Fatores que influenciam na escolha das Técnicas de Recuperação de áreas degradadas


Existem muitas técnicas que podem ser utilizadas em projetos de recuperação, desde aquelas que envolvem o plantio de mudas por todo o terreno, até aquelas em que as intervenções diretas são mínimas, as quais se baseiam na premissa de uma sucessão ecológica natural, as  chamadas de “Técnicas de Facilitação”.
Alguns fatores que podem nortear a escolha da técnica a ser utilizada.
A primeira coisa que devemos saber para selecionar a técnica de recuperação a ser empregada é o tipo de modificação do ambiente esperado. Para isso, é necessário considerar o os objetivos da recuperação e o grau de degradação da área.
Você pretende reabilitar, isto é, apenas modificar a área para que esta seja ocupada por determinada atividade, como cultura agrícola, pastagem ou fins recreativos, ou pretende restaurar, para que a área volte a apresentar um ecossistema próximo ao original?
Resumidamente, as modificações a serem realizadas numa área podem ser:
1. Apenas “física”, quando a meta é que a área possa ser utilizada pelo homem. Faz melhorias nas condições físicas do solo, tais como:
- reposição do solo;
- recuperação da permeabilidade;
- controle da erosão;
- preenchimento de valas;
- implantação de curvas de nível;
- plantio de espécies exóticas para cobrir o solo (inclusive grama).
É de extrema importância que, após a correção da degradação do solo, sejam realizados trabalhos de manutenção, de modo a evitar a reativação dos processos e a consequente anulação das medidas corretivas.
2. “química”, quando a meta é restaurar a fertilidade do solo, visando o estabelecimento natural de organismos nativos. Por exemplo:
- condução da implantação de uma cobertura vegetal simplificada;
- descontaminação do solo, provocada por depósito de resíduos sólidos.
3. “biológica”, quando o (re)estabelecimento de organismos nativos é parte das atividades do projeto;
4. “físico-químico-biológica”, quando é necessário corrigir o meio físico-químico, tendo como meta, também, a reintrodução ativa dos organismos nativos (e.g. plantar mudas).
Outro fator a ser considerado é a intensidade da degradação: quanto maior, mais esforço será necessário para recuperá-la, ou seja, mais energia será gasta.
Como entradas de energia podem ser citadas:
- movimento de máquinas;
- localização e coleta de sementes;
- adaptação de organismos para a reintrodução (ex. produção de mudas);
- custos de implantação e manutenção.
A degradação pode ser ocasionada pela:
- retirada de apenas algumas espécies de plantas;
- dizimação total da cobertura vegetal, e, consequentemente, de sua fauna associada; ou ainda
- pela remoção de solo como acontece em áreas usadas para mineração.
Dada a importância da correção do solo para o sucesso da recuperação de uma área, veja algumas feições indicadoras do grau de degradação deste, podendo ser chamado de indicadores geológico-geotécnicos.
- Erosões de pequeno e grande portes;
- Feições de massa em movimentação;
- Posicionamento do nível freático;
- pH da água alterado;
- Dimensão do assoreamento;
- poluição do solo;
- Grau de compactação do solo;
- Grau de umidade do solo;
- Evidências de colmatação do solo (ou seja, os espaços vazios do solo estão preenchidos por partículas sólidas existentes no efluente, impermeabilizando-o)
Agora, vamos ver algumas características que podem ser utilizadas como indicadoras biológicas:
- Presença abundante de lianas;
- Invasão de gramíneas agressivas;
- Pequeno número de estratos arbóreos;
- Não continuidade do dossel;
- Baixa diversidade de epífitas;
- Ausência de regeneração natural.
Você deve ficar atento a estas características quando for fazer a avaliação no campo, as quais devem ser quantificáveis e nortearão seu planejamento para a recuperação da área.
Notas
Estratos arbóreos aplicam-se somente no caso de formação florestal e são caracterizados pelos diversos níveis de alturas das copas dos indivíduos, podendo ocorrer desde um único estrato até vários, sendo eles contínuos ou não. Em geral, quanto maior a estratificação, isto é, quanto maior numero de estratos, mais “madura” é a floresta, pois implica que ela apresenta espécies que possuem indivíduos adultos grandes- aqueles que formam o dossel da floresta, espécies que possuem indivíduos adultos menores - de sub-bosque, espécies arbustivas, e os indivíduos regenerantes de todas elas.
O termo Remediação refere-se a áreas contaminadas e é definido como ”Ações e tecnologias que visam eliminar, neutralizar ou transformar contaminantes presentes em subsuperfície (solo e águas subterrâneas)”.
Outro fator que vai interferir na escolha da técnica a ser utilizada é por quanto tempo pretende-se intervir, qual é seu prazo para execução do projeto. Envolve, também, questões de orçamento, ou seja, quanto quer gastar.
Enriquecimento é a introdução de novas espécies visando o aumento da diversidade florística e genética, usando mudas ou sementes.
Perspectivas relacionadas à Restauração de áreas degradadas
1. Estabelecimento de parâmetros de avaliação e monitoramento.
2. Planejamento de ações que promovam a diversidade genética da Restauração Ecológica.
3. Buscar a sustentabilidade econômica da Restauração Ecológica.
4. Atuação de projetos de Recuperação no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.  

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