O que são os raios ultravioleta e o que causam para a saúde
A radiação ultravioleta,
conhecida como UV, faz parte da luz solar que atinge o nosso planeta e é
essencial para a preservação do calor e a existência da vida. No entanto, em
função dos buracos na camada de ozônio, provocados pela nossa civilização, estamos
expostos a esta radiação sem qualquer proteção. Sem a camada de ozônio, os
raios UV podem causar queimaduras, fotoalergias, envelhecimento cutâneo e até o
câncer de pele.
De acordo com o Dr. Roberto
Barbosa Lima, Médico - Dermatologista, a radiação Ultravioleta (UV) ao atingir
nossa pele penetra profundamente e desencadeia reações imediatas, como as
queimaduras solares, as fotoalergias (alergias desencadeadas pela luz solar) e
o bronzeamento. "Provoca também reações tardias, devido ao efeito acumulativo
da radiação durante a vida, causando o envelhecimento cutâneo e as alterações
celulares que, através de mutações genéticas, predispõem ao câncer da
pele", alerta o médico. Para entender um pouco melhor este processo, vamos
começar do início: o que são os raios ultravioletas?
Segundo o Dr. Roberto, é
importante compreender, em primeiro lugar, que a radiação UV que atinge a Terra
se divide em radiação UVA e UVB, embora haja também os raios UVC, que não
chegam até o nosso planeta. A radiação UVA, explica o especialista, é a maior
parte do espectro ultravioleta e possui intensidade constante durante todo o
ano, atingindo a pele praticamente da mesma forma durante o inverno ou o verão.
Sua intensidade também não varia muito ao longo do dia, sendo pouco maior entre
10 e 16 horas que nos outros horários. "Os raios UVA penetram
profundamente na pele, sendo os principais responsáveis pelo
fotoenvelhecimento. Tem também importante participação nas fotoalergias e
também predispõe a pele ao surgimento do câncer". É interessante saber que
o UVA também está presente nas câmaras de bronzeamento artificial, em doses
mais altas do que na radiação proveniente do sol.
A Radiação UVB já tem uma
incidência bem maior durante o verão, especialmente entre 10 e 16 horas. De
acordo com o dermatologista, os raios UVB penetram superficialmente na pele e
são os causadores das queimaduras solares, "que são as principais
responsáveis pelas alterações celulares que predispõem ao câncer de pele",
explica. O médico alerta para o fato de que, sendo apenas os raios UVB que
causam as queimaduras solares, o fato da pessoa não ter ficado vermelha não
significa que não tenha sido atingida danosamente pela radiação UVA.
"Aquele sol de inverno que pareceu não causar problemas porque você não se
queimou nada, na verdade também está prejudicando sua pele favorecendo,
principalmente, o seu envelhecimento, da mesma forma que as câmaras de
bronzeamento artificial", alerta o especialista.
O perigo
do bronzeamento artificial
Conforme o Dr. Roberto, "a
quantidade de UVA emitida por uma câmara de bronzeamento pode chegar a ser 10
vezes maior que a da luz solar. Pode-se imaginar o dano causado à pele por este
tipo de tratamento". Este dano, segundo o especialista, só vai aparecer
com o passar dos anos. "O uso destas câmaras para bronzeamento deve ser
evitado apesar das alegações de que não fazem mal à pele. Elas provocam o
envelhecimento precoce e predispõem ao surgimento do câncer da pele",
enfatiza o médico.
A questão
ecológica
Um aspecto importante a ser
ressaltado, após esta introdução dos males que os raios ultravioleta, sejam UVA
ou UVB, podem causar à nossa pele, é que eles poderiam estar sendo filtrados
pela camada de ozônio, que vem sendo paulatinamente destruída pela nossa
civilização.
A camada
de ozônio
Mais gente na Terra, mais
criaturas a serem alimentadas, mais alimentos a serem produzidos para este
consumo, mais mecanização e é aí que entram os resíduos, os agrotóxicos, os
lixos não biodegradáveis e todos os demais elementos que vão contribuir para
poluir a atmosfera. Soma-se a isso o desmatamento. A temível floresta vem
abaixo, mas em seguida, junto com os outros elementos naturais agredidos, dá
sua resposta: a seca, a fome, a poluição, as doenças.
