ALTERNATIVAS E TRATAMENTO PARA A UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS AGRÍCOLAS


Considerando as culturas agrícolas podemos dizer que a utilização da biomassa que fica na área após a colheita é uma alternativa bastante convincente. Muitos agricultores já perceberam (e estudiosos da área já comprovaram) que as culturas necessitam dos nutrientes do solo para completar satisfatoriamente seu ciclo de vida. Com a colheita, os nutrientes que antes estavam no solo são exportados para fora do sistema, ou seja, vai junto com os alimentos, nutrir o homem. Portanto, se os não forem repostos de volta ao solo, este ficará empobrecido e não mais sustentará a cultura mantendo a produtividade desejada. Fazemos então a técnica da adubação para repor a fertilidade do solo. Parte do lucro obtido com a venda da colheita deve ser destinado para este fim. Ora, se usarmos os restos vegetais que sobraram da colheita, poderemos de forma natural devolver parte da fertilidade do solo.
Esse raciocínio serve também para os restos vegetais provenientes do processamento dos produtos agrícolas. Utilizando a biomassa proveniente da colheita e agroindústrias evita-se o acúmulo de resíduos e contribui para melhorar as características do solo, visto que a matéria orgânica é ótima agente condicionante do solo. Sem falar que promovem a proteção do solo contra os efeitos erosivos da água quando impactam em solos descobertos.
A queima de matéria orgânica para produção de energia, só deve ser considerada se esta não for causar um grave efeito colateral: a poluição atmosférica. As vantagens e desvantagens desse sistema devem ser analisadas localmente. Inclusive considerando que a retirada da biomassa da área colhida empobrecerá o solo, causando maior dependência de fertilizantes.
A depender do local de geração dessa energia, deve-se somar às desvantagens, o custo adicional para transporte do material. Em contraponto, resíduos gerados pelo processamento nas agroindústrias podem ser uma alternativa na busca de fontes renováveis de energia.
A geração de energia através do esterco também já é uma realidade e alternativa para produtores rurais que podem utilizá-la para sanar a demanda doméstica de energia, por meio de biodigestores.
Resíduos provenientes da pecuária também apresentam bom potencial como adubo, no entanto, deve-se ter cuidado em avaliar a composição de tais dejetos a fim de evitam a contaminação do solo e/ou água com coliformes fecais, nutrientes e metais pesados.
Os resíduos gerados pela produção de aves podem ser utilizados também para a realização de compostagem. Essa também é uma alternativa que permite um melhor aproveitamento dos resíduos agrícolas reforçando a ideia de sustentabilidade nessa atividade. O composto gerado ao fim do processo pode retornar como fonte de nutrientes para as culturas ou produção de energia. A compostagem é uma alternativa que pode ser aplicada a resíduos orgânicos de outras atividades.
Quanto à incineração da cama de frango, deve-se ponderar a respeito da poluição atmosférica e dos custos desse manejo.
Agora vamos nos concentrar um pouco nos resíduos orgânicos com grande potencial poluidor como, por exemplo, as águas residuárias. São as águas provenientes do manejo de resíduos dos criatórios de animais e aquelas oriundas dos processamentos dos produtos agrícolas: como águas do beneficiamento de frutos do cafeeiro, lavagens de equipamentos em laticínios e matadouros de bovinos.
A disposição destas águas em corpos hídricos pode causar um decréscimo significativo da concentração de oxigênio dissolvido e as alterações que ocorrerão na qualidade da água dependerão diretamente da concentração da carga orgânica contida no efluente líquido e da vazão do corpo hídrico que receberá a carga.
É por esse motivo que antes das do lançamento das águas residuárias nos rios deve-se realizar o seu tratamento para reduzir sua carga orgânica.
Como então planejar esse tratamento? Primeiramente devemos definir o objetivo do tratamento, o nível do tratamento desejado e a destinação do efluente tratado. É importante salientar que quando se pretende lançar o efluente em um corpo hídrico tudo deve ser planejado de forma a atender a Legislação Ambiental vigente.
Estamos considerando os rios, mas a disposição final também pode ser o solo. Nesse caso o tratamento das águas residuárias pode ser simplificado, mas deve considerar critérios agronômicos para aplicação para evitar danos aos equipamentos que viabilizarão a aplicação.
O material orgânico biodegradável pode ser removido em sistemas anaeróbios, lagoas de estabilização e variações, sistemas de lodos ativados, filtros biológicos, sistemas alagados de tratamento (“wetlands”) ou por disposição no solo. A remoção de patogênicos ocorre