LIRAa
O que é LIRAa - O LIRAa
(Levantamento de Índice Rápido de infestação por Aedes Aegypti), é o modelo utilizado para verificar
o IIP (Índice de Infestação Predial) nos municípios e é uma ferramenta que
ajuda a mapear os locais de alto índice de infestação do mosquito e que,
consequentemente alerta sobre os possíveis pontos de endemias da doença e é o
dado utilizado para classificar o risco de cada município de ter uma possível
epidemia de dengue. Essa metodologia foi desenvolvida em 2002 pelo Ministério
da Saúde para atender a necessidade dos gestores e dos profissionais da saúde
que trabalham com o Programa de Controle da Dengue para dispor das informações
entomológicas de maneira mais rápida. Hoje é a metodologia utilizada por todos
os municípios do país.
Como funciona o LIRAa - Como
sabemos anteriormente o que é LIRAa (ver acima), metodologicamente, o LIRAa
funciona da seguinte forma: o município é dividido em áreas menores, que são em
três partes: Distritos Sanitários, Estratos e Quarteirões.
Distrito Sanitário é reconhecido
como unidade operacional administrativa e mínima do sistema de saúde, definida
com critérios geográficos, populacionais, epidemiológicos, administrativos e
políticos, onde se localizam os recursos de saúde, públicos e privados, organizados
através de mecanismos políticos institucionais com a participação da sociedade
organizada para desenvolver ações integrais de saúde capazes de resolver a
maior quantidade possível de problemas da saúde.
Estrato são áreas menores que os
Distritos Sanitários, e agrupam mais de um Quarteirão.
Quarteirão são divisões menores
ainda do que os estratos e são divididos em média de 9.000 imóveis e o LIRAa são realizados nesses locias e são
sorteados aleatóriamente os que serão pesquisados. Identificando então a
infestação da área chamada de estrato, e também os principais criadouros do
mosquito.
Para o
combate a Dengue são utilizados dois tipos de pesticidas
O Pesticida Diflubenzuron, é o
mais novo pesticida recomendado pelo Ministério da Saúde e o substituto do
Pesticida Temefós na maioria dos municípios do país. A forma como é utilizado
cada veneno e o método de ação do combate as larvas do mosquito da dengue são
bem distintas.
Temefós: Também conhecido como Abate, foi utilizado por mais de
duas décadas na maioria dos municípios do Brasil. Hoje em dia são pouquíssimos
municípios que o utilizam. Foi um dos pesticidas utilizados por mais tempo na
campanha de combate a dengue. Sua forma de manuseio era bem simples: o agente
andava com uma colher de 5 gramas (colher pequena de chá) para recipientes de
20 litros e a colher de 20 gramas (colher de sopa) para recipientes de 200
litros, a grande vantagem era que a aplicação era independente, do recipiente
ser com água ou seco. Mas os pacotes eram de 500g que geravam um desconforto
entre os agentes por causa do peso principalmente quando era quando o P.A
(ponto de Apoio) dos agentes ficavam muito longe do quarteirão então os agentes
tinham que levar muitos pacotes de abate em sua mochila no qual pesava bastante
e consequentemente o trabalhador tinha muitos problemas de coluna.
O efeito do Temefós era muito
eficiente. Ele combatia a larva adulta e em muitos casos a Pupa, e tinha um
efeito relativamente rápido. Ele age por contato e ingestão. Como todo
inseticida do grupo organofosforado, o temefós liga-se ao centro esterásico da
acetilcolinesterase (AChE), impossibilitando-a de exercer sua função, ou seja,
hidrólise do neurotransmissor acetilcolina (ACh), em colina e ácido acético.
Mas ao longo de grandes períodos de contato com o produto, causam danos à saúde
humana. Ele pode ser detectado através do exame de Colinesterase Sérica, pois a
inibição dessa enzima indica o nível de intoxicação e causam sérios problemas
de saúde. Foi substituído por uma medida preventiva do MS, que detectou, após a
realização de pesquisa por amostragem, a resistência das larvas a esse produto,
em algumas cidades brasileiras.
Diflubenzuron: É o substituto do Temefós na grande maioria dos
municípios brasileiros. Foi introduzido de forma gradual na maioria das cidades
brasileiras. Ele age como reguladores de crescimento (ou IGR, sigla derivada de
“Insect Growth Regulator”) são considerados inseticidas alternativos, agem
diretamente como inibidores de síntese de quitina (parte integrante do exoesqueleto
do artrópode). No caso do mosquito da dengue ele age somente na pupa, isso é,
quando o mosquito adulto vira pupa os níveis de quitina caem bruscamente e a
pupa"rompe-se" impedindo o nascimento do mosquito e sua eventual
morte. É ineficiente contra as PUPAS já formadas, porque a quitina já está
completa, e o produto só é eficiente quando o mosquito está em estágio larval,
mas não mata as larvas. O Diflubenzuron apenas inibe a formação de quitina e o
produto só tem efeito quando a PUPA está perto de eclodir para se transformar
em mosquito. O Diflubenzuron tem outros "contras" porque sua forma de
manuseio é bem mais complexa do que o Temefós, exigindo uma conhecimento extra
do agente, pois este tem que ter noção de geometria espacial. Temos que fazer
cálculos exatos para o uso do produto, no que em muitos casos por falta de
treinamento necessário para aplicação do produto e a falta de conhecimento
teórico dessa matéria específica e por muitos os concursos no Brasil nessa área
ainda serem de nível fundamental, a aplicação do produto é fatídica ao erro
ajudando no insucesso da aplicação do produto.
Nota
Apesar do Ministério da Saúde
afirmar que o pesticida não é nocivo à saúde humana, há vários relatos de
agentes após o uso contínuo do produto sentir problemas de saúde como
irritabilidade nas mucosas, taquicardia, cansaço e falta ânimo para exercer
atividades diárias. Mas infelizmente na falta de um diagnóstico laboratorial
preciso, muitos desses servidores não são ouvidos e não são lhe dado a devida
atenção. Muitos médicos já estão ignorando os resultados laboratoriais e estão
dando diagnósticos contrários ao do Ministério da Saúde. No Estado do Rio de
Janeiro, por exemplo, o uso desse produto químico pelos agentes foi proibido
através de laudos expedidos pelos médicos independente do resultado dos exames.
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