Brasil - Ministro lança medidas para setor florestal
O país entrará em nova fase de
regularização ambiental nos moldes previstos pelo Código Florestal. O ministro
do Meio Ambiente, Sarney Filho, anunciou nesta terça-feira (29 novembro 2016) a
divulgação para a sociedade dos dados públicos do cadastramento ambiental dos
imóveis rurais de todo o país. Na ocasião, também foram assinadas concessões de
manejo no Pará e outras medidas para combater o desmatamento, cujos índices
foram divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A medida disponibilizou um mapa
do país com análise temporal e outros filtros temáticos para aperfeiçoar a
análise dos dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) – declaração que cada
proprietário tem de fazer com áreas degradadas e passíveis de recuperação
dentro de suas terras. “É um instrumento de natureza permanente, pois a
situação fundiária no país é dinâmica e as alterações que ocorrerão deverão ser
registradas”, afirmou Sarney Filho.
Pós-CAR – Embora a data limite seja dezembro de 2017, o cadastro já está
praticamente concluído em território nacional. Atualmente, segundo o Serviço
Florestal Brasileiro (SFB), mais de 3,19 milhões de imóveis rurais brasileiros
estão na base de dados do CAR, com uma área total de 406 milhões de hectares.
“Isto ocorre bem antes do prazo estendido, conforme havíamos previsto”,
destacou o ministro. “Estamos entrando, de forma firme, no pós-CAR”,
acrescentou.
Para acelerar o processo de
recuperação da vegetação, os governos estaduais terão, agora, acesso à
ferramenta de gestão da base de dados geoespaciais do cadastro e a outras
informações referentes aos imóveis. “Somos parceiros dos estados para
implementar o Programa de Regularização Ambiental (PRA)”, declarou o ministro.
Manejo - As ações para o setor
permitirão o desenvolvimento de uma economia florestal de bases sustentáveis,
conforme as metas internacionais assumidas pelo Brasil no combate à mudança do clima.
Ao todo, 176 mil hectares dos 322 mil hectares totais da Floresta Nacional do
Caxiuanã, no Pará, entraram em regime de concessão após a assinatura dos
contratos de manejo sustentável na unidade, a primeira desse tipo da Amazônia,
criada em 1961.
A estimativa é de um faturamento
de R$ 38 milhões por ano, equivalente a 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de
Portel (PA) e Melgaço (PA). Os dois municípios paraenses ficam na área
concedida para o manejo e apresentam um dos menores índices de desenvolvimento
do país. “É preciso dar alternativas econômicas para a população”, declarou
Sarney Filho. “Sozinhas, as políticas de comando e controle são insuficientes”,
justificou.
Outros biomas – O governo federal também lançou frentes de
trabalho em outros biomas brasileiros. Um termo assinado com a Universidade
Federal de Lavras garantirá a criação de um módulo de monitoramento do Cerrado,
com base nos dados coletados a partir do CAR. “Essa análise é importante porque
vai mudar o paradigma de uma série de ações por parte do poder público”,
explicou o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Raimundo
Deusdará.
Também foi dado início a um
acordo de cooperação para medidas na Mata Atlântica. O projeto permitirá o
compartilhamento de dados do cadastro ambiental para o controle, monitoramento,
recuperação e planejamento econômico no bioma. Além disso, o ministro citou o
lançamento do inventário florestal do Ceará, que servirá como modelo para ser
replicado nos demais estados compostos pela Caatinga.
Fonte: Ministério Meio Ambiente
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