Amazônia: Descoberto oceano subterrâneo
Durante Reunião Anual da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no campus da
Universidade Federal do Acre (UFAC), foi estimado que a Amazônia tem um oceano
subterrâneo. A reserva de água tem volume de cerca de 160 trilhões de metros
cúbicos.
A informação é de João Lara
Mesquita, publicada por O Estado de S. Paulo, na data de 13 março de 2019.
O volume é 3,5 vezes maior do que
o do Aquífero Guarani. Este depósito de água doce subterrânea abrange os
territórios do Uruguai, Argentina, Paraguai e Brasil. Ele tem 1,2 milhão de
quilômetros quadrados (km2) de extensão.
De acordo com a equipe, a reserva
subterrânea representa mais de 80% do total da água da Amazônia. A água dos
rios amazônicos, por exemplo, representa somente 8% do sistema hidrológico do
bioma. As águas atmosféricas têm esse mesmo percentual de participação.
Falta estudar Oceano subterrâneo
descoberto - O conhecimento sobre esse “oceano subterrâneo” ainda é muito
escasso. Precisa ser aprimorado tanto para avaliar a possibilidade de uso para
abastecimento humano, como para preservá-lo em razão de sua importância.
Aquífero, ou mar subterrâneo,
fica em Alter do Chão - Os trabalhos sobre o Aquífero da Amazônia foram
iniciados há apenas 10 anos. O estudo indicou que está situado em meio ao
cenário de uma das mais belas praias fluviais do país. Ele teria um depósito de
água doce subterrânea com volume aproximado de 86,4 trilhões de metros cúbicos.
Denominado pelo pesquisador como
Sistema Aquífero Grande Amazônia (Saga), ele começou a ser formado a partir do
período Cretáceo, há cerca de 135 milhões de anos.
Ainda não se sabe se é água para
consumo - Uma das limitações para a utilização da água disponível é a
precariedade do conhecimento sobre suas características. Falta obter
informações sobre a qualidade da água do reservatório para identificar se é
apropriada para o consumo.
Dificuldades no caminho - De
acordo com Ingo Daniel Wahnfried, professor da Universidade Federal do Amazonas
(Ufam), um dos principais obstáculos para estudar o Aquífero Amazônia é a
complexidade do sistema. O reservatório é composto por grandes rios, com
camadas sedimentares de diferentes profundidades.
Águas permanentemente livres - Diferentemente
do Aquífero Guarani, acessível apenas por suas bordas, as áreas do Aquífero
Amazônia são permanentemente livres. No Amazonas 71% dos municípios utilizam
água subterrânea. Segundo o pesquisador, a água subterrânea é amplamente
distribuída e disponível na Amazônia. No estado do Amazonas 71%, dos 62
municípios, utilizam água subterrânea (não do aquífero) como a principal fonte
de abastecimento público. Já, dos 22 municípios do Estado do Acre, quatro são
totalmente abastecidos com água subterrânea.
Fonte: IHU - Unisinos
Ótimo conteúdo!
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