ao trabalho do famoso ecologista canadiano
C. S. Holling.
Resiliência é a capacidade que os
ecossistemas possuem de voltar à sua forma original. Um trecho de mata
atlântica, uma área de mangue ou cerrado podem recuperar sua flora e fauna
originais ao longo dos anos. A capacidade de resiliência, no entanto, é mais ou
menos limitada. Dependendo do grau de destruição de um ecossistema, este pode
não mais restaurar sua variedade de plantas e animais à sua forma original.
Recentemente, cientistas observaram que áreas florestais aparentemente
recuperadas depois de desmatamento, apresentavam uma diversidade vegetal menor
do que a floresta original. A tendência é que o mesmo aconteça com a fauna, já
que em processos de destruição ou poluição de habitats e dizimação de espécies,
a posterior recuperação da cadeia alimentar não é mais completa. Assim, na
falta de um produtor acabam desaparecendo também seus predadores.
Este processo de destruição de
biomas, habitats e ecossistemas está ocorrendo em todo o mundo. O crescimento
populacional, aliado à constante expansão das áreas agrícolas, está destruindo
o tênue equilíbrio que ainda resta no "ecossistema Terra" (a famosa
hipótese de Gaia, do ambientalista nonagenário James Lovelock). A tendência é
que o acúmulo de resíduos na água e no solo, a poluição atmosférica, a erosão
da terra e a destruição da biosfera - originadas na econosfera, a atividade
econômica do homem - acabem conduzindo a humanidade a um impasse.
Se por um lado poluímos o
planeta, por outro o aumento populacional força-nos a produzir quantidades cada
vez maiores de alimentos, destruindo remanescentes de estepes, florestas e
outros biomas ainda mais frágeis. O aumento da população também provoca
crescimento do consumo, o que requer um uso cada vez maior dos recursos
naturais e geração de crescentes volumes de resíduos.
A Terra, mais especificamente os
sistemas de seres vivos que compõem a biosfera, tem certamente um limite de
resistência (resiliência) à poluição e destruição. Não se conhece ainda este
limite. No entanto, sabemos que já utilizamos cerca de 30% além das
possibilidades de recuperação do planeta (a famosa "pegada
ecológica") - estamos usando recursos naturais em demasia. Não sabemos por
quanto tempo a Terra suportará este processo, mas já temos noção que estamos
causando uma das maiores mortandades de espécies na história geológica da
Terra.
A humanidade provavelmente
desaparecerá junto com a maioria das outras espécies vivas. Morreremos
lentamente, até que depois de algumas centenas de anos somente algumas centenas
de milhões de humanos poderão sobreviver com o que restou dos ecossistemas da
Terra. Uma elite dominará os recursos e as armas e milhões pessoas viverão em
um mundo destruído e poluído. Os recursos naturais - principalmente os minérios
- serão reutilizados até que chegue o dia em que traremos minerais da Lua ou de
Marte - onde por esta época também estaremos estabelecidos com pequenas
colônias.
É evidente que nesta descrição
existe muita imaginação. No entanto, não acho provável que possamos sobreviver
como espécie por muito tempo, com bilhões de bocas para alimentar e um sistema
econômico que visa o benefício somente de alguns, ao passo que explora os
recursos naturais do planeta. A causa ambiental é moral e parece estar perdida
de antemão. O que podemos fazer é postergar ao máximo a data de validade.
Fonte: Ricardo Ernesto Rose
Concordo em parte que existe imaginação, porém é muito provável, que a continuarmos destruindo com esta velocidade, pagaremos este preço.
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