Cerrado - Fauna e Flora
Fauna
Nos vários hábitats naturais,
desde o campo aberto, o campo limpo, o campo sujo, campo cerrado com formações
arbóreas, o cerradão, o campo úmido, a vereda e a mata ciliar, o cerrado
apresenta diversidade em espécies. Toda esta riqueza de ambientes, com vários
recursos ecológicos, abriga comunidades de animais, com diversas espécies e uma
grande abundância de indivíduos, alguns com adaptações especializadas para
explorar recursos específicos de cada um desses hábitats.
No ambiente do Cerrado são
conhecidas, até o momento, 1.575 espécies animais, formando o segundo maior
conjunto animal do planeta. Cerca de 50 das 100 espécies de mamíferos
(pertencentes a cerca de 67 gêneros) estão no cerrado. Apresenta também 837
espécies de aves; 150 de anfíbios, das quais 45 são endêmicas; 120 espécies de
répteis, das quais 45 endêmicas; apenas
no Distrito Federal, há 90 espécies de cupins, 1.000 espécies de borboletas e
500 de abelhas e vespas.
Devido à grande ação antrópica do
homem e a suas atividades, o cerrado passou por grandes modificações, alterando
os diversos hábitats, e consequentemente apresentando espécies ameaçadas de
extinção, como o tamanduá-bandeira, o macaco, a anta, o lobo-guará, o
pato-mergulhão e o falcão-de-peito-vermelho, o tatu-bola, o tatu-canastra, o
cervo, o cachorro-vinagre, a onça-pintada, a ariranha e a lontra.
Degradação
do Cerrado
Até a década de 1950, os Cerrados
mantiveram-se quase inalterados. A partir da década de 1960, com a
interiorização da capital e a abertura de uma nova rede rodoviária, largos
ecossistemas deram lugar à pecuária e à agricultura extensiva, como a soja,
arroz e ao trigo. Tais mudanças se apoiaram, sobretudo, na implantação de novas
infra-estruturas viárias e energéticas, bem como na descoberta de novas
vocações desses solos regionais, permitindo novas atividades agrárias
rentáveis, em detrimento de uma biodiversidade até então pouco alterada.
Durante as décadas de 1970 e 1980
houve um rápido deslocamento da fronteira agrícola, com base em desmatamentos,
queimadas, uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos, que resultou em 67% de
áreas do Cerrado "altamente modificadas", com voçorocas, assoreamento
e envenenamento dos ecossistemas. Restam apenas 20% de área em estado
conservado.
A partir da década de 1990,
governos e diversos setores organizados da sociedade debatem como conservar o
que restou do Cerrado, com a finalidade de buscar tecnologias embasadas no uso
adequado dos recursos hídricos, na extração de produtos vegetais nativos, nos
criadouros de animais silvestres, no ecoturismo e outras iniciativas que
possibilitem um modelo de desenvolvimento sustentável e justo.
Flora
A cobertura vegetal do Cerrado é
a segunda mais importante do Brasil. Abrange aproximadamente 1.750.000 km², que
corresponde a cerca de 20% do território nacional. Apresenta as mais diversas
formas de vegetação, desde campos sem árvores, ou arbustos, até o cerrado
lenhoso denso com matas ciliares. O Cerrado brasileiro é reconhecido como a
savana mais rica do mundo em biodiversidade com a presença de diversos ecossistemas,
riquíssima flora com mais de 10.000 espécies de plantas, com 4.400 endêmicas
desse bioma.
É classificado como tendo
formações vegetativas primitivas, com quatro divisões: matas, campos, brejos e
ambientes úmidos com plantas aquáticas. As matas ocupam as depressões, vales e
cursos de águas e possuem poucas epífitas.
Os campos cobrem a maior parte do
território, denominada campestre. É essencialmente coberto por gramíneas, com
árvores e arbustos. É também subdividido em campo de cerrado, campo de limpo,
que se diferenciam na formação do terreno e na composição do solo, com declives
ou planos.
A vegetação de brejos é composta
por gramíneas, ciperáceas, arbustos, pequenas árvores isoladas, algumas ervas,
entre outras diversidades de espécies.
As árvores mais altas do cerrado
chegam a 15 metros de altura e formam estruturas irregulares. Apenas nas matas
ciliares as árvores ultrapassam 25 metros e possuem normalmente folhas pequenas
e decíduas. Nos chapadões arenosos e nos quentes campos rupestres do Cerrado,
estão as mais exuberantes e exóticas bromeliáceas, cactos e orquídeas, contando
com centenas de espécies endêmicas. E ainda existem espécies desconhecidas, que
devido à ação antrópica do homem podem ser destruídas antes mesmo de serem
catalogadas.
As próprias queimadas, frequentes
neste tipo de bioma, são mal interpretadas. Na verdade, as queimadas periódicas
(com intervalos maiores do que 5-7 anos) já aconteciam no Cerrado antes da
chegada do ser humano. A maioria das plantas do Cerrado estão adaptadas ao
fogo, possuindo cascas grossas e brotos subterrâneos.
Há, inclusive, várias espécies de
plantas que só germinam após as queimadas. Mas as queimadas intensas, feitas a
cada um ou dois anos pelos pecuaristas, são extremamente nocivas ao Cerrado.
Fogo no
Cerrado
Um dos fatores ecológicos mais
importantes do cerrado é o fogo. Ele pode ser gerado de diversas formas
naturais, mas a principal delas são as descargas elétricas. Os incêndios
diminuem a densidade do cerrado, prejudicando o incremento do material lenhoso
e favorecendo a expansão das plantas herbáceas.
Outra hipótese, de maior
aceitação, considera o cerrado uma vegetação clímax, que não se torna uma
floresta devido às condições de clima e solo existentes, tendo o fogo um papel
secundário. De acordo com a segunda hipótese, a falta de nutrientes essenciais
e a grande presença de alumínio são as responsáveis pela fisionomia
característica dos cerrados.
Fonte: www.ambientebrasil.com.br
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