ESPÉCIE ENDÊMICA
Uma espécie endêmica é aquela
espécie animal ou vegetal que ocorre somente em uma determinada área ou região
geográfica. O endemismo é causado por quaisquer barreiras físicas, climáticas e
biológicas que delimitem com eficácia a distribuição de uma espécie ou
provoquem a sua separação do grupo original. Quando a separação ocorre por um
longo período, o grupo isolado sofre uma seleção natural que desenvolve nele
uma diferenciação de outros membros da espécie.
O ambiente isolado tem
características de clima, solo e água distintos dos demais e seleciona as
espécies que lá vivem de uma forma única: determinadas espécies só se
desenvolverão naquele ambiente. Por isto, quanto maior for o grau de
especificidade do ambiente, maior o grau de endemismo - isto é, maior o índice
de espécies endêmicas.
Ilhas, áreas cortadas por rios,
arquipélagos remotos, cadeias de montanhas, alagamentos, diferentes tipos de
solos e diferentes biomas criam barreiras que favorecem o surgimento de
espécies endêmicas. A ilha de Madagascar e continente da Austrália são exemplos
de regiões de alto grau de endemismo. Cada qual apresenta inúmeras espécies que
só podem ser encontradas nestes lugares, como os lêmures, os baobás, os coalas
e cangurus.
No Lago Baikal, na Rússia, 80%
das 3.500 espécies animais e vegetais recenseadas não existem em nenhum outro
lugar do mundo. A Mata Atlântica é outro exemplo: embora boa parte da floresta
tenha sido devastada, ela ainda abriga 20 mil espécies de plantas, das quais 8
mil são espécies endêmicas.
Não é raro, por exemplo, ouvirmos
falar de espécies endêmicas da Amazônia. Isso porque o ambiente diverso, com
características de tempo, solo e água distintos das demais florestas do mundo
faz com que determinadas espécies só se desenvolvam lá. Quanto maior for o grau
de especificidade do ambiente, maior o índice de espécies endêmicas.
A Mata Atlântica é um exemplo
dessa especificidade e com visitas constantes de estudiosos para que estes
possam descobrir novos espécimes, o que não é raro quando se trata da localização
em questão. A biodiversidade dela é muitas vezes comparada à própria Amazônia.
Embora boa parte tenha sido devastada, a Mata Atlântica ainda conserva muito
das suas características peculiares. 60% das espécies de árvores encontradas lá
são consideradas endêmicas e, do mesmo modo, cerca de oito mil espécies
vegetais. Tudo isso contando apenas o aspecto botânico.
Consideram-se endêmicos também
animais que não sobrevivem ou não são encontrados em outras regiões. A Mata
Atlântica é uma das cinco regiões mais importantes do mundo quando se trata do
assunto, e referência por estudiosos de tais seres vivos em todo o mundo. Cerca
de cinquenta e cinco espécies de mamíferos já catalogados na Mata Atlântica
apontam características endêmicas, sem contar as diversas espécies de anfíbios,
que são característicos da região.
Segundo pesquisas de organizações
não governamentais que trabalham no bioma da Mata Atlântica, 39% dos mamíferos
encontrados na Mata são endêmicos, acompanhados de 15% dos primatas, principalmente
quando se trata da diversidade de micos (específicos de cada área dentro do
próprio bioma), 160 espécies de aves e 183 de anfíbios.
Todos esses dados revelam a
grande importância da preservação das matas nacionais. Os índices de devastação
dos principais biomas brasileiros causam perdas irreparáveis tanto para o país
como para a ciência e algumas mesmo com tentativa de preservação são
irreparáveis.
Para ter uma ideia da gravidade,
uma vez extinta uma determinada espécie, torna-se impossível reproduzi-la em
outro ambiente, uma vez que a adaptação natural só se dá naquele determinado
bioma. Segundo os cientistas, as características que diferenciam uma espécie da
outra se dão justamente pela interação com o meio ambiente através de mudanças
adquiridas com o tempo.
Espécies como o mico leão da cara
dourada, endêmico da Mata Atlântica na região sul da Bahia, tem cada vez menos
chance de sobreviver, visto os altos índices de devastação e desmatamento na
região. A preservação dessas regiões está diretamente ligada à sobrevivência
dessas espécies.
Finalizando
Por fim, espécies indígenas (ou
nativas) e espécies endêmicas não se confundem: ambas são originárias de uma
determinada área, mas as indígenas também podem ocorrer em outros lugares.
Fonte: www.oeco.org.br
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