Chapada dos Veadeiros
O Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros, criado em 1961, protege uma área de 65.514 ha do Cerrado de
altitude. São diversas formações vegetais; centenas de nascentes e cursos d
água; rochas com mais de um bilhão de anos, além de paisagens de rara beleza,
com feições que se alteram ao longo do ano.
O Parque também preserva áreas de
antigos garimpos, como parte da história local e foi declarado Patrimônio
Mundial Natural em 2001 pela UNESCO.Além da conservação, o Parque tem como
objetivos a pesquisa científica, a educação ambiental e a visitação pública.
A caminhada e banhos de cachoeira
são as principais atividades no Parque nas imensas paisagens da Chapada numa
viagem pelo Cerrado brasileiro em antigas rotas usadas por garimpeiros, que
hoje são utilizados pelos visitantes.
Localização
Localizado ao Nordeste do Estado
de Goiás, no centro da Chapada dos Veadeiros, o Parque está a 260 km de
Brasília e a 480 km de Goiânia, com parte nos municípios de Cavalcante (60%) e
Alto Paraíso (40%), onde se situa a Vila de São Jorge, local de entrada dos
visitantes. A visita ao Parque Nacional oferece oportunidades de contemplação e
convivência com a natureza da Chapada dos Veadeiros. Já ao longo da estrada de
acesso (GO-239), vale observar o Morro da Baleia no km 18 e as Veredas do
Jardim de Maytréia (km20). Por sua vez na GO-118 avista-se o ponto mais alto de
Goiás (1676 m) no mirante do Pouso Alto.A partir de Brasília, chega-se ao
Parque, pelas rodovias BR-020 e GO-118 (220 km), que levam a Alto Paraíso,
seguindo-se depois pela GO-239 (36 km) até a Vila de São Jorge. Chegando ao
Parque, a recepção , orientações e escolha dos passeios acontecem no Centro de
Visitantes.
O Parque Nacional está localizado
no Nordeste do Estado de Goiás, entre os municípios de Alto Paraíso de Goiás,
Cavalcante e Colinas do Sul. O acesso é feito por meio da BR-020, saindo de
Brasília em direção a Formosa, no trevo à esquerda e seguindo por 220km pela
GO-118 em direção a Alto Paraíso. Deste ponto, toma-se à esquerda pela GO-239
por mais 36 km no momento em fase de asfaltamento (22 km prontos), chegando-se
à Vila de São Jorge, portal de entrada do Parque. A Unidade fica a 260km de
Brasília-DF e a 480km de Goiânia-GO.
Clima
O clima típico da região de
Cerrado de Altitude é o tropical sazonal; caracterizado por uma estação seca e
outra chuvosa. É claro que devido a sua grande extensão, o clima apresenta
algumas variações dependendo da localidade. Durante a estação chuvosa, podem
ocorrer períodos de seca chamados de veranicos, tão conhecidos da população
local, e que também podem causar sérios problemas para a agricultura. Os
períodos de seca duram de 3 a 5 meses, porém, com o fenômeno El Niño esse
período tende a se estender.
A temperatura média anual é de
21ºC, sendo amena devido às altitudes. As chuvas que atingem um índice de
aproximadamente 1.675mm/ano distribuem-se de maneira especial em dois períodos.
O primeiro, de maio a setembro chovendo em média 50mm, predominando a seca
rigorosa. O período chuvoso inicia-se em outubro prolongando-se até abril,
sendo que, durante os meses de dezembro a março as chuvas são bem mais frequentes.
Fauna
A fauna local é bastante variada,
sendo destaques: o Lobo-Guará (Chrysocyon brachyurus) e o Veado - Campeiro
(Ozotocerus bezoarticus). Das 312 espécies de aves podemos citar a Ema (Rhea
americana), o Urubu-Rei (Sarcoramphus papa) e várias espécies de gaviões, entre
os quais o Brites (leucovihous). Das 30 espécies endêmicas de aves ocorrentes
no Cerrado, 13 estão no Parque e 8 são ameaçadas de extinção.
