ONU alerta sobre escala industrial do tráfico de flora e fauna
A ONU alertou nesta terça-feira
(24 maio 2016) que o tráfico de bens naturais, como o marfim dos elefantes,
conduz à extinção de espécies inteiras e adquiriu “uma escala industrial”.
“O tráfico de espécies é um
problema de natureza global, de escala industrial, realizado por organizações
criminosas transnacionais”, declarou em Viena John Scanlon, o secretário-geral
da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e
Flora Silvestres (CITES).
Scanlon fez essas declarações na
apresentação de um relatório sobre o tráfico ilegal de bens naturais, junto ao
diretor do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC), Yury
Fedotov.
Esse relatório indica que em
escala global foram realizadas 164 mil apreensões entre 1999 e 2015 em 120
países de materiais como marfim, chifre de rinoceronte e madeiras tropicais, o
que mostra que o problema afeta de uma ou outra maneira todo o planeta.
Fedotov ressaltou que este tipo
de crime fomenta a corrupção, a instabilidade, a violência e inclusive a
insurgência armada em algumas zonas, especialmente da África, onde as
capacidades estatais são mais limitadas.
Por isso, uma das mensagens é a
de apoiar “os países vulneráveis para que tenham um desenvolvimento
sustentável” e, pelo outro lado, atuar para “reduzir a demanda” destes produtos
naturais nos países compradores.
No texto não figuram números
sobre a quantidade de dinheiro que movimenta este crime, algo que os
especialistas da ONU esperam poder incluir em um próximo relatório.
O documento indica, por exemplo,
que em 2012 morreram mais de 35,4 mil elefantes na África, em grande parte
mortos por caçadores ilegais para utilizar seu marfim, enquanto a população
total na África é de 473 mil exemplares.
Scanlon advertiu que populações
inteiras de elefantes estão desaparecendo em zonas da África devido à caça
ilegal, desenvolvida de forma organizada.
Para lutar contra a demanda
destes produtos naturais, os responsáveis da ONU apostaram pela educação e a informação
com o objetivo de desmentir supostas propriedades medicinais ou afrodisíacas
que são atribuídas a alguns produtos, como o chifre de rinoceronte.
O relatório pede aos governos que
adotem medidas legislativas para estabelecer o tráfico de fauna e flora como um
delito e um problema sério, além de colaborar com a UNODC na proteção dos
espécies ameaçadas.
“Temos que seguir apoiando os
países para que lutem contra esta forma de comércio ilegal, que está unido à
corrupção e afeta também à estabilidade das comunidades”, concluiu Fedotov.
Fonte: Terra
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