Esgoto
Os vários tipos de esgotos
dependem da atividade social ou econômica que os gerou, de forma pontual.
Portanto, não estão incluídas as fontes chamadas DIFUSAS, ou seja, aquelas que
originam as águas de escorrimento superficial com origem nas chuvas e enxurradas.
Domésticos são os esgotos gerados
nas residências, escolas e comércio em geral, e provenientes das privadas, pias
de cozinha, máquinas ou tanques de lavar roupa/louça e demais águas servidas
das edificações, que se destinam à rede pública de coleta.
Industriais são os esgotos
provenientes das indústrias, estejam elas localizadas nas zonas urbana ou
rural, não considerados aqui os esgotos oriundos dos vasos sanitários das
mesmas.
Agropecuários são os esgotos
gerados nas atividades agrícolas, tais como a criação de animais (fezes de
bois, cavalos, porcos, aves, etc.) e do processamento industrial da
cana-de-açúcar para a produção de álcool combustível que gera o vinhoto, um dos
maiores poluentes conhecidos.
Hospitalares são os efluentes de
hospitais, clínicas, postos de saúde, laboratórios e outras unidades de saúde
que possam gerar águas servidas contaminadas com germes patogênicos.
Problemas
Quando os esgotos não são
coletados em redes ou adequadamente tratados nas estações de tratamento (ETEs),
ficando expostos ou lançados em estado bruto nos cursos d´água, podem gerar uma
série de problemas, entre os quais, os seguintes.
Estético. Consiste na aparência desagradável do esgoto bruto
correndo a céu aberto pelas ruas, servindo de criadouro de mosquitos, fonte de
doenças e atrapalhando o trânsito das pessoas.
Doenças. Estas são o que de pior os esgotos sem tratamento podem
apresentar e, entre elas, podemos citar: disenterias, leptospirose, dengue,
varíola, amebíase, bouba, tétano, difteria, ascaridíase e outras.
Odores. Quando esgotos domésticos ficam retidos por algum tempo,
geram odores desagradáveis, por conta de gases como o sulfídrico e outros. Já
os esgotos industriais, por conterem substâncias odorantes, também têm o seu
cheiro característico.
Consumo O2. Ao serem lançados sem tratamento nos cursos d´água, uma
característica marcante dos esgotos, sejam domésticos ou de outro tipo, é o
consumo de oxigênio da água desses mananciais, causando prejuízos aos peixes e
elevando o custo do tratamento da água para consumo.
Volume
Para se estimar o volume de
esgotos domésticos produzidos numa residência ou numa cidade, p.ex., basta
considerar que eles equivalem a 80% da água potável, ou seja, de cada dez (10)
litros de água potável fornecida numa residência, oito (8) se transformam em
esgoto bruto. Essa relação não vale para os demais tipos de esgotos que, para
se estimar o volume produzido, há que se considerar outros parâmetros e/ou medições.
Destino
Todo o esgoto produzido nas
residências, indústrias, na zona rural e nos hospitais, deve ter um destino
adequado, sob pena de gerarem os problemas antes relacionados. Por se tratarem
de grandes quantidades de líquidos, os esgoto, quase sempre, têm como destino
final um córrego ou um rio; mas, antes, podem transitar pelo solo, por redes de
distribuição e por tanques artificiais.
Solo. Esse destino se verifica com maior frequência nos locais não
servidos por redes de esgotos, como nas zonas rural e praiana e nas periferias
das cidades. As soluções mais encontradas são:
a) sumidouro, nas zonas praianas
arenosas;
b) fossa seca, na zona rural mais
pobre;
c) vala de infiltração, também na
zona rural; e
d) irrigação de plantas não
comestíveis e em áreas controladas por Companhias Estaduais ou Municipais de
Saneamento.
Rede. As redes públicas de coleta de esgotos, feitas com tubos de
cerâmica, PVC, concreto ou ferro fundido, são a forma mais adequada de conduzir
as águas servidas, por gravidade, até o seu destino final. Como esses tubos
devem apresentar uma declividade mínima, para ter o poder de arraste do
material sólido em suspensão (de que também é formado o esgoto), nos terrenos
planos, eles podem alcançar profundidades elevadas, se as redes forem longas.
Neste caso, há a necessidade de uma Estação Elevatória de Esgotos, dotada de
bombas centrífugas especiais, para bombearem o esgoto de volta à superfície do
terreno.
As redes podem ser de 2 tipos:
condominial, quando servem pequenas comunidades de baixa renda, não havendo a
exigência dos canos passarem ao longo das ruas, o que encarece o projeto; e
convencional, quando seguem as Normas da ABNT e conduzem as águas servidas à
uma estação de tratamento ou um rio.
As Estações de Tratamento de
Esgotos - ETEs, podem ser de vários tipos:
a) lodos ativados, as mais
comuns, dotadas de tanques de aeração;
b) valo de oxidação, os tanques
acima têm menor capacidade;
c) filtro biológico, onde o
esgoto é aspergido sobre britas e recircula;
d) lagoa de estabilização, onde o
tratamento é feito por algas e bactérias;e
e) reatores anaeróbicos, em que o
esgoto é tratado por bactérias anaeróbicas, em unidades verticais de PVC ou
concreto.
Quando a comunidade não possui
ETE ou esta, por algum motivo, deixa de funcionar, os esgotos trazidos pela
rede convencional podem ser jogados, sem tratamento, no rio mais próximo.
Tanques. O destino dos
esgotos, seja na zona rural ou em áreas periféricas às cidades, podem ser
tanques de aguapés (Eichornia crassipes) ou de junco ("wet-lands").
Ambas são plantas aquáticas que retêm parte da matéria orgânica e dos metais
pesados dos esgotos em suas raízes (no caso do aguapé) ou colmos (caso do
junco). Esses tanques, quando bem dimensionados, podem ser considerados como
uma pequena ETE improvisada e com eficiência razoável.
Fonte: www.ufrrj.br
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