Bacia Amazônica
A bacia amazônica é a maior bacia
hidrográfica do mundo, com uma drenagem de 5,8 milhões de km², sendo 3,9
milhões no Brasil. Suas nascentes estão localizadas na Venezuela, Colômbia,
Peru e Bolívia. No Brasil, abrange os Estados do Amazonas, Pará, Amapá, Acre,
Roraima Rondônia e Mato Grosso. Como é atravessado pela linha do Equador, o rio
Amazonas apresenta afluentes nos dois hemisférios do Planeta. Entre os
principais afluentes da margem esquerda encontram-se o Japurá, o Negro e o
Trombetas; na margem direita, o Juruá, o Purus, o Madeira, o Xingu e o Tapajós.
A bacia amazônica é fortemente
influenciada pela pronunciada sazonalidade das chuvas. As chuvas começam entre
novembro-dezembro na região ao sul do Equador e uns meses mais tarde ao norte
do Equador e se estendem por 4 a 5 meses.
Com 6.500km de extensão, o rio
Amazonas é responsável por 20% da água doce despejada anualmente nos oceanos.
Embora seja de longe o maior rio do mundo em volume de água, geralmente não é
considerado o mais longo. No entanto, considerando-se que, durante o período de
cheia, ele se estende mar adentro, provavelmente é também o mais longo. O rio
Amazonas é um rio de planície, possuindo baixa declividade. Sua largura média é
de 4 a 5km, mas, em alguns trechos, alcança mais de 50km. Navios oceânicos de
grande porte podem navegar até Manaus, capital do Estado do Amazonas, enquanto
embarcações menores com até seis metros de calado, podem alcançar a cidade de
Iquitos, no Peru, distante 3.700km do oceano Atlântico.
Entre os afluentes do Amazonas
encontram-se rios de águas barrentas (ou brancas, como as populações locais se
referem a eles), de águas claras e de águas pretas. Os rios de águas barrentas,
como o Madeira e o próprio Amazonas, têm essa cor por causa dos sedimentos,
ricos em nutrientes, carreados rio abaixo desde as montanhas andinas. Por esse
motivo são os rios que apresentam maior produtividade.
Os rios de águas claras, como os
rios Xingu, Tapajós e o Trombetas, têm as nascentes nos planaltos do Brasil e
das Guianas. Os trechos médio e alto desses rios possuem muitas corredeiras e
quedas d'água. Como drenam áreas enormes e muito erodidas, suas águas são
relativamente transparentes e alcalinas. Nesses rios, as pescarias com iscas
artificiais são bastante interessantes, porque é possível observar os peixes
atacando as iscas.
A grande quantidade de areia
depositada na planície amazônica deu origem aos rios de águas pretas, os rios
mais característicos da Amazônia. Os solos arenosos da bacia são muito pobres
em nutrientes, e os rios que nascem sobre eles estão entre os mais puros da
Terra, quimicamente falando. Suas características químicas são muito
semelhantes às da água destilada. O mais famoso deles é o principal tributário
do Amazonas, o rio Negro, que é também o segundo maior rio do mundo em volume
d'água. Por causa da cor, a água do rio Negro poderia passar por chá preto, mas
é mais ácida que Coca Cola, sendo, porém, mais saudável. Uma das
características dessa águas é a ausência de mosquitos, o que é um alívio para
os pescadores.
O igapó, como a mata inundada
sazonalmente é conhecida, é uma das características mais peculiares dos rios da
Amazônia. Vastas extensões de florestas são invadidas anualmente pelas águas
dos rios, ocupando uma área de pelo menos 100.000km2, e talvez mais 50.000km2,
se sua extensão ao longo de milhares de pequenos igarapés for considerada.
Embora as matas inundadas correspondam a apenas 2% do total da área de
florestas da Amazônia, isso representa uma área maior que a da Inglaterra.
Apesar de ficar inundada até 10m
de profundidade durante 5 a 7 meses por ano, a vegetação do igapó é sempre
exuberante. Além das árvores, os animais, desde os diminutos invertebrados, até
os peixes, anfíbios, répteis e mamíferos também desenvolveram incríveis
adaptações para viverem nessas áreas inundadas. Como a maioria das árvores da
várzea frutifica durante as inundações, para um grande número de espécies,
principalmente os peixes, o igapó é um pomar natural. Diferente de qualquer
outra parte do mundo, frutos e sementes são os principais alimentos de cerca de
200 espécies de peixes da Amazônia, que invadem os igapós todos os anos.
Os rios amazônicos, com suas
praias, restingas, igarapés, matas inundadas, lagos de várzea e matupás (ilhas
de vegetação aquática), assim como o estuário, são colonizados por uma enorme
diversidade de plantas e animais. A bacia amazônica possui a maior diversidade
de peixes do mundo, cerca de 2.500 a 3.000 espécies.
Entre as espécies de peixes
esportivos da bacia amazônica encontram-se, apapás, aruanã, bicuda, cachorras,
caparari e surubim, dourada, jaú, piraíba, jatuarana e matrinxã, jurupoca,
piranhas, pirapitinga, pirarara, tambaqui, traíra e trairão, pescadas,
tucunarés e muitos outros. A pesca amadora, famosa pela quantidade e variedade de
peixes, geralmente é praticada nos rios, lagos, igarapés, furos e nos igapós.Os
rios mais conhecidos e com infra-estrutura para a pesca amadora são os rios
Negro, Madeira e Uatumã.
Fonte: www.ambientebrasil.com.br
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