Poluentes no ar aumentam incidência de doenças


A fumaça das queimadas lançadas no meio ambiente causa prejuízos ao organismo. Em especial, nos meses de inverno, quando o tempo fica mais seco, a baixa na qualidade do ar favorece o aparecimento de doenças respiratórias.
A demanda em hospitais pelo tratamento de nebulização, no inverno, aumenta em média 60%. Isso sem falar que a inalação desses gases irrita a mucosa e aumenta as chances de contaminação por virose, infecção pulmonar e tosse crônica. Além de causar inflamação nos olhos.
As queimaduras e acidentes de trânsito também são frequentes. O problema acontece porque durante a queima de lixo ou mato centenas de gases tóxicos são liberados na atmosfera. Entre os gases poluentes está o monóxido de carbono, um dos mais nocivos à saúde humana e à camada de ozônio.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, no mun­do, a fumaça produzida pela queima de lenha, carvão, gravetos e rejeitos, provoca a morte de três pessoas por minuto, em média, num total de 1,5 milhão de pessoas to­dos os anos.
Outra preocupação das queimadas é que, nesta época, a concentração de poluentes liberados pela fumaça é ainda maior, pois as chuvas e os ventos não ocorrem com frequência e isso torna os ambientes perfeitos para disseminação de vírus e bactérias.
Para o professor de medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), o pneumologista Marcelo Rabahi, qualquer pessoa está vulnerável às complicações que podem advir dos poluentes que são emitidos pelas queimadas.
O pneumologista explica que todas as fumaças contêm substâncias químicas nocivas, capazes de provocar desconforto, mal estar, múltiplas doenças às pessoas.
Segundo ele, porém, os que mais sofrem são os que já têm problemas respiratórios, como asma, bronquite, por exemplo, ou os que já estão debilitados por uma outra doença. Estes, alerta, devem ter mais cuidado, evitando o contato com a fumaça.
Outro alerta sobre as consequências da prática das queimadas urbanas vem da diretora geral do Ambulatório Mu­nicipal de Queimaduras, unidade da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Aparecida Crisóstomo de Castro Pádua.
Aparecida diz que o ambulatório recebe diversos pacientes com queimaduras por queima de mato ou lixo do­méstico, uma prática muito comum nos pequenos municípios ou em bairros mais afastados dos centros da cidade.
Segundo ela, as queimaduras podem acontecer mesmo depois que o fogo já tenha cessado. “O próprio calor produzido pelo fogo nestas áreas queimadas pode provocar queimaduras”, esclarece.
A diretora enfatiza que pessoas com queimaduras profundas podem correr sério risco de morte. Segundo ela, quanto maior a extensão, maiores os perigos, por isso, é necessário procurar ajuda médica o quanto antes.
“Cada tipo de lesão precisa de um tratamento específico. Um mesmo paciente po­de a­presentar queimaduras de terceiro, segundo e pri­meiro graus. Nesses casos, a procura por médico especialista em queimadura é indispensável”, reitera.
Cuidados
De acordo com a diretora geral do Ambulatório Muni­cipal de Queimaduras, Apare­cida Crisóstomo de Castro, a melhor fórmula para evitar qualquer dano à saúde é mesmo a prevenção.
No caso de queimaduras, segundo ela, os acidentes acontecem em maior número com crianças, principalmente em casa. “E nas queimadas, o melhor é ficar longe dessas áreas, mesmo depois que o fogo já se apagou.”
A dica do pneumologista Marcelo Rabahi em caso de irritação nos olhos é fazer compressas de água fria ou gelada. Para o nariz, o ideal é o uso do soro fisiológico. Em todos os casos beber bastante água. 

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