Pacto para frear o desmatamento
O governo federal trabalhará em
conjunto com os nove Estados da Amazônia Legal para combater o desmatamento na
região. Acordo de cooperação firmado entre o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e as autoridades locais vai permitir a
gestão florestal do bioma. A parceria valerá pelos próximos três anos e atuará,
entre outras ações, no aperfeiçoamento dos documentos de origem da madeira e no
rastreamento dos veículos que fazem o transporte do material em território
amazônico.
A medida vai apoiar as políticas
públicas do Ministério do Meio Ambiente (MMA) que têm contribuído para atingir
taxas recordes de preservação florestal na região. Até agora, o país já cumpriu
76% da meta voluntária de redução do desflorestamento prevista para 2020. Em
2012, por exemplo, houve a menor taxa de desmatamento da região, equivalente a
4.571 km². O índice representa queda de 84% quando comparado a 2004, data de
implantação do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia
(PPCDAm). Entre junho de 2012 e agosto de 2013, no entanto, os dados mostraram
aumento de 28% em relação ao período anterior. As novas medidas têm por
objetivo frear esse aumento.
Todos os estados da Região Norte,
o Maranhão e o Mato Grosso fazem parte da cooperação. A ministra do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que o acordo vai promover maior integração
entre os governos locais e a esfera federal. “Haverá uma mudança nas relações,
diminuindo a verticalização e estabelecendo a horizontalidade”, avaliou. Izabella
definiu prioridades para as ações que seguirão. “A questão dos documentos de
origem florestal e o debate sobre assentamentos rurais devem estar em primeiro
lugar”, acrescentou.
Controle
O pacto foi firmado no âmbito do
Fórum de Secretários da Amazônia, instituído pela ministra Izabella Teixeira
para fomentar o diálogo com os governantes que estão mais próximos da realidade
da floresta. Desde novembro, o grupo se reúne em encontros periódicos, em
Brasília, para discutir a situação de cada local e implantar ações de melhorias
para o bioma. “A intenção é valorizar o espaço político do Fórum e estabelecer
um diálogo permanente para que todos possam trabalhar juntos”, destacou a
ministra Izabella Teixeira.
A realidade varia de acordo com
cada ponto da Floresta Amazônica. No Pará, o acordo permitirá a intensificação
da fiscalização já em curso do tráfego de madeira. “A cooperação vai permitir
maior integração do controle estadual com o controle federal no que diz
respeito ao transporte e à segurança dos ativos de exploração de madeira”,
observou o secretário extraordinário do Pará para a Coordenação do Programa
Municípios Verdes, Justiniano de Queiroz Netto.
A fiscalização de fronteiras
estaduais e até mesmo internacionais será beneficiada pelo pacto. Os limites
com o Pará e com a Guiana Francesa aparecem como um dos gargalos para o Amapá.
“Será uma oportunidade de concentrar esforços e para continuar tendo o Ibama
como parceiro”, justificou o secretário de Meio Ambiente do Amapá, Grayton
Toledo. Segundo ele, os municípios de Oiapoque e Laranjal do Jari serão os
principais contemplados pela medida por se encontrarem nas áreas de fronteiras.
Rota
Em Tocantins, o acordo
possibilitará o rastreamento de caminhões clandestinos. “O Estado deixou de ser
grande produtor, mas é a principal rota de madeira ilegal do Pará e do Maranhão
para o Sul do país”, explicou o presidente do Instituto Natureza do Tocantins,
Alexandre Tadeu de Moraes. De acordo com ele, o cadastramento da frota de
transporte ajudará a conter o tráfico na região. “A modernização do sistema é
um ajuste importante para facilitar a fiscalização e estimular a legalidade”,
emendou.
A imensidão do Amazonas,
correspondente a cerca de 18% de todo o território brasileiro, é um dos fatores
que dificulta as operações no estado. O diretor do Instituto de Proteção
Ambiental do Amazonas (IPAAM), Antônio Ademir Stroski, afirmou que o pacto
fortalecerá, em especial, as ações no sul do estado. “Será implantado um
sistema valioso para o controle ambiental”, elogiou. “Por conta da grande
extensão, a cooperação vai ajudar tanto no monitoramento quanto no
licenciamento.”
Comuns no Acre, os casos de
desmatamento em menores proporções serão combatidos pelo pacto. Das 40 mil
propriedades rurais do estado, 37 mil pertencem a pequenos produtores, muitas
vezes autores do desmatamento em menor escala. “O termo traz segurança com o
estabelecimento da certificação digital e dos mecanismos de monitoramento dos
caminhões nas florestas”, afirmou o presidente do Instituto de Meio Ambiente do
Acre, Fernando Lima.
Fonte: www.mma.gov.br
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