PRODUÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL
Consumo
de energia
A estrutura geológica do Brasil é
privilegiada em comparação com outros países. O potencial hidrelétrico
brasileiro é elevado, as possibilidades de obtenção de energia usando a
biomassa como parte primária são enormes e a produção do petróleo e gás natural
vem aumentando gradualmente. O que falta para atingir a auto suficiência
energética é a política energética com planejamento e execução bem
intencionados. No setor petrolífero o Brasil já é auto suficiente.
Petróleo
Em 1938, foi perfurado o primeiro
poço de petróleo em território nacional. Foi no município de Lobato, na bacia
do Recôncavo Baiano, que a cidade de Salvador. Com a criação do CNP (Conselho
de Petróleo) o governo passou a planejar, organizar e finalizar o setor
petrolífero.
Em 1953, Getulio Vargas criou a
Petrobrás e instituiu o monopólio estatal na extração, transporte e refino de
petróleo no Brasil; monopólio exercido em 1995. Com a crise do petróleo, em
1973, houve a necessidade de se aumentar a produção interna para diminuir o petróleo
importado, mas a Petrobrás não tinha capacidade de investimento.
O governo brasileiro, diante
dessa realidade, autorizou a extração por parte de grupos privados, através da
lei dos contratos de risco. Se uma empresa encontrasse petróleo, os investimentos
feitos seriam reembolsados e ela se tornaria sócia da Petrobrás naquela área.
Caso a procura resultasse em nada, a empresa arcaria sozinha com os prejuízos
da prospecção, por isso o nome contratado de risco.
Foram feitos dez contratos com empresas
nacionais e estrangeiras, mas nenhuma achou petróleo. Desde 1988, com
promulgação da última Constituição, esses contratos estão proibidos, o que
significa a volta do monopólio de extração da Petrobrás.
Em 1995, foi quebrado o monopólio
da Petrobrás na extração, transporte, refino e importação de petróleo e seus
derivados. O estado pode contratar empresas privadas ou estatais que queriam
atuar no setor.
Possuindo treze refinarias, onze
delas pertencendo a União, o Brasil é auto suficiente no setor, precisando
importar pequenas quantidades que não são produzidas internamente. O petróleo
sempre é refinado junto aos centros, ou seja, próximo aos grandes centros
consumidores, isso ajuda a diminuir os gastos com transportes.
O consumo interno vem diminuindo
desde 1979, com o segundo choque mundial. O governo passou a incentivar
industrias que substituíssem esse combustível por energia elétrica.
Em 1973, o Brasil produzia apenas
14% do petróleo que consumia, o que nos colocava nessa posição bastante frágil
e tornava a nossa economia muito suscetível as oscilações externas no preço do
barril do petróleo. Já em 1999, o país produzia aproximadamente 62% das
necessidades nacionais de consumo.
Essa diminuição da dependência
externa, relaciona-se a descoberta de uma importante bacia petrolífera em
alto-mar, na plataforma continental de Campos, litoral norte do estado do Rio
de janeiro. Essa bacia é responsável por mais de 65% da população nacional de
petróleo.
Ainda na plataforma continental,
destaca-se nos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia, que juntos são responsáveis
por cerca de 14% da produção do petróleo bruto. No continente a área mais
importante é Massoró, seguida do Recôncavo baiano.
Mais da metade do petróleo
consumido no Brasil é gasto no setor de transporte, cujo modelo de
desenvolvimento é o rodoviarismo. Essa opção é a que mais consome energia no
transporte de mercadorias e pessoas pelo território. Por isso há uma
necessidade de o país investir nos transportes ferroviários e hidroviários para
diminuir custos e o consumo de uma fonte não renovável de energia.
Energia
Elétrica
Em 1994, estimava-se que o país
possuía potencial hidrelétrico em mais de 260 mil MW e a capacidade nominal
instalada de produção encontrava-se na casa dos 60 mil MW de energia elétrica.
Desse total, 90% era obtido em usinas hidrelétricas e 10% em termelétricas.
