El Niño e La Niña podem afetar cem milhões de pessoas


A combinação dos fenômenos meteorológicos do El Niño e La Niña podem afetar 100 milhões de pessoas se não forem tomadas as medidas adequadas, alertou nesta quarta-feira (6 julho 2016) a ONU.
A agência das Nações Unidas dedicada à alimentação (FAO), com sede em Roma, apontou em um ato que mais de 60 milhões de pessoas no mundo todo sofrerão de fome como consequência do El Ninõ, associado com o aquecimento das águas do Pacífico.
Embora este episódio tenha sido dado como encerrado após ter tido seus maiores picos de intensidade em dezembro e fevereiro, espera-se um impacto moderado de “La Niña” (caracterizada pelo esfriamento dessas águas) entre setembro e dezembro deste ano, segundo prognósticos da Organização Mundial Meteorológica.
Este novo fenômeno aumentará a probabilidade de precipitações superiores à média e inundações nas zonas afetadas pela seca originada pelo El Niño, enquanto, de forma inversa, será mais provável que haja secas em zonas que ficaram inundadas devido ao El Niño.
O diretor-geral da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, destacou que a alimentação e a agricultura representam quase 80% dos quase US$ 4 bilhões requeridos para atender as necessidades humanitárias dos países afetados pelo El Niño.
A diretora-executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Ertharin Cousin, ressaltou que os fundos não só se devem ser destinados para cobrir as necessidades atuais, mas também para fortalecer a resiliência a longo prazo.
Cousin destacou o problema de disponibilidade de alimentos que está ocorrendo no sul da África, onde as colheitas foram danificadas pelas poucas chuvas e sua agência não pôde comprar produtos básicos que depois costuma destinar a outros países do continente com insegurança alimentícia.
Nessa região meridional, a ONU estima que 39,7 milhões de pessoas estejam passando fome, uma situação que ainda pode se agravar nos primeiros meses de 2017.
Outras 20 milhões de pessoas necessitam de ajuda alimentícia urgente no Chifre da África e 3,5 milhões no Corredor Seco das América Central, enquanto na região da Ásia-Pacífico 1,9 milhão estão em risco pela seca, especialmente no Vietnã.
O vice-presidente associada do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Lakshmi Menon, considerou prioritário investir nas comunidades mais afetadas para que possam ter acesso aos recursos e redes de proteção apropriadas para evitar tais catástrofes.
Os participantes da reunião também insistiram na necessidade de realizar ações antecipadas de prevenção para diminuir os impactos dos fenômenos meteorológicos previstos e fortalecer a capacidade de resposta perante as emergências. 

Fonte: Terra

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