Plásticos são os principais predadores dos oceanos
Sob a forma de garrafas, sacos ou
tampas, os plásticos são os principais predadores dos oceanos, mostra a
organização Surfrider em relatório divulgado (12 Abril 2016) sobre a poluição
em cinco regiões da França e Espanha.
Com a ajuda de centenas de
voluntários, a organização não governamental
realizou em 2015 o primeiro censo de resíduos que poluem as praias, a
orla costeira e os fundos marinhos, no âmbito de uma iniciativa que visa a
recolher e analisar os dados na Europa.
“Todos os dias, 8 milhões de
toneladas de lixo acabam no oceano. Oitenta por cento da poluição que afeta os
nossos mares são de origem terrestre e resultam da atividade humana, com
repercussões terríveis na biodiversidade e na globalidade do ambiente”, destaca
o presidente da Surfrider Foundation Europe, Gilles Asenjo, em comunicado.
O plástico constitui “mais de
80%” do lixo na maior parte dos cinco locais analisados, observa a organização.
Na praia de Burumendi, em Mutriku
(Espanha), por exemplo, 96,6% dos resíduos são de plástico e de poliestireno,
que representam 94,5% dos 10.884 resíduos recolhidos na praia de La Barre, em
Anglet, nos Pireneus atlânticos.
O plástico e o poliestireno
também foram encontrados em massa na praia de Porsmilin, em Locmaria-Plouzané,
em Finisterra (Espanha), com peso de 83,3% do total de 2.945 resíduos
recolhidos no decorrer das quatro campanhas de levantamento de materiais.
Na praia de Murguita em San
Sebastian (Espanha), o plástico e o poliestireno representaram 61% dos
materiais recolhidos, dos quais 18% são vidro.
O vidro predomina, aliás, na
praia de Inpernupe, em Zumaia (Espanha), representando quase metade (47,9%),
contra o peso de 29,1% do plásticos e poliestireno.
Além dos materiais de plástico,
os voluntários recolheram, nos diferentes locais, cordas, redes, cigarros,
embalagens de alimentos, tampas, cápsulas, garrafas de vidro e até mesmo
resíduos sanitários.
Para cada local, a Surfrider fez
uma lista dos principais resíduos recolhidos.
“Nesta altura, são as primeiras
indicações que nos dão uma percepção geral das estatísticas europeias”, disse
Asenjo, acrescentando que, da Grã-Bretanha ao País Basco, os resíduos plásticos
são claramente os principais predadores do oceano”, porque “levam centenas de
anos para desaparecer”, ao contrário de outros materiais como a madeira ou o
cartão.
“Quando eles não estão aos nossos
pés na praia, são ingeridos pelos animais marinhos, que sufocam, para não falar
das substâncias tóxicas que libertam e nas quais nos banhamos, e de sua
possível integração na cadeia alimentar".
Fonte: Agência Brasil
Comentários
Postar um comentário