Geoprocessamento como ferramenta de Controle de Impacto Ambiental
Geoprocessamento pode ser
definido como o conjunto de ciências, tecnologias e técnicas empregadas na
aquisição, armazenamento, gerenciamento, manipulação, cruzamento, exibição,
documentação e distribuição de dados e informações geográficas.
Componentes
do Geoprocessamento
Para se realizar o
geoprocessamento são necessários cinco elementos, sendo eles: os dados
geográficos, recursos humanos, equipamentos, programas computacionais e métodos
de trabalhos. Todos esses elementos devem ser modelados ou especificados, de
acordo com a aplicação do geoprocessamento que se deseja alcançar, uma
aplicação de geoprocessamento em meio ambiente necessita de um conjunto de
dados, pessoas, equipamentos, programas computacionais e métodos de trabalhos,
muito diferente de uma aplicação na área de segurança.
Dessa forma, a partir de imagens
de satélite, obtidas e tratadas com recursos específicos para um determinado
tipo de informação, podemos apontar uma quantidade enorme de aplicações destas
ferramentas dentro da área ambiental.
Os recursos oferecidos pelo
geoprocessamento têm sido amplamente utilizados por empreendedores e também
pelos analistas de órgãos licenciadores nos processos de obtenção e renovação
de licenças ambientais. Seu uso já é tão difundido que, na maioria dos casos,
estão sendo exigidos como parte do material integrante de diferentes tipos de
estudos ambientais, independente da atividade ou empreendimento que se deseja
licenciar.
Também é comum que os analistas
de órgãos ambientais utilizem as informações produzidas nos estudos ambientais
como fonte de dados para direcionar vistorias, fiscalizações e auditorias.
Aplicações
do geoprocessamento
Todo o processo de licenciamento
ambiental, desde a fase preliminar do planejamento de um empreendimento ou
atividade, é fortemente dependente das informações cartográficas, sejam mapas,
cartogramas ou coordenadas de localização, ilustrando e especificando a localização
dos empreendimentos e o alcance dos seus impactos potenciais. Os mapas são
ferramentas de comunicação poderosas, e são, de forma geral, criteriosamente
analisados e muito utilizados pelos analistas ambientais dos órgãos
licenciadores.
Ainda hoje, encontrarmos dois
erros de postura dos empreendedores no processo de licenciamento: o de tentar
fornecer informações incompletas ou genericamente localizadas nos seus
relatórios e o de tentar adiar ao máximo as vistorias do agente licenciador ao
local do empreendimento, na esperança de ocultar o início não autorizado de
alguma obra ou “limpeza” do terreno.
Entretanto, séries históricas de
imagens de satélite são hoje de fácil obtenção e um recurso muito usado na
análise ambiental, o que permite muitas vezes flagrar impactos do
empreendimento sem mesmo ir a campo.
Esta postura pode causar pesadas
multas e atrasos no processo de licenciamento. Sendo assim, quanto mais clara,
correta e precoce for a comunicação entre o agente licenciador e o
empreendedor, melhor será o desempenho no processo de licenciamento ambiental.
A vistoria antecipada do agente
licenciador em campo, com boas informações de localização do empreendimento e
dos principais impactos potenciais, tende a facilitar a elaboração conjunta de
um termo de referência para o EIA - coerente e factível - facilitando o
trabalho e reduzindo custos de ambas as partes, empreendedor e licenciador,
para isto ambos podem contar com os recursos do geoprocessamento.
Geoprocessamento
na avaliação de impacto ambiental
Com a intensificação do uso dos
recursos naturais em várias regiões brasileiras, particularmente dos solos e
dos recursos hídricos, ampliaram-se os riscos de degradação ambiental,
principalmente aonde a capacidade de uso destes recursos não vem sendo
respeitada.
O monitoramento desta degradação
pode ser realizado através das técnicas de tratamento de imagens que
possibilitam distinguir não só os tipos de impactos ambientais, mas também o
grau de degradação de uma determinada área.
Exemplos
para aplicação do geoprocessamento
O avanço do desmatamento é
acompanhado anualmente por meio do uso de imagens de satélite pelos órgãos
ambientais. Na imagem ao lado, as áreas em vermelho representam a área
conhecida como arco do desmatamento na Amazônia. A precisão desta informação
permite avaliar o acréscimo anual na quantidade de áreas desmatadas, e ainda
identificar em qual o período do ano o desmatamento é mais intenso.
Também é possível identificar
através de imagens de satélite os focos de calor que indicam as queimadas. Este
procedimento é muito usado no processo de preparo do solo após o desmatamento e
também para a renovação de pastagens. Atualmente, as queimadas são um fator de
degradação combatido pelo poder público, pois juntamente com o desmatamento são
responsáveis por 75% das emissões brasileiras de gases do efeito estufa,
colocando o Brasil em 4º lugar entre os maiores emissores de gases estufa.
As imagens trabalhadas por
técnicas de geoprocessamento também permitem a verificação de outra fonte de
geração de impactos que é a expansão urbana irregular, que entre outras acaba
ocupando áreas sensíveis como aquelas destinadas à preservação. Além disso,
este tipo de investigação permite acompanhar os processos de recuperação e/ou
recomposição de áreas de preservação permanente e destinadas composição de
reserva legal. Neste sentido, o uso de imagens é usado também como forma de
fiscalização, e permite o monitoramento de todos os tipos de Unidades de
Conservação, buscando-se com isto garantir sua integridade.
A mineração é uma atividade que,
em função do seu grande potencial em gerar impactos ambientais, é amplamente
monitorada por meio de imagens. O material produzido pelas equipes de
geoprocessamento subsidia tanto os analistas de órgãos ambientais, permitindo
maior precisão no processo de fiscalização, e também facilitam a condução do
Sistema de Gestão Ambiental desses empreendimentos, permitindo o devido acompanhamento
do progresso de ocupação do solo.
Por meio das informações
apresentadas, verificamos que o Geoprocessamento é uma ferramenta muito
poderosa no controle de riscos e impactos ambientais, pois permite uma
percepção global do ambiente, facilitando a compreensão entre as relações entre
as características do meio e o empreendimento.
Fonte: www.geofisicabrasil.com
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