Dessalinização e Reúso devem crescer
Com a introdução do novo Manual
de Segurança da Água da IDA, a Associação Internacional de Dessalinização (IDA)
e a Global Water Intelligence (GWI) divulgaram a última visão para os mercados
mundiais de dessalinização e reutilização de água. O documento mostra que após
três anos – período onde o mercado de dessalinização permaneceu estável – 2019
deve ser o ano de maior crescimento de projetos de dessalinização desde o final
dos anos 2000.
O 31º inventário de
dessalinização (que cobre de julho de 2017 a junho de 2018) aponta que a
capacidade mundial instalada de dessalinização é de 97,4 milhões m³/dia,
enquanto a capacidade total acumulada global é de 104,7 milhões m³ diários. Até
junho de 2018, mais de 20 mil usinas de dessalinização haviam sido contratadas
em todo o mundo. Em relação ao reúso, a capacidade global de reutilização
contratada quase dobrou desde 2010, com a capacidade contratada acumulada
aumentando de 59,7 milhões de m³/dia, em 2009, para 118 milhões de m³/dia, em
2017. “A IDA sempre defendeu soluções para a escassez de água apoiando o
desenvolvimento da indústria de dessalinização e reutilização de água para
garantir água sustentável e recursos naturais. Nas últimas décadas, nossa
indústria alcançou uma importante redução nos custos não convencionais de água
e aumentou a qualidade para garantir a sustentabilidade da água”, afirmou
Miguel Angel Sanz, Presidente da IDA.
Dessalinização e reutilização da
água são soluções de abastecimento ambientalmente corretas e estão em
consonância com a economia circular da água. “As tendências que estamos vendo
apontam para um amplo reconhecimento de que essas soluções avançadas de
tratamento de água são essenciais para a saúde e o bem-estar das pessoas e das
economias em todo o mundo, tanto agora como no futuro”, disse Shannon McCarthy,
Secretária-Geral da IDA. De acordo com Christopher Gasson, editor da GWI, o
grande avanço recente está relacionado ao custo dos projetos de dessalinização.
“Propostas de projetos na Arábia Saudita e Abu Dhabi viram o preço cair abaixo
de US$ 0,50/m³ pela primeira vez, o que é uma ótima notícia”. Gasson espera que
2019 seja o melhor ano no mercado de dessalinização. Em termos de reutilização
de água, os preços para água potável indireta estão na faixa de US$ 0,30 a US$
0,40, mas o mercado ainda é retido pelas percepções do público.
Os projetos de dessalinização
crescem cada vez mais entre os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC)
– formado por Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Qatar, Bahrein e
Kuwait. De acordo com o Manual de Segurança Hídrica de 2018-2019, 1,9 milhão de
m³/dia de capacidade de água do mar foram contratados no primeiro semestre de
2018, um aumento de 26% em relação ao mesmo período de 2017. Desde então, os
licitantes preferidos surgiram em projetos que totalizam mais de 1 milhão de m³
diários em novas capacidades adicionais na região. No entanto, nem todas as
grandes fábricas de água do mar contratadas estão localizadas no Oriente Médio.
O maior empreendimento de dessalinização de água do mar listado no 31º
inventário de dessalinização é o projeto de 378 mil m³/dia de osmose reversa de
água do mar (SWRO) em Rosarito, México. Globalmente, a capacidade contratada de
dessalinização de água salobra diminuiu 19% ano a ano, mas nos EUA a dessalinização
de água salobra aumentou significativamente, totalizando 205.600 m³/dia, o
maior nível desde 2012 e um aumento de 26% em relação a 2016, uma divisão
razoavelmente uniforme entre plantas municipais e industriais. A dessalinização
de água de alimentação de baixa concentração, como água residual e água
superficial de baixa concentração, cresceu quase 25% da capacidade total em
2017, em comparação a aproximadamente 15% em 2016. A maior parte dessa
capacidade é composta por grandes estações de tratamento de águas residuais na
China e na Índia.
O manual também relata que o
mercado de dessalinização industrial cresceu 21% em capacidade contratada entre
2016 e 2017. O aumento da atividade em petróleo e gás, upstream e downstream, representou
mais de um terço da capacidade industrial contratada em 2017, enquanto o
aumento dos preços das commodities revitalizou a atividade de dessalinização na
indústria de mineração, com 201.000 m3/dia de nova capacidade contratada
somente no primeiro semestre de 2018. A indústria de microeletrônica também
está criando oportunidades para tecnologias de dessalinização, com capacidade
contratada neste setor mais do que dobrando entre 2016-2017. Do ponto de vista
geográfico, a capacidade contratada no Oriente Médio – o maior mercado de
dessalinização – caiu de 2016 para 2017, mas foi compensada em 2018 com a
concessão de vários grandes projetos.
Fonte: Envolverde
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