AGROECOSSISTEMA
É um ecossistema reorganizado
para os propósitos da agricultura - um ecossistema domesticado. É uma
reestruturação dos processos trópicos da natureza, isto é, o processo de fluxos
de alimento e de energia na economia dos organismos vivos. Em toda parte essa
reestruturação envolve a conversão das energias produtivas, em um determinado
ecossistema, a servirem mais exclusivamente a um conjunto de propósitos
conscientes que geralmente se localizam fora do ecossistema, principalmente a
alimentação e prosperidade dos grupos humanos. Em qualquer lugar ou tempo e em
todas as formas de manifestação, primitivas ou avançadas, todo agroecossistema
tem duas características gerais: (a) é sempre uma versão truncada de um sistema
natural; há poucas espécies interagindo entre si, e muitas linhas de interação
que foram simplificadas e direcionadas para um objetivo; comumente é um sistema
de exportação. (b) apesar de ser um artefato humano, o agroecossistema
permanece inescapavelmente dependente do mundo natural - fotossíntese, ciclos
bioquímicos, estabilidade da atmosfera e o trabalho dos organismos não humanos.
Ele é um rearranjo e não um repetição do processo natural. Quaisquer que sejam
as diferenças entre os agroecossistemas, eles estão sempre submetidos às leis
da ecologia, e estas leis governam florestas selvagens, pastagens, savanas
determinando o quão estáveis ou resilientes ou sustentáveis eles são enquanto
entidades coletivas.
Agricultura e a pecuária são
pilares da economia do estado. As diversas formas de agroindústria completam as
possibilidades do ciclo econômico primário, cuja grande oportunidade surge com
a adição de valor em processos industriais.
Agricultura sustentável tem 2
correntes básicas de pensamento. Para a maioria trata-se de buscar a adequação
dos atuais processos produtivos, incentivando controle biológico de pragas,
menor uso de insumos químicos através de integração lavoura-pecuária, redução
sistemática e controlada do uso de pesticidas, herbicidas e fungicidas com o
desenvolvimento de tecnologias alternativas para o controle de pragas.
Para outros, é necessária uma
ruptura estrutural com o sistema, sendo forte a influência de parâmetros
ideológicos nesta proposta.
Agroecossistemas podem ser
definidos como a capacidade de um ecossistema agrícola de manter a produção
através do tempo, mesmo com restrições ecológicas e pressões sócio econômicas.
Este conceito, no oriente se relaciona intimamente com a noção de reciclagem.
Na antiga China, que era muito pobre, sempre que se oferecia uma refeição a visitantes,
era de boa educação que os mesmos devolvessem os nutrientes através de resíduos
orgânicos que eram novamente utilizados na fertilização das terras.
Na avaliação dos agroecossistemas
são importantes fatores como a análise de sustentabilidade em função do tempo,
a avaliação econômica da lucratividade, as tendências de rendimento e as
características do meio físico, constituído por solos e águas. Além disso
também são considerados parâmetros ecológicos, sociais e culturais.
São avaliadas a erosão dentro de
unidades sistêmicas constituídas por bacias hidrográficas, a fertilidade e as
características físico-químicas dos solos, a temperatura e a pluviosidade.
Agroecossistemas podem ser vistas
como entidades regionais manejadas com o objetivo de produzir alimentos que
podem ser plantas, animais, elementos bióticos ou abióticos do solo, redes de
drenagem e de áreas que suportam vegetação natural e vida silvestre. Na medida
que incluem o homem, ganham dimensão sócio econômica e de saúde pública e
ambiental.
Assim como na biologia temos
hierarquia filogenética, no Agroecossistema temos uma hierarquia que começa no
Planeta, passa pela nação e região, atinge as bacias hidrográficas e as
microbacias, e termina nas comunidades e sistemas de produção vegetal ou animal
das propriedades rurais.
Fonte: Dr. Roberto Naime
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