O Rio Grande do Sul e Santa
Catarina, possuem usinas termelétricas devido a disponibilidade de carvão
mineral, tornando básicos os gastos com transportes. Há usinas termelétricas
também, em São Paulo, por apresentar duas vantagens: o custo de instalação de
uma usina termelétrica é bem menor do que de uma hidrelétrica, e a localização
de uma usina hidrelétrica é determinada pela topografia do terreno, enquanto
uma termelétrica pode ser instalada em locais mais convenientes.
Atualmente, no estado de São
Paulo, muitas usinas de açúcar e álcool estão usando a queima de bagaço da
cana-de-açúcar como fonte primaria para a produção de energia e tornaram-se
auto suficientes.
O maior potencial hidrelétrico
instalado no Brasil encontra-se na bacia do rio Paraná. Essa bacia drena a
região onde se iniciou efetivamente o processo de industrialização brasileiro e
que por isso conseguiu receber mais recursos investidos em infra estrutura.
Mas, o maior potencial disponível do país está nos afluente do rio Amazonas, na
região norte, onde a básico adensamento de ocupação humana e econômica não
atraiu investimentos.
Durante a década de 70 e inicio
da década de 80, foi dão grande impulso ao setor. A partir dos dois choques do
petróleo de 1973 e 1979, a produção de energia elétrica passou a receber
grandes investimentos, por se tratar de fonte alternativa ao petróleo.
Apolítica governamental estabeleceu como prioridade a construção de grandes
usinas.
Quando analisamos seus aspectos
técnicos essas obras são polemicas e questionáveis. Usinas com grande potencial
exigem a construção de uma enorme represa, que causa sérios danos ambientais,
além de exigir a instalação de uma extensa, sofisticada e caríssima rede de
transmissão de energia, que chega a estender-se por um raio de mais de 2 mil
quilômetros.
A construção de pequenas e medias
usinas ao longo da área atendida pelos grandes projetos de extensão mineral e
siderúrgicas causaria um impacto ambiental menor e diminuiriam as perdas na
transmissão da energia.
O Álcool
O álcool é uma fonte renovável de
energia e sua queima em motores a explosão é menos poluentes, se comparada com
a queima dos derivados do petróleo.
Em 1975, o Brasil criou o
Programa Nacional do Álcool (Proálcool), com a intenção de substituir o
petróleo por outras fontes de energia. Tratou-se de um programa bem custoso aos
cofres públicos, que só se estruturou e continua existindo a custa de enormes
subsídios. A partir de 1989, quando o governo diminuiu os subsídios para a
produção e consumo do álcool, o setor entrou em crise e o país passou a
importar o combustível da Europa.
No interesse de enfrentar a crise
do petróleo, foram dados empréstimos a juros subsidiados aos maiores produtoras
de cana-de-açúcar, para que construíssem usinas de grande porte para a produção
de álcool.
Em função do Proálcool, as
alterações ocorridas no campo para que alguns cidadãos circulassem com carros a
álcool foram desastrosas. Por não estabelecer preço mínimo para a tonelada
cana-de-açúcar até 1989, o governo praticamente abandonou os pequenos e médios
produtores as mãos da ganância dos grandes usineiros. O governo não compra cana
apenas álcool produzido nas usinas. Os donos das usinas costumavam pagar um
preço muito baixo pela cana-de-açúcar, levando milhares de pequenos e médios
proprietários a falência, obrigando-os a vender suas terras.
Essa dinâmica provocou o aumento
do mínimo de trabalhadores diaristas, incentivo maior a monocultura e êxodo
rural.
O programa foi implantado, em
escala nacional, em uma época em que sua produção e consumo apresentam custos
maiores que os verificados pela gasolina, por isso a necessidade de subsídios.
Atualmente, após o desenvolvimento tecnológico obtido no setor, o álcool
tornou-se economicamente viável, pelo menos se for consumida próxima a região
produtora. Mas, seu consumo está espalhado por todo o Brasil, e seu transporte
é feito em caminhões movidos a diesel, analisar a sua totalidade, causa enormes
prejuízos aos cofres públicos.
Fonte: www.juliobattisti.com.br
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