Modo de vida sustentável
A base do trabalho do IDHEA é o
conceito de Modo de Vida Sustentável, que é a adoção de um estilo de vida mais
saudável e amigo do meio ambiente, principalmente para quem mora nos centros
urbanos.
Segundo a ONU, até 2027,
aproximadamente 85% da população mundial habitarão as grandes cidades. É a
demanda por produtos e serviços voltados a quem vive nas cidades que resulta na
devastação do meio ambiente, na poluição em todos os níveis e na escassez de
recursos naturais.
Assim, é fundamental uma mudança
na cultura e atitude dos indivíduos, de forma a tentar reverter ou ao menos
deter este processo, assumindo responsabilidades diante de si mesmo e do
planeta. Esta nova postura é chamada de cidadania sustentável.
O cidadão
sustentável
* compreende que suas ações
repercutem e interferem na qualidade de vida de outras pessoas, na comunidade e
no meio ambiente;
* compreende que suas ações
repercutem e interferem na qualidade de vida de outras pessoas, na comunidade e
no meio ambiente;
* é consciente de que, através de
sua condição de consumidor, é capaz de influenciar no rumo da economia,
buscando opções mais sustentáveis;
* como fabricante ou prestador de
serviços, compreende a amplitude do serviço e dos produtos que oferece à
sociedade;
* conhece seus direitos e seus
deveres, e não espera unicamente por mudanças a partir de governos e empresas.
Ele “faz” acontecer, se mobiliza, organiza e busca o melhor para si e seus
semelhantes;
Por que
consumir ou fabricar produtos mais ecológicos
O consumo e uso de produtos
ecológicos, nos diversos níveis possíveis, como alimentos, vestuário,
mobiliário, materiais de construção etc.- tem dois objetivos principais: a)
garantir saúde e melhor qualidade de vida para o próprio consumidor; e b)
estimular um novo modo de vida, consumo e produção na sociedade, mais
harmonioso, justo e que recupere e preserve recursos para as gerações atuais e
futuras.
Como viver
de forma mais sustentável
Viver causando o mínimo de
impacto sobre o meio ambiente depende principalmente de nós mesmos e das
escolhas que fazemos diariamente.
A seguir, algumas recomendações
para todos interessados em melhorar a própria qualidade de vida e contribuir
com a recuperação e preservação do meio ambiente.
Alimentação
e saúde
* Reduza o consumo de alimentos
industrializados, tais como enlatados, que contêm vernizes, conservantes,
estabilizantes e corantes. Sempre que possível, leia o rótulo de dos produtos
embalados e prefira os menos processados.
* Evite o consumo exagerado de
proteínas animais. Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde, países ricos e
pessoas de maior poder aquisitivo consomem cerca de nove vezes mais proteína
que o necessário, o que ocasiona prisão de ventre, pressão alta, dentre outras
enfermidades. Além disso, a produção de carne está diretamente ligada à
devastação das florestas tropicais em todo o planeta e à emissão de metano
(CH4), segundo gás na lista dos que participam diretamente no efeito estufa e
aquecimento global;
* Evite ou limite o consumo de
bebidas alcoólicas, cigarros e substâncias inebriantes ou que alterem o estado
de consciência;
* Prefira alimentos orgânicos,
que, comprovadamente, têm qualidade biológica superior aos convencionais,
produzidos ora com uso de hormônios de crescimento e antibióticos (carne) ou
agrotóxicos e adubos químicos solúveis (vegetais).
* Evite produtos transgênicos,
que, pela legislação brasileira, devem vir indicados por uma letra “T” dentro
de um triângulo amarelo. Transgênicos são uma tecnologia inútil, desenvolvida a
serviço das grandes corporações, com riscos ainda desconhecidos para a saúde
humana e meio ambiente. Além disso, são nutricionalmente inferiores a similares
de origem orgânica, cuja qualidade biológica é superior e que contribuem para
um meio ambiente e social estável, livre de pesticidas, de adubos solúveis e do
impacto da presença maciça de maquinários pesados, gerando emprego e renda à
maior parte dos agricultores;
* Procure adotar um modo de vida
saudável, com prática de esportes. Ao contrário do que é vendido pela grande
mídia, procure ser menos competitivo e mais cooperativo;
* Evite sempre chegar ao seu
limite (nunca ultrapassando o chamado “ponto de estresse”).
* Sempre que possível, reserve
para si um tempo para estar em silêncio e consigo mesmo/a.
Transporte
* Prefira transportes coletivos
sempre que possível, como metrô, ônibus e trens. Isso reduz emissão de
poluentes atmosféricos e diminui a necessidade de mais vias de acesso nas já
saturadas grandes cidades;
* Faça uso de transporte
solidário: reúna-se com vizinhos, colegas e/ou amigos para revezar no uso dos
meios de transporte (automóveis) de forma a usar a capacidade de lotação do
veículo, minimizando emissão de CO2.
* Sempre que possível, Use
bicicleta. É saudável e não emite poluentes.
* Procure, sempre que possível,
morar próximo ao local de trabalho e estudo.
Habitação
* Prefira casas ou apartamentos
ventilados e bem iluminados. Caso tenha dificuldades para identificar se estas
condições ocorrem no imóvel em que você mora ou irá morar, consulte um
profissional da área;
* Prefira pisos quentes, como os
de madeira, nos quartos de dormir e de crianças. Evite pisos cerâmicos nestes
ambientes, que acumulam umidade e esfriam o local à noite;
* Prefira pinturas à base de cal
para o quarto de dormir ou de crianças. A cal é uma das mais antigas pinturas
que a humanidade conhece, e a mais saudável, pois permite que as paredes
respirem e é naturalmente fungicida, sem a necessidade de produtos tóxicos para
combater microrganismos;
* Evite morar próximo de grandes
torres de transmissão ou das chamadas estações Rádio base (para telefonia
celular);
* Evite produtos à base de
solventes em casa. Caso não encontre produtos naturais para interiores, use
produtos à base de água para pintura, colagem, envernizamento, etc., que são os
menos agressivos disponíveis no mercado.
Alimentos
naturais, verduras e legumes
* Procure adquirir produtos de
época, isto é, que “dão” na estação em que você se encontra. A maior parte das hortaliças
consumidas no Brasil são de origem europeia, como a alface, a cenoura e a
escarola-, mas isso não impede que encontremos produtos de época e nativos.
* Há vegetais que, embora não
sejam nativos do Brasil, estão inteiramente adaptados ao nosso solo. É o caso
do inhame e do cará, por exemplo, verdadeiros medicamentos em forma de
alimento. Outros produtos, de origem de clima temperado, são a cenoura, o nabo
e a bardana (gobô), que pode ser encontrada em casas de produtos naturais e de
origem oriental.
Produtos
orgânicos
* Se possível, adquira produtos
orgânicos, que não tenham sido cultivados com adubos químicos ou pulverizados
com agrotóxicos e que sejam certificados por entidades reconhecidamente idôneas
em sua região ou vinculadas à IFOAM (Federação Internacional dos Movimentos de
Agricultura Orgânica).
* Procure pontos de venda de
produtos orgânicos na cidade -feiras, entrepostos, casas de produtos naturais,
etc.-, onde você encontrará um grande sortimento de artigos alimentícios de
qualidade.
Produtos
rústicos
* Existem também produtos
rústicos, que não são exigentes em seu cultivo, dispensando agrotóxicos e
adubos químicos. Normalmente, os agricultores não os cultivam com
exclusividade. Aproveitam o espaço vazio de alguma outra cultura e plantam nos
intervalos (consorciação). Essa é uma ótima opção para quem deseja produtos
saudáveis, sem contaminantes.
* Alguns itens que podem ser
comprados sem medo: maxixe, batata-doce, quiabo, cará, inhame, taioba, limão
galego ou rosa. Desses, dois são particularmente recomendados: o limão, uma das
mais importantes frutas e o inhame.
* Reduza o consumo dos seguintes
alimentos: batata-inglesa (batatinha), tomate, carnes de qualquer espécie
(peixe, carne bovina, frango, mariscos, ostras, camarões etc.). Introduza em
sua alimentação leguminosas -que são ricas em proteínas vegetais, como soja,
grão-de-bico, feijão azuki, lentilha, ervilhas etc., além de cereais integrais,
como aveia, trigo integral, cevadinha, centeio e arroz integral. Utilize azeite
de oliva, de preferência prensado a frio, ou óleo de gergelim; para cozimento,
prefira óleo de girassol, também prensado a frio.
* Use também oleaginosas,
riquíssimas em proteínas, óleos naturais e vitaminas, caso da Castanha do Pará,
Castanha de Caju e semente de girassol (sem a casca), que contém um fator anti radioativo
em sua composição. Ao adquirir soja ou produtos derivados, certifique-se de que
não é transgênico, tecnologia absolutamente desnecessária e de consequências
imprevisíveis para o ser humano.
Quem vê
cara, não vê veneno
* Na hora de comprar verduras,
não se norteie pelos produtos mais bonitos externamente, que às vezes carregam
tantos venenos. Evite vegetais vistosos e brilhantes, que normalmente recebem
doses pesadas de adubos químicos, além de agrotóxicos para manterem seus
tecidos (folhas) isentos de insetos.
* Use o raciocínio inverso ao da
propaganda: procure alimentos mais “feios”, em que seja possível encontrar
alguma minhoca ou mesmo uma simples tesourinha. Vermes e insetos podem
significar que o vegetal não foi pulverizado com agrotóxicos ou que a carga não
foi muito intensa. Lembre-se de um raciocínio básico: vida atrai vida. Se um
inseto recusa ou morre após o contato com um determinado alimento, será que
esse produto fará bem à nossa saúde?
* No caso de frutas, evite as
importadas, que recebem conservantes para manter-se intactas e que normalmente
são cultivadas com cargas elevadas de insumos químicos (adubos solúveis e
agrotóxicos). Procure sempre alimentos de época, da sua própria região ou
locais próximos. Outra opção é procurar associações ou grupos de produtores
orgânicos de sua região, ou mesmo de outros Estados, cujos produtos sejam
certificados ou credenciados por entidades de reconhecida credibilidade.
Higiene
Além da alimentação, é fundamental
zelar pelo corpo e seu funcionamento. Quantidades excessivas de produtos
químicos em contato com o corpo podem acarretar na retirada de sua proteção
natural.
Pele
* Evite o uso excessivo de
sabonetes no corpo, com exceção das unhas, mãos, solas dos pés, órgãos genitais
e ânus. Procure utilizar o sabonete com parcimônia.
* Sabonetes retiram a gordura
natural que reveste a pele humana, a qual funciona como proteção contra os
efeitos nocivos de alguns raios do espectro solar (particularmente, o ultravioleta)
e micro organismos que se encontram no ambiente. Além disso, a oleosidade
natural da pele é um dos fatores de assimilação das vitaminas do tipo D. Após
alguns dias sem usar sabonete, a pele voltará a ficar sedosa e a respirar
normalmente.
* Para retirar o excesso de
gordura e limpar reentrâncias -como atrás do pescoço, por trás das orelhas-,
utilize a bucha vegetal (uma cucurbitácea, planta da mesma família das
abóboras), que pode ser encontrada em supermercados, farmácias homeopáticas,
fitoterápicas e casas de produtos naturais. É excelente também para retirar as
células mortas.
* Caso não consiga abster-se de
sabonetes, procure usar sabonetes neutros, em cuja composição haja a menor
quantidade de ingredientes químicos. Uma opção são sabonetes de tipo natural,
com menor teor de soda, como os de glicerina vegetal, e aqueles não testados em
animais.
Não se
torne presa da propaganda consumista
* Não permita que a propaganda
consumista, que encara as pessoas apenas como consumidores e não seres humanos,
mapeie e “loteie” seu corpo, impingindo-lhe produtos para os cabelos, olhos,
orelhas, lábios, pescoço, abdômen, pés, mãos, etc. Tudo o que fizer, faça-o
conscientemente. Exerça seu direito de escolha, o que inclui também o direito
de recusar o que é inútil e prejudicial.
* Lembre-se que quanto maior o
número de produtos que forem colocados sobre seu corpo, maior será a
dificuldade de respiração de sua pele. Não respiramos apenas pelas narinas, mas
também pela pele, pés e cabelos.
Fonte: www.idhea.com.br
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