A camada de ozônio contribui para
a criação do efeito estufa, isto é, uma condição que propicia à Terra ter calor
suficiente para garantir a continuidade da vida humana.
De acordo com estudiosos do
assunto, em condições normais, o efeito estufa é benéfico, pois, sem ele, nós
morreríamos de frio a uma temperatura abaixo de 18ºC. O ar ficaria muito mais
frio, pois o efeito estufa aumenta o calor. Acontece que, com toda a
movimentação humana em torno da rotina diária, sem preocupação com nosso
próprio instinto predatório, produzindo e consumindo energia, o efeito estufa é
intensificado. Com isso, o calor e a seca vão se estendendo pelo planeta, as
camadas de gelo se transformam em água e aumentam os volumes dos mares, que
avançam sobre as superfícies de terra. Acontecem mudanças bruscas e mais
violentas de temperatura. Para isso contribui um simples aerossol, por exemplo,
além de outros gases que vão se acumulando na atmosfera. Ou um inofensivo
produto utilizado na fabricação de peças de isopor. Chega a um ponto em que
essa camada se rompe, formando buracos. Alguns já foram detectados nas camadas
polares e sua extensão tende sempre a aumentar.
Enquanto isso, vamos continuando
a produzir, consumir e desperdiçar energia, alheios aos sinais que a Natureza
nos envia. Até o momento em que conseguimos estabelecer uma ligação entre nós e
os céus, voltando ao ponto de partida, isto é, ao ponto onde justamente estavam
nossos ancestrais, e desta vez compartilhamos com eles o mesmo temor: quem
comanda nossa saúde - o que nossa saúde tem a ver com as interferências do céu
e da terra?
Camada de
ozônio x Raios ultravioleta
Segundo a Associação Brasileira de
Dermatologia, ABD, a camada de ozônio estratosférico, que varia de um dia e de
um lugar para o outro, protege a terra dos raios ultravioletas. "É certo
que a diminuição do ozônio atmosférico pode ter como resultado o aumento da
radiação ultravioleta na superfície da terra", explicam os
dermatologistas.
Entre o buraco na camada de
ozônio e os buracos que podem ocorrer na pele humana há essa força em comum,
que pode destruir. Por essa passagem começam a penetrar os raios ultravioleta,
que são altamente perigosos ao homem. A exposição ao sol - o deus sol dos incas
e dos astecas, por exemplo - pode causar danos que vão desde a pele até
modificações nos nossos genes, segundo o GMB - Grupo Brasileiro de Melanoma.
Esses danos são muitas vezes
chamados de câncer. O câncer de pele é, pois, resultado direto de duas ações:
por um lado, a ação dos raios UVA e, por outro lado, a nossa concordância em
ficarmos expostos a eles.
Através de aparelhos
sofisticados, que o Pitecantropo de milênios atrás não chegou a supor que
existiriam, conseguimos identificar os raios ultravioleta e os classificamos em
três, desde o mais inofensivo (o raio UVC) até o intermediário (UVB) e o temido
UVA.
Na busca do bronzeamento, expomos
a pele ao sol e ficamos inteiramente à mercê dos raios UVA, que podem apenas
ser minimizados por algumas regras simples, tais como evitar contato direto com
o sol das 10 às 15 horas, diminuir seus efeitos usando protetores solares e nos
abrigando sob tendas ou guarda-sóis.
Os raios ultravioleta são
filtrados pela camada de ozônio, porém não o bastante para que possamos abrir
mão de medidas protetoras e preventivas. Além disso, o GMB também alerta para
as radiações solares artificiais que também podem ter os mesmos efeitos nocivos
sobre a nossa pele, em consonância com o que diz o Dr. Roberto Barbosa Lima.
Além dos protetores solares, de
efeito menos intenso, existem os bloqueadores solares, cujo efeito é mais
acentuado. Estes são recomendados pelos dermatologistas para a proteção da pele
e, se usados de maneira adequada, podem garantir horas de lazer sem danos
futuros à saúde. A Sociedade Brasileira de Dermatologia, no entanto, adverte
que "usar filtro ou bloqueador solar não significa permissão para longo
tempo de exposição solar, mas apenas para limitar os riscos da exposição".
Fonte: www.boasaude.com.br
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