Ética Ambiental
O conceito de ética, em geral,
parece muito amplo, abrangente. Desde
Aristóteles (o primeiro a se ocupar diretamente sobre este tema, vide Ética a
Nicômaco), os filósofos buscam a compreensão, o conhecimento, do que poder ser
entendido deste tema do comportamento
humano. Considere-se que a origem etimológica da palavra ética (do grego ethos)
remete a algo associado a maneira de ser, caráter, lugar onde se está,
moradia. Na conceituação contemporânea
ética é a reflexão sobre o conteúdo da moral.
Mas daí? O que é moral? De novo
buscando a raiz da palavra, descobrimos que a sua origem é latina, donde mor,
moris, dizia respeito aos costumes, hábitos.
Costumes no sentido daquilo que era comum a todos, todos observavam,
realizavam. Então, moral são ações, atitudes, que fazem parte do que foi
estabelecido como norma geral, costume dado a determinada população, cultura,
algo aceito pela maoiria, senão por todos.
Partindo disso, situa-se moral
como uma norma, uma regra, um costume geral e coletivo de atitude, ação,
procedimento. Já ética se diz da
reflexão do que tratam estes costumes, do seu aperfeiçoamento, da sua essência
ou, ainda, do que há te mais elevado na moral.
De modo geral, referimo-nos a ética (atitude ética) como algo que
abrange tudo. O campo ético, então, envolve todo o universo da existência
humana e suas relações com este universo.
Pode-se, por este caminho chegar a uma ética ambiental. Ou seja, como se dá e como deveria se dar a
relação do homem com o ambiente natural, com o mundo onde vive, com o mundo que
de onde ele tira a energia, o alimento que o mantém vivo.
Quando nos perguntamos sobre
ética ambiental, estamos nos perguntando sobre a ocupação e o uso dos meios
naturais para a sobrevivência humana.
Temos uma responsabilidade com o uso desses meios? Como estamos agindo ao realizar este uso
necessário para a manutenção da nossa vida?
Os animais irracionais e outros organismos, com exceção do vírus, utilizam
os meios naturais disponíveis nos limites das suas necessidades, sem transformar
o ambiente de maneira radical. O homem é
o único animal que - embora provido de razão, portanto, racional - não apenas se adapta ao meio como adapta o
meio a si. Ao realizar isso altera e
modifica, inclusive, os meios de sobrevivência de outras espécies, mesmo
daquelas úteis para si. Por exemplo, o desenvolvimento desordenado das cidades
e com isso o aumento da poluição acaba gerando a contaminação de rios e mares
e, por esta conta, a morte, extinção de meios importantes a sua sobrevivência e
ao equilibrio da natureza (a água, os peixes, animais maritimos, etc).
A questão exigida para uma
reflexão sob a o prisma da ética ambiental é: temos como usar dos meios
naturais, intervir no ambiente natural, de forma menos agressiva, que garanta a
perenidade do planeta ou, ao menos, não reduza a sua vida util a própria
existência humana sobre ele? Que
pequenos e grandes gestos são possiveis para realizar este
"salvamento"? O que esta sendo feito neste sentido é suficiente? Numa
sociedade pressionada pelo consumo, onde tudo se torna obsoleto no momento
seguinte ao ser adquirido, é possivel uma consciência ética na nossa relação
com o ambiente natural?
Observemos um ambiente natural
mínimo e já modificado, o lugar onde está nossa casa ou onde está a nossa
escola, que ações poderiam ser
realizadas para reduzir o impacto que já provocamos nestes ambientes? Observando a sujeira dentro da sala de aula
ou mesmo no pátio da escola, podemos dizer que temos uma responsabilidade
ambiental, uma ética? As alterações na
estrutura urbana (novos loteamentos, edificios, industrias) na nossa
cidade, revelam um cuidado com o menor
impacto possivel no ambiente natural? Leis que regulam o uso do solo, do espaço
natural, existem, por que, então, temos tantos problemas que só notamos quando
observamos inundações, mau cheiro, valões a céu aberto, esgoto não tratado,
árvores cortadas, etc?
Necessidade, sim; -Porquê, poucos se interessam? Seria falta de informações, ou desleixo próprio?
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