Começa a valer o Acordo do Clima de Paris
O Acordo de Paris sobre Mudança
Climática entrou oficialmente em vigor nesta sexta-feira (4 novembro 2016),
marcando o início de uma nova era na luta contra o aquecimento do planeta.
“Hoje, fazemos história nos
esforços da humanidade contra a mudança climática”, destacou o secretário-geral
da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, que falou de um momento
“transcendental” para o futuro da Terra.
O Acordo de Paris foi assinado em
12 de dezembro de 2015 na capital da França pelos 195 países signatários da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). No
entanto, para se tornar efetivo precisava ser ratificado por pelo menos 55
países representantes de 55% das emissões mundiais de gases causadores do
efeito estufa.
O passo-chave aconteceu em
setembro, quando China e Estados Unidos – os dois maiores poluidores –
ratificaram o pacto. A meta foi alcançada pouco depois, em 5 de outubro, quando
a União Europeia (UE) entregou os documentos de adesão. Como estava
estabelecido no texto, o Acordo entrou em vigor hoje, 30 dias depois dessa
data.
Nas últimas semanas mais países
continuaram ratificando o pacto e atualmente são quase 100 as nações que
oficializada a adesão, alcançado 70% das emissões globais.
A rapidez do processo mostra a
renovação do compromisso da comunidade internacional frente à mudança climática
e contrasta, por exemplo, com os mais de sete anos que demorou a entrar em
vigor o Protocolo de Kioto. Apesar disso, os especialistas advertem que é
necessário tomar medidas emergenciais se quiserem evitar os efeitos mais
adversos do aquecimento global.
O Acordo de Paris tem como
principal objetivo “manter a temperatura média mundial abaixo de dois graus
centígrados respeito aos níveis pré-industriais”. Apesar de o texto ser
juridicamente vinculativo, as medidas específicas que cada país empreenderá não
são e muitas ainda estão pendentes de desenvolvimento. Por isso, as Nações
Unidas alertaram hoje a importância de “manter o impulso” que permitiu a rápida
aplicação do Acordo e pediu o início do trabalho para avançar rumo a um mundo
de baixas emissões e resistente à mudança climática.
“Agora, é o momento de reforçar a
determinação global, de fazer o que os cientistas pedem e de aproveitar a
oportunidade para construir um mundo mais seguro e sustentável para todos.
Estamos em uma corrida contra o tempo”, lembrou o diplomata sul-coreano.
Conforme o último relatório do
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), os governos devem
redobrar “urgentemente” os esforços para diminuir as emissões de gases
causadores do efeito estufa. Segundo o PNUMA, até 2030 essas emissões excederão
em mais de 25% os níveis necessários para manter o aquecimento global abaixo do
limite crucial de 2 graus centígrados.
Caso não aconteça uma redução
rápida desses gases “nocivos”, o planeta experimentará possivelmente um aumento
em sua temperatura média global de entre 2,9 e 3,4 graus centígrados, mesmo que
todos os compromissos do Acordo de Paris sejam aplicados.
Na próxima semana, a comunidade
internacional na Conferência sobre Mudanças Climáticas de Marrakech, no
Marrocos, com o objetivo de avançar nos detalhes da implantação do pactuado em
Paris.
Em 2018, então, acontecerá a
primeira revisão das contribuições dos países para a redução das emissões, que
depois poderão ser atualizadas periodicamente caso seja necessária mais
ambição.
Fonte: Terra
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