Formas de enfrentar o acúmulo de lixo da sociedade moderna
Na natureza, nada se cria, nada
se perde, tudo se transforma, diz a Lei da Conservação das Massa, do químico
Antoine Lavoisier (1743-1794). Aplicada aos novos tempos, ela está na base da
filosofia da reciclagem, um dos maiores símbolos do desenvolvimento
sustentável.
Isso porque, na sociedade do
desperdício, parte do que sobra é jogada de volta para a natureza,
acumulando-se em lixões, aterros ou em amontoados próximos a córregos e
estradas, contaminando solos, atingindo rios e praias e entupindo bueiros das
cidades.
Diversas doenças, como a dengue e
a diarreia, estão associadas à falta de saneamento e ao acúmulo de lixo. É
preciso reconhecer a grandeza do problema: com a humanidade passando dos 6
bilhões de pessoas, e várias cidades no mundo com milhões de moradores, a
produção maciça de lixo virou um problema colossal, cuja resolução desafia a
sociedade moderna.
Atualmente, uma solução bastante
adotada é depositar o lixo em aterros sanitários. São áreas nas quais os
resíduos são dispostos de forma planejada, compactados e cobertos por terra, em
um lugar licenciado e fiscalizado por órgãos ambientais.
Terrenos assim têm sistemas de
drenagem que captam líquidos e gases resultantes da decomposição dos resíduos
orgânicos, evitando maiores danos ao solo. São caros e de uso limitado.
Outra porção do lixo é destinada
aos aterros controlados, com critérios menos rígidos de manutenção. São aceitos
pela maioria das agências ambientais, desde que sigam procedimentos
obrigatórios, como a cobertura dos resíduos, o bloqueio ao acesso de estranhos
e o conhecimento sobre a procedência e o tipo de material que chega ao local.
A melhor solução para o lixo,
porém, é reaproveitá-lo para fazer novos bens, reduzindo a sobrecarga dos
depósitos. O reaproveitamento do lixo envolve o princípio dos "3 Rs":
reduzir, reutilizar, reciclar. Isso significa:
> reduzir a produção de resíduos, com a adoção de novos hábitos
de compra;
> reutilizar potes, vasilhames, caixas e outros objetos de uso
cotidiano e o material neles contido;
> reciclar o lixo descartado após o consumo, transformando-o em
matéria-prima industrial para nova fabricação.
Para que seja reciclado, o lixo
deve ser descartado de forma seletiva e entregue em postos distribuídos pelas
prefeituras (quando existem) ou por empresas em locais predefinidos, doados a
entidades que recebem material desse tipo e na forma estabelecida pelos
programas porta a porta.
O Brasil é um dos países que mais
reciclam o lixo, a exemplo das latinhas de alumínio (87% são recicladas).
Apesar disso, segundo dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre),
apenas 327 dos mais de 5 mil municípios brasileiros mantêm serviços de coleta seletiva,
e apenas 11% dos resíduos urbanos produzidos no país são reciclados. Ainda há
um longo caminho pela frente.
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