Você acredita em sustentabilidade
Para muitas pessoas a resposta é
“não”. Um dos principais motivos para esta descrença está relacionado ao mau
uso do conceito de sustentabilidade. Muitas empresas utilizam esta palavra de
maneira indevida e isso prejudica o tema. Tais empresas fazem algumas ações
capazes de ajudar poucas pessoas ou garantir uma pequena preservação ambiental,
e já se apresentam como empresas sustentáveis. Já existe um termo para isso:
“greenwashing” que significa uma espécie de maquiagem verde.
O que determina se uma ação é
grande ou pequena é o seu impacto no sentido de mitigar ou compensar possíveis
danos que estejam sendo causados como decorrência da operação daquela empresa.
Nesse sentido, é comum encontrar relatórios de sustentabilidade quetratam de
números absolutos sem mostrar sua representatividade no contexto geral. Por
exemplo, um relatório menciona que a empresa utilizou 5.000 unidades de
embalagens descartáveis, mas não informa o volume total de embalagens
manuseadas. Sendo assim, é impossível mensurar a representatividade das
embalagens recicladas dentro do contexto geral da empresa.
Da mesma forma, há indícios de
“greenwashing” quando uma empresa busca um reconhecimento sustentável, mas
omite dados históricos que seriam capazes de demonstrar a evolução do consumo
de água, energia ou algum outro recurso natural. Em se tratando de questões
sociais, não relatar dados referentes à quantidade de mulheres em cargos de
liderança ou a diferença salarial entre homens e mulheres, são atitudes
criticadas em função da facilidade para a obtenção destes dados. Nenhuma
empresa pode alegar que não os possui. Então, se não reportam, estimulam uma
desconfiança sobre o real motivo desta omissão.
Certamente, trata-se de um
assunto delicado, mas que precisa ser discutido, inclusive para garantir o
devido reconhecimento das empresas que empenham esforços para implementar e
expandir as boas práticas sociais e ambientais.
Assim como as ações de corrupção
encontradas na Lava Jato tornam o cidadão brasileiro descrente quanto à
política brasileira, maus exemplos de empresas também prejudicam a imagem da
sustentabilidade como um instrumento para transformação do futuro.
É preciso empenhar esforços para
um movimento contrário no sentido de explicitar boas ideias e bons exemplos que
estão trazendo benefícios sociais, preservação ambiental e resultado econômico.
Somente assim estaremos atendendo o tripé da sustentabilidade que envolve
aspectos sociais, ambientais e econômicos.
Fonte: Gleriani Ferreira
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