Conservação do Solo
A Lei n° 7.876, de 13 de novembro
de 1989, institui o Dia Nacional da Conservação do Solo a ser comemorado, em
todo o País, no dia 15 de abril de cada ano. Este dia é dedicado para reflexão
sobre a conservação dos solos e sobre a necessidade de utilizarmos corretamente
este recurso natural e, assim, viabilizarmos a manutenção e mesmo melhoria de
sua capacidade produtiva, única forma de aumentarmos de forma sustentável a
produção de alimentos, sem degradação ambiental.
Contaminação
dos Solos
Conforme estabelece o Decreto n.º
28.687/82, art. 72, poluição do solo e do subsolo consiste na deposição,
disposição, descarga, infiltração, acumulação, injeção ou enterramento no solo
ou no subsolo de substâncias ou produtos poluentes, em estado sólido, líquido
ou gasoso. O solo é um recurso natural básico, constituindo um componente
fundamental dos ecossistemas e dos ciclos naturais, um reservatório de água, um
suporte essencial do sistema agrícola e um espaço para as atividades humanas e
para os resíduos produzidos.
A degradação do solo pode ocorrer
por meio da desertificação, uso de tecnologias inadequadas, falta de
conservação, destruição da vegetação nele encontrado pelo desmatamento ou pelas
queimadas.
A contaminação dos solos dá-se
principalmente por resíduos sólidos, líquidos e gasosos, águas contaminadas,
efluentes sólidos e líquidos, efluentes provenientes de atividades agrícolas,
etc. Assim, pode-se concluir que a contaminação do solo ocorrerá sempre que
houver adição de compostos ao solo, modificando suas características naturais e
as suas utilizações, produzindo efeitos negativos.
Para que o solo mantenha as
múltiplas capacidades de suporte dos sistemas naturais e agrícolas, é
fundamental que as suas características estruturais permaneçam em equilíbrio
com os diversos sistemas ecológicos. Este condicionamento é tanto mais
determinante quanto o tipo de solo é frágil e pouco estável.
A preocupação com os processos de
degradação do solo vem sendo crescente, à medida que se verifica que, para além
da clássica desertificação por secura, outros processos conducentes aos mesmos
resultados se têm instalado, devido a:
•Utilização de tecnologias
inadequadas em culturas de sequeiro.
•Falta de práticas de conservação
de água no solo.
•Destruição da cobertura vegetal.
Um dos principais fenômenos de
degradação dos solos é a contaminação, nomeadamente por:
•Resíduos sólidos, líquidos e
gasosos provenientes de aglomerados urbanos e áreas industriais, na medida em
que a maioria são ainda depositados no solo sem qualquer controle, levando a
que os lixiviados produzidos e não recolhidos para posterior tratamento,
contaminem facilmente solos e águas, e por outro lado, o metano produzido pela
degradação anaeróbia da fração orgânica dos resíduos, pode acumular-se em
bolsas, no solo, criando riscos de explosão.
•Águas contaminadas, efluentes
sólidos e líquidos lançados diretamente sobre os solos e/ou deposição de
partículas sólidas, cujas descargas, continuam a ser majoritariamente não
controladas, provenientes da indústria, de onde se pode destacar a indústria
química, destilarias e lagares, indústria de celulose, indústria de curtumes,
indústria cimenteira, centrais termoelétricas e atividades mineira e
siderúrgica, assim como aquelas cujas atividades industriais constituem maiores
riscos de poluição para o solo.
•Efluentes provenientes de
atividades agrícolas, de onde se destacam aquelas que apresentam um elevado
risco de poluição, como sendo, as agropecuárias intensivas (suinoculturas), com
taxa bastante baixa de tratamento de efluentes, cujo efeito no solo depende do
tipo deste, da concentração dos efluentes e do modo de dispersão, os sistemas
agrícolas intensivos que têm grandes contributos de pesticidas e adubos,
podendo provocar a acidez dos solos, que por sua vez facilita a mobilidade dos
metais pesados, e os sistemas de rega, por incorreta implantação e uso, podem
originar a salinização do solo e/ou a toxicidade das plantas com excesso de
nutrientes.
•Uso desmedido das lamas de
depuração e de águas residuais na agricultura, por serem materiais com elevado
teor de matéria orgânica e conterem elementos biocidas que deverão ser
controlados para reduzir os riscos de acumulação.
•O processo de contaminação, pode
então definir-se como a adição no solo de compostos, que qualitativa e/ou
quantitativamente podem modificar as suas características naturais e
utilizações, produzindo então efeitos negativos, constituindo poluição. Estando
a contaminação do solo diretamente relacionado com os efluentes líquidos e
sólidos neste lançados e com a deposição de partículas sólidas (lixeiras),
independentemente da sua origem, salienta-se a imediata necessidade de controle
destes poluentes, preservando e conservando a integridade natural dos meios
receptores, como sendo os recursos hídricos, solos e atmosfera.
A destruição do manto florestal,
os incêndios ambientais ou provocados, o sobrepastoreio e as inúmeras obras de
urbanização, acelerando os processos erosivos, têm destruído, ao longo dos
anos, enormes áreas de solos cultivados. Milhões de toneladas de solos
perdem-se todos os anos devido à erosão. Com a introdução da agricultura, o
homem modificou o equilíbrio ecológico em numerosas zonas. Muitos animais que
no seu ambiente natural são eliminados devido à presença de predadores e
parasitas, noutro meio são capazes de aumentar numericamente de forma
considerável. Neste processo se deve procurar a origem da maioria das pragas
conhecidas.
Para encontrar um novo equilíbrio
ecológico e lutar contra os animais e plantas prejudiciais, começaram a
utilizar-se, já há vários anos, certos produtos químicos cujo número e eficácia
não parou de aumentar. Entre esses produtos destacam-se os pesticidas
(fungicidas e inseticidas), agrotóxicos e herbicidas. Mas, o lançamento de
quantidades maciças de pesticidas e herbicidas, além de matar os
"indesejáveis", destrói muitos seres vivos que interferem na
construção do solo, impedindo deste modo a sua regeneração.
Os produtos tóxicos, acumulando-se
nos solos, podem permanecer ativos durante longos anos. As plantas cultivadas
nestes terrenos infectados podem absorvê-los ainda mesmo quando estes não foram
utilizados para o seu próprio tratamento. Assim se explica a existência de
pesticidas nos nossos alimentos principais, como o leite e a carne, acabando a
sua acumulação por se dar fundamentalmente no homem, que se encontra no fim das
cadeias alimentares.
A acumulação dos resíduos sólidos
constitui hoje também um problema angustiante das sociedades de consumo a que
pertencemos. Nos refugos sólidos a que se considerar os lixos domésticos,
constituídos de papel, papelão, plásticos, vidros, restos de comida, etc. A
acumulação destes lixos podem ser um foco de contaminação ou um excelente meio
para o desenvolvimento de insetos e roedores. Além disso, destroem a paisagem,
podendo ainda contribuir para a contaminação das águas superficiais e
subterrâneas, através da água da chuva, principalmente quando os terrenos são
permeáveis.
Fonte: www.ambientebrasil.com.br
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