Chorume
Chorume é uma substância líquida
resultante do processo de putrefação (apodrecimento) de matérias orgânicas.
Este líquido é muito encontrado em lixões e aterros sanitários. É viscoso e
possui um cheiro muito forte e desagradável (odor de coisa podre).
O processo de tratamento do
chorume é muito importante para o meio ambiente. Caso não seja tratado, ele
pode atingir lençóis freáticos, rios e córregos, levando a contaminação para
estes recursos hídricos. Neste caso, os peixes podem ser contaminados e, caso a
água seja usada na irrigação agrícola, a contaminação pode chegar aos alimentos
(frutas, verduras, legumes, etc).
Em função da grande quantidade de
matéria orgânica presente no chorume, este costuma atrair moscas que também
podem trazer doenças aos seres humanos.
Existe também o necrochorume que
é o líquido resultante do processo de decomposição de cadáveres. Há também,
neste caso, a necessidade do tratamento desta substância nos cemitérios.
Perigos
Como agente poluente, pode causar
sérios danos ao meio ambiente, pois além da baixa biodegradabilidade, possui
metais pesados os quais os organismos são incapazes de eliminar, acumulando-os.
Embora muitos metais sejam essenciais para o crescimento dos organismos e para
suas reações biológicas, o seu acúmulo em altos níveis é tóxico e causa sérios
riscos, tanto para as plantas quanto para os animais, e consequentemente
passando esses elementos para os predadores, o que pode danificar os sistemas
biológicos e os processos bioquímicos a curto, médio e longo prazo.
Já foi observado que essa
acumulação de metais pesados pode acarretar diversos problemas à saúde, como
diarreia, tumores no fígado e tireoide, dermatoses, problemas pulmonares,
rinite alérgica, além de alterações gastrointestinais e neurológicas.
O tratamento do chorume é de
grande importância para o planeta e visa evitar que esse líquido atinja a água
dos mananciais, contaminando os recursos hídricos e, por conseguinte, os seres
aquáticos e inclusive os frutos e vegetais que da água também dependem para
crescer. A grande quantidade de matéria orgânica no chorume é também causa de
atração dos insetos, como baratas, moscas, mosquitos, além de roedores, que
podem ser veículo de transmissão de doenças para os seres humanos.
Contudo, é necessário ter a
consciência de que quanto mais se consome e menos se recicla e se reutiliza,
mais lixo é gerado e mais resíduos sólidos são enviados ao local onde se
formará o chorume. Por isso, é necessário obter produtos que minimizem o
impacto ambiental causado pela grande quantidade de lixo e pela cultura de
consumo exagerado.
Conhecido como líquido percolado,
o chorume apresenta uma coloração bastante escura, odor forte característico,
além de uma textura viscosa. Sua composição varia de acordo com diversos fatores,
como, por exemplo, o tipo de detritos descartados sobre o solo, o tipo de solo
da região, o teor de umidade do local, a quantidade de oxigênio distribuída, a
forma como foi implantado o aterro sanitário, sua localização em relação ao
lençol freático, entre outros. De um modo geral, na constituição desse líquido
se encontram substâncias orgânicas (principalmente carbono e nitrogênio
orgânico), além de materiais inorgânicos, como mercúrio, cobre, chumbo,
arsênio, cádmio, cobalto e cromo.
Ao circular pelo solo em que o
lixo foi depositado, o chorume carrega microrganismos, metais pesados, nitratos
e fosfatos e muitas outras substâncias.
Dessa forma, é possível que o líquido atinja o lençol freático (reservatório de
água subterrânea proveniente da água da chuva infiltrada no solo), poluindo-o.
Quando o lençol freático é contaminado pelo chorume, as águas superficiais,
como rios, lagos e minas também são poluídas, uma vez que são abastecidas por
ele. Com a contaminação da água, as espécies aquáticas e as plantações
irrigadas também são acometidas.
O chorume apresenta, ainda, uma
elevada concentração de demanda biológica de oxigênio (DBO), um parâmetro utilizado para determinar
a quantidade de oxigênio necessária na degradação da matéria orgânica por
processos bioquímicos. O aumento desse índice representa um grave problema
ambiental: quando a necessidade de oxigênio é muito alta, pode ocorrer, como
alternativa, a decomposição anaeróbia da matéria (sem presença de oxigênio), o
que leva à produção de gases tóxicas como metano, gás carbônico, mercaptanas,
amônia, fenóis e outros.
Uma forma de solucionar os
impactos ambientais causados pelo chorume é o tratamento desse produto.
Basicamente, existem duas formas de tratar o chorume: a forma aeróbia, em que é
fornecido o oxigênio necessário para a decomposição completa da matéria; e a
forma anaeróbica, que ocorre sem a presença de oxigênio em reatores fechados. A
maneira como o chorume é tratado varia conforme sua composição e as suas
características.
Coleta e
tratamento
O impacto ambiental produzido
pelo chorume é bastante acentuado. O seu tratamento é de um alto nível de
complexidade e se torna um desafio constante para as empresas de saneamento
ambiental.
O sistema de coleta do chorume é
feito, normalmente, na base do aterro, onde o material é capitado através de
drenos. Só depois de coletado ele é enviado para lagoas ou tanques preparados
para receber o efluente. Esses tanques devem ser fechados e as lagoas
impermeabilizadas, para receber de forma correta o material.
Depois da coleta, o chorume segue
para o tratamento antes de ser reutilizado ou descartado. O tratamento é feito
no mesmo local onde o material foi coletado. Dentre as formas de tratamento
estão:
Tratamento Biológico: realizado
nas lagoas anaeróbicas, aeróbicas e de estabilização;
Tratamento por Oxidação: onde é
feita a queima e a evaporação do chorume;
Tratamento Químico: onde ocorre
adição de substâncias químicas ao chorume.
No Brasil, a forma mais comum de
tratamento é o biológico, por ser considerado bastante eficiente em aterros
novos e com um alto teor de material bioquímico.
Tratamento
Biológico
Este processo pode ser afetado
por fatores como clima, idade do aterro e quantidade de carga orgânica
existente no chorume. Pode-se dizer que ele é composto por três unidades:
Lagoa Anaeróbica: onde o chorume
fica em tratamento por sete dias. A degradação da matéria orgânica ocorre na
falta de oxigênio. A profundidade dessa lagoa deve ser de dois a quatro metros;
Lagoa Aeróbica: após sair da
Lagoa Anaeróbica, o chorume recebe uma oxigenação forçada por três a cinco
dias. Nessa etapa ocorre a remoção de metais pesados;
Lagoa de Estabilização: depois
de passar pela Lagoa Aeróbica, o chorume se transforma em lodo que é posto em
um leito de secagem, onde, depois de seco, poderá ser descartado da forma
correta.
O tratamento Biológico se
caracteriza pela eficiência, simplicidade e baixo custo. O chorume é tratado
com base na estabilização da matéria orgânica. E mais, se o aterro não dispuser
de condições para manter as três lagoas, pode optar pela escolha de uma delas.
Assim, o chorume será tratado, de acordo com o mecanismo da lagoa escolhida (ou
anaeróbica, ou aeróbica, ou de estabilização). Porém deste modo, o resíduo líquido
não poderá ser reaproveitado ou mesmo despejado, só armazenado.
O chorume
ainda é um desafio
Operar uma estação de tratamento
de chorume ainda é um desafio a ser contornado. Dada a sua elevada carga
bioquímica, a presença de substâncias tóxicas e metais pesados, o
comprometimento do resultado final é bem maior.
O chorume é algo muito complexo,
o que torna bastante difícil a determinação de técnicas de tratamento efetivas.
Basicamente, as técnicas adotadas com sucesso por um aterro não garante que ao
ser aplicado em outro aterro terá o mesmo resultado.
Essa dificuldade ocorre porque as
identidades dos compostos presentes no chorume são complicadas de prever. Com
isso, é impossível saber qual o tratamento é realmente efetivo. Mas, a
necessidade de identificar esses compostos vem motivando uma pesquisa
científica em nível mundial.
A eficiência dos métodos também
fica comprometida em função da presença de compostos de difícil degradação
biológica ou de grande resistência aos métodos convencionais. O que determina é
um maior estudo envolvendo o chorume. Com isso, algumas novas propostas de
tratamento estão sendo desenvolvidas com a finalidade de sanar essas
dificuldades. A que vem se mostrando mais promissora propõe um processo misto,
que abrange várias etapas de tratamentos já conhecidos.
Portanto, precisamos estar
atentos e nos mantermos atualizados a respeito de como é tratado o chorume em
nosso município, pois esta deve ser uma preocupação de todos!
Fonte: Sites Pensamento Verde e Brasil Escola
Excelente texto sobre Meio Ambiente.
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