Quais são as vantagens e desvantagens de Belo Monte?
A usina deve fornecer
eletricidade para 60 milhões de pessoas quando entrar em operação. Por outro
lado, está encravada na Floresta Amazônica e não tem como não causar problemas
ambientais. Confira os principais pontos contra e a favor da terceira maior usina
do planeta.
A maior vantagem é óbvia: mais
eletricidade. O consumo de energia sobe junto com o do PIB. Em 2010 foram 7,5%
de crescimento no Produto Interno Bruto e 7,8% no do consumo de eletricidade.
Sem energia, o país não cresce. E se o país não cresce você tende a perder o
emprego - pior do que dormir no escuro... Belo Monte, por esse ponto de vista,
é uma necessidade. Mas para alguns é uma atrocidade, já que seu reservatório
vai alagar uma área na Amazônia equivalente a 1/3 da cidade de São Paulo, entre
outros desequilíbrios ambientais. Por essas, Sting e o cacique Raoni já
atacavam Belo Monte em 1989. Na época, a proposta de aproveitar as águas do rio
Xingu para gerar energia já era antiga: começou em 1975, no governo Geisel. Em
2011, as obras começaram. E os protestos aumentaram. O Movimento Gota D`Água,
em que atores defendem o fim das obras no YouTube, é só o mais recente. O apelo
é substituir a usina por fontes de energia eólica e solar. Para quem defende
Belo Monte, isso não faz sentido: seria mais caro e menos confiável. A maior
certeza é que, até janeiro de 2015, a data marcada para a entrega da usina,
muita água vai rolar nesse debate.
ARGUMENTOS
CONTRA
Debaixo d`água
O lago que alimentará as turbinas
de Belo Monte vai ocupar uma área equivalente a 90 mil campos de futebol da
bacia do Xingu, que abriga 440 espécies de aves e 259 de mamíferos.
640 km2 é a extensão da área
alagada, que equivale a 1/3 da cidade de São Paulo.
Caos social
A obra vai obrigar a realocação
de 5 988 famílias. Além disso, milhares de migrantes serão atraídos para a
região. E as obras de saneamento prometidas para recebê-las estão atrasadas.
20 mil pessoas terão de sair de
suas casas.
A cidade de Altamira espera 100
mil novos moradores. A população da cidade vai dobrar, e não há infraestrutura
para isso.
Desmatamento
O lago da usina receberá água
drenada de outras regiões do rio Xingu para que haja volume suficiente no
reservatório. Essa água chegará por meio de um canal com 130 m de espessura e
20 km de extensão.
Para a construção do canal, serão
removidos 100 milhões de m3 de floresta, que encheriam 40 mil piscinas
olímpicas.
Índios ameaçados
Com o canal drenando água, a área
do Xingu próxima ao lago terá sua vazão reduzida. São 100 km de rio que,
segundo especialistas, podem até secar. Isso pode destruir o modo de vida dos
índios que habitam a região e vivem da pesca.
100 km do rio Xingu terão a vazão
reduzida.
952 índios serão afetados.
ARGUMENTOS
A FAVOR
Energia barata
Mil chuveiros ligados por uma
hora dão um megawatt-hora (MWh). Em Belo Monte, 1 MWh custará R$ 22. Essa
energia tirada de uma usina eólica custaria R$ 99. De uma solar, quase R$ 200.
Para igualar a produção de Belo
Monte, seriam necessários:
19 termelétricas
17 usinas nucleares iguais a
Angra II
3 700 torres de energia eólica
49,9 milhões de placas de energia
solar
Motor para o PIB
O Brasil precisa de mais energia.
A demanda no país, segundo a Agência Internacional de Energia, deve crescer
2,2% ao ano entre 2009 e 2035. Mais do que a média mundial, de 1,3%, e até do
que a China, de 2%.
Crescimento de consumo de energia
elétrica em 2010 - 7,8%
Neste ritmo, o Brasil precisaria
dobrar sua capacidade de geração de energia a cada 12 anos.
Desenvolvimento
As cidades próximas às usinas
enriquecem - foi o que aconteceu com a região de Tucuruí, também no Pará, onde
desde 1984 está a primeira grande hidrelétrica da Amazônia, inaugurada em 1984.
Serão criados 40 MIL empregos
diretos e indiretos.
Os investimentos do governo em
saúde, educação e infraestrutura chegarão a R$ 4 bilhões isso dá 7 vezes o PIB
de Altamira.
42% está ótimo.
A área alagada de 640 km2 é
pequena. Tucuruí ocupa 2 850 km2 . Itaipu, 1 350. Também criticam o fato de que
a usina vai operar a 42% de sua capacidade, em média. Mas é o normal, por causa
das estiagens. E mais eficiente do que lá fora:
Média da capacidade
de operação
ESPANHA - 21%
FRANÇA - 35%
BELO MONTE - 42%
EUA - 46%
BRASIL - 50%
Fonte: www.super.abril.com.br
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