Geoengenharia pode reduzir drasticamente chuvas na Terra
Engenharia
climática
Alguns cientistas têm proposto
que a geoengenharia seja utilizada para desfazer o impacto que os seres humanos
têm causado no meio ambiente.
Geoengenharia é a manipulação
deliberada, em larga escala, do ambiente planetário.
Agora, uma equipe de cientistas
de toda a Europa investigou o impacto preciso que alguns projetos dessa
engenharia climática teriam sobre o clima da Terra.
E os resultados mostram que a
manipulação do clima pode resultar em algo muito diferente daquilo que todos
querem para o planeta - mais especificamente, em um desastre certo.
Vários projetos de pequena escala
têm tentado sair do papel, embora as autoridades venham proibindo experimentos
geoengenharia mais audaciosos porque nem mesmo os próprios cientistas
proponentes dessas medidas conseguem prever os resultados.
Alguns pesquisadores acreditam
que a redução da radiação solar que atinge o nosso planeta, usando a engenharia
climática, poderia funcionar contra o aquecimento global.
Isso, no entanto, pode resultar
em efeitos adversos para a Terra e a humanidade, dizem outros.
Problema
garantido
Neste último estudo, cientistas
franceses, alemães, noruegueses e britânicos concluíram que o efeito mais certo
das ações de geoengenharia seria a ruptura dos padrões globais e regionais de
chuvas, produzindo um clima diferente de tudo o que Terra já viu.
O estudo mostrou que a pretensa
"solução" da geoengenharia para as mudanças climáticas pode levar a
mudanças climáticas drásticas, mais especificamente a uma redução significativa
das chuvas praticamente no mundo inteiro.
O estudo mostrou como os modelos
climáticos de uma Terra rica em dióxido de carbono quente - como a atual - respondem
a uma redução artificial da quantidade de luz solar que atinge a superfície do
planeta.
Redução
das chuvas
Os proponentes dessas ideias
sugerem desde o uso de gigantescos para-sóis no espaço, até a produção de
"vulcões artificiais", mecanismos que imitem os efeitos de grandes
erupções vulcânicas, que lançam poeira na atmosfera que, em última instância,
reduzem a incidência de luz na superfície de áreas específicas do planeta.
Isso resultaria, segundo o novo
estudo, em uma redução na incidência de chuvas de 100 milímetros por ano, uma
queda de 15% em relação aos índices pluviométricos pré-industriais. Isso
ocorreria sobre tudo em grandes áreas da América do Norte e Europa e norte da
Ásia.
Enquanto isso, na parte central
da América do Sul, todos os modelos mostram uma diminuição das precipitações
que atingiriam mais de 20% em partes da Região Amazônica, com um efeito sobre a
floresta difícil de calcular.
O nível global de chuvas apresenta
uma redução de cerca de 5% em média em todos os quatro modelos estudados.
O resultado é compatível com um
estudo anterior, que havia mostrado que a Geoengenharia pode desacelerar ciclo
global da água.
Um outro estudo, não relacionado,
mostrou que os experimentos de engenharia climática podem destruir o azul do
céu.
Clima
desastrado
"Os impactos dessas mudanças
ainda precisam ser calculados, mas a mensagem principal é que o clima produzido
pela geoengenharia é diferente de qualquer clima anterior, ainda que a
temperatura média global de um clima anterior possa ser reproduzida," diz
o Dr. Hauke Schmidt, principal autor do estudo.
"A engenharia climática não
pode ser vista como um substituto para uma via política de mitigação das
alterações climáticas através da redução das emissões de gases de efeito
estufa," concluem os pesquisadores.
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