Plantio de árvores em deserto pode frear aquecimento global
Árvores plantadas em regiões
áridas e, por consequência, sem uso, podem ser a saída para livrar o planeta da
ameaça do aquecimento global, freando a atuação do fenômeno. Ao menos é o que
promete um estudo publicado nesta quarta-feira 31 de Julho 2013 na revista da
União Europeia de Geociência (EGU, na sigla em inglês), a Earth System
Dynamics.
Pesquisadores da Universidade de
Hohenheim, na Alemanha, afirmam que o plantio do pinhão manso (Jatropha
curcas), que é uma árvore de pequeno porte, mas resistente ao clima de áreas
litorâneas do deserto e apta ao plantio nessas condições adversas, poderia
ajudar na captura do gás carbônico (CO2) emitido por atividades da humanidade
diariamente, como fumaça dos carros, na nossa atmosfera.
Segundo os autores, o plantio da
árvore em larga escala poderia “absorver uma significante porção de CO2
adicionada à nossa atmosfera desde a revolução industrial”. A plantação do
pinhão manso em uma área equivalente a 3% do deserto da Arábia absorveria, em
20 anos, todo o CO2 gerado por automóveis na Alemanha no mesmo período.
Os pesquisadores estimam que a
árvore poderia ser plantada em um bilhão de hectares no planeta, permitindo
capturar “uma porção significativa do CO2 adicionado à nossa atmosfera desde o
advento da revolução industrial”, ou seja, desde o século 19.
“É a primeira vez que um time de
especialistas em irrigação, plantio, absorção de gás carbônico, economia e
ciências atmosféricas se une para avaliar a viabilidade de um projeto do
gênero”, ressalta o cientista Volker Wulfmeyer na divulgação do estudo. “Nós
chegamos a essa possibilidade ao realizar simulações por computador e analisar
dados de plantações de Jatropha curcas em Egito, Índia e Madagascar.”
O grupo, no entanto, reconhece
que ainda é necessário fazer novos estudos e investigar os efeitos colaterais
surgidos na ampliação de áreas verdes em desertos.
Para os pesquisadores, a ausência
de incentivo financeiro e a falta de conhecimento sobre os benefícios de
plantações em larga escala, que reconhecidamente causam um aumento
desequilibrado na ocorrência de chuvas nas regiões de plantio, estão entre os
principais entraves para que o projeto sai do papel.
Fonte: www.noticias.uol.com.br
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