Dengue e Meio Ambiente Urbano
Dengue
A dengue é uma doença infecciosa
febril aguda causada por um vírus da família Flaviridae e é transmitida, no
Brasil, através do mosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus.
Atualmente, a dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública
de todo o mundo. Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o
vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
Área
Urbana
Em meados de março de 2014 o
Ministério da Saúde divulgou dados, informando queda de 80% nos casos de dengue
no primeiro bimestre do ano em comparação com 2013, ano que em foram
notificados dois milhões de casos – o maior número até agora. A boa notícia, no
entanto, teve curta duração já que em início de abril foi detectado um aumento de
55% nos casos da doença na cidade de São Paulo.
Não se tem certeza da origem da
doença, mas há suspeita de que esta se espalhou pelo mundo a partir da África,
já que o mosquito transmissor da dengue Aedes aegypti é originário deste
continente. Existem casos de epidemias com características semelhantes à
dengue, ocorridas na China do século V; e no Egito, Índia, Indonésia e Estados
Unidos, todas no final do século XVIII. Descrições fidedignas da doença
aparecem em meados dos anos 1950, no Sudeste Asiático, no Pacífico Sul, na
América Latina, nas Caraíbas e na África. Atualmente, com a rápida circulação
de pessoas e produtos in natura (frutas, legumes e verduras) a transmissão da
doença é cada vez mais rápida e extensa, bastando que existam condições propícias
para a procriação do inseto.
No Brasil a doença já existe
provavelmente deste o período colonial, quando navios traficantes de escravos,
vindos da África, trouxeram o mosquito. Depois disso, ao longo dos séculos
XVIII, XIX e início do XX, surtos de dengue ocorreram em Salvador, Rio de
Janeiro e São Paulo. O médico sanitarista Oswaldo Cruz deu início a um programa
de combate ao mosquito no início do século XX, no Rio de Janeiro, e nos anos
1950 o governo federal anunciou a erradicação do mal no Brasil. No entanto, a
partir dos anos 1980 a doença volta a se espalhar, principalmente no Rio de
Janeiro e no Nordeste. Atualmente, com o gradual aumento da temperatura média
provocada pelas mudanças climáticas, a área de abrangência da dengue vem
aumentando, atingindo até os estados da região Sul.
Segundo os infectologistas,
existem quatro sorotipos do vírus da dengue no País. Cada um deles pode
sucessivamente infectar a mesma vítima – fato que faz com que aumente
gradualmente o índice de óbitos provocados pelo mal. Pesquisadores brasileiros
fizeram um estudo sobre a doença entre 2000 e 2010, com o objetivo de
compreender seu desenvolvimento. O estudo mostrou, por exemplo, que entre 2000
e 2010 mais de 8,5 milhões de pessoas foram infectadas. Destes casos, 221 mil
se tornaram graves, resultando em três mil mortes. Neste período o Brasil foi o
país com maior numero de casos da doença em todo o continente americano.
A Organização Mundial de Saúde
(OMS) há anos insiste na estreita relação entre a proliferação da dengue e a
situação sanitária do país. Esgotos não tratados a céu aberto, acúmulo de lixo
em ruas e lixões, criam o ambiente propício para a reprodução do mosquito Aedes
aegypti. Com relação a estes dois aspectos, é chover no molhado falar mais uma
vez das sofríveis condições do saneamento – tratamento de água e de esgotos – e
da gestão dos resíduos urbanos no País. Outro fator que contribui para a
proliferação do mosquito é o desrespeito às normas técnicas de construção em
imóveis, fato comum na maior parte das grandes cidades. Lajes, “puxadinhos”,
construções inacabadas e mal executadas, também se tornam criadouros do inseto,
espalhando a doença. A dengue tem origens principalmente nas péssimas condições
ambientais urbanas.
Fonte: Ricardo Ernesto Rose
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