O Pato – Mergulhão (Mergus
Octocetaceus) raríssimo vive no encachoeirado Rio Preto. Mais de 1.000 espécies
de borboletas e mariposas podem ser encontradas na Unidade. Com olhar atento
cerca de 34 espécies de sapos e rãs podem ser vistos e ao menos 33 espécies de
répteis ocorrem na unidade. Por sua vez, já foram vistos 160 espécies de
abelhas, sendo que, seis são espécies novas para a ciência. Referentes aos
peixes, ocorrem 49 espécies nos rios e córregos que nascem ou passam pela
Unidade.
Vegetação
O Cerrado é a segunda maior
formação vegetal brasileira, superado apenas pela Floresta Amazônica. São 2
milhões de km² espalhados por 10 estados, ou 23,1% do território brasileiro. O
Cerrado é uma savana tropical na qual a vegetação herbácea coexiste com mais de
420 espécies de árvores e arbustos esparsos. O solo é ácido e de baixa
fertilidade, com altos níveis de ferro e alumínio.Na porção do Bioma Cerrado
preservada pelo Parque existem muitas espécies endêmicas, isto é, aquelas que
só ocorrem neste lugar. Isto porque o Cerrado é de altitude com fitofisionomias
raras como o Cerrado Rupestre (acima dos 900m) onde são abundantes as Canelas
de Ema (Velosiáceas). Algumas espécies (antúrios, filodendros, bromélias, e
orquídeas) concentram-se nas fendas das rochas e outras diretamente sobre elas,
sem que haja solo. Nos Campos Rupestres vê-se com frequência a arnica, o
mandiocão e o veludo. Outras fitofisionomias estão presentes como a Mata
Ciliar, Mata Seca Semidecídua, as varias formas do Cerrado Sentido Restrito e
Veredas serpenteando os Campos Limpos, de aparência cinematográfica, como
ilustra o Jardim de Maytréia, onde os buritis (Mauritia Flexuosa) formam um
verdadeiro cartão postal. Estima-se em 50, o numero de espécies raras,
endêmicas ou sob risco de extinção na área. Já foram identificadas 1.476
espécies de plantas no Parque, das 6.429 que existem no Bioma Cerrado. Só de
gramíneas encontrou-se 139 espécies, de quaresmeiras 69, de orquídeas 39, sendo
que destas 1.476 espécies, 9 são novas descrições.
Hidrografia
Num contexto geral a Chapada dos
Veadeiros é o divisor de águas das bacias dos Rios Paraná e Maranhão, afluente
mais alto do Rio Tocantins, portanto, já na bacia Amazônica.
No PNCV e entorno caracteriza-se
por rio de Planaltos, adaptados a fraturamentos, corredeiras encaixadas ,
quedas d’aguas , poços profundos , travessos
rápidos. Não navegáveis e é Extensão das bacias, Tocantins , Amazônia ,
Platina e do Rio São Francisco.
O Rio Preto e o principal curso
d’agua dentro do Parque , drenado no sentido leste-oeste.
Cabeça
D’água
Quando as chuvas se intensificam
no cerrado, de outubro a março, é possível
ocorrer, sobretudo nas regiões com significativos acidentes geográficos,
um dos mais impressionantes, imprevisíveis e violentos fenômenos da
natureza: a Cabeça d’água.
Trata-se normalmente de grandes e
carregadas nuvens, que em dias muitos
chuvosos, normalmente sem raios e trovões, chegam a tocar o topo das
serras, no caso do Planalto Central Brasileiro. Quando encontram-se com nascentes
altas, tornam-se liquidas e praticamente "desabam" de uma vez,
provocando uma forte e imensa onda que vai inundando (e levando) tudo pelo
caminho a velocidade espantosa.
Um dos locais onde o fenômeno
ocorre com mais frequência na Chapada dos Veadeiros é no Rio São Miguel, que
devido a formação estreita do seu leito, o nível da água sobe de forma bem
anormal, Já no Rio Preto com suas
margens bem largas , como por exemplo nas corredeiras com quase 40 metros,
descartando assim o perigo imediato.
Mas não confundir esse fenômeno
com o período de cheias no rio.
Geologia
Geologia Na Unidade encontram-se
altitudes variando de 577 a 1676m, que corresponde ao ponto mais alto do
Planalto Central, a Serra do Pouso Alto no município de Alto Paraíso.O PNCV
encontra-se na região nordeste de Goiás sobre rochas antigas expostas ao norte
da Unidade, nas áreas arrasadas, ocupadas pelo vale do Rio Claro em Cavalcante.
São rochas metamórficas denominadas: Complexo Granito-Gnáissico com cerca de
2,5 bilhões de anos.
Há 1,7 bilhões de anos, fraturas
existentes no embasamento originaram fendas por onde o magma atingiu a
superfície dando origem às rochas vulcânicas regionais. Assim, com a mudança do
relevo, as litologias situadas em áreas elevadas começaram a ser erodidas e os
sedimentos originados começaram a ser depositados. As camadas de sedimentos
sobrepostas umas as outras formaram as rochas metassedimentares que vêm sendo
esculpidas pelas águas dos rios e hoje formam a paisagem da Chapada dos
Veadeiros.
São dois grupos de rochas no interior da Unidade:
Grupo Araí: Rochas caracterizadas por estarem dispostas em camadas
contínuas sendo formadas pela separação de um antigo continente, no qual
ocorreu vulcanismo intenso. Após esta atividade a Bacia Araí foi preenchida por
sedimentos continentais e marinhos, compostos por seis unidades litológicas.
Grupo Paranoá: Ao sul do PNCV ocorrem as rochas do Grupo Paranoá.
Uma sequência metassedimentar mais jovem que a Arai A base do Paranoá é bem
exposta no Ribeirão São Miguel, na região do Vale da Lua. Estas rochas são
denominadas de Paraconglomerados e são formados por fragmentos de várias rochas
preexistentes incluindo calcários, metassiltitos e quartzitos.
A presença do carbonato torna a
rocha menos resistente às águas de chuvas, que esculpiram o relevo da área no
formato de crateras lunares.A Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos e sua
história pode ser conhecida decifrando-se a linguagem das rochas.
Aqui na área do Parque, as rochas
são muito antigas. Os granitóides do complexo Granito-Gnáissico que formam o
embasamento de toda a região tem cerca de 2,5 bilhões de anos. Há
aproximadamente 1,7 bilhões de anos, um grande derrame de rochas vulcânicas
recobriu os granitóides, originando mudanças no relevo da região.
Posteriormente, grande parte
desta área foi invadida e recoberta pelas águas do antigo mar Araí. A partir
daí, os sedimentos originados pela erosão destas rochas, e que até então eram
depositadas nas partes baixas do continente, passaram a ser depositados no
fundo deste mar. Estes sedimentos, depositados em camadas sobrepostas,
transformaram-se nas rochas sedimentares, hoje denominadas de Grupo Araí.
Pela estrutura e estratificação
destas rochas, sabe-se hoje que foram depositados antes e durante a existência
do mar Araí e que o nível deste mar, subiu e baixou 3 vezes, com momentos de
calmaria, alternados com tempestades e forte ação das ondas e marés. Há 600
milhões de anos, estas rochas sedimentares do Grupo Araí foram deformadas,
fraturadas e modificadas por efeito de elevadas pressões e temperaturas
(metamorfismo), transformando-se em rochas metamórficas- quartzitos e
metassiltitos.
A maior parte das paisagens da
Chapada dos Veadeiros, inclusive os Saltos e os Cânions, são constituídas por
estas rochas. A Serra de Santana apresenta um perfil diferenciado, com
deposições eólicas e conglomerados, os quais denotam que este local deve ter
sido o limite da antiga bacia do mar Araí. Alguns locais, como o sul do Parque
e a região do Vale da Lua, apresentam as rochas do Grupo Araí recoberto por uma
nova sequência metassedimentar denominada Grupo Paranoá.
Fonte: www4.icmbio.gov.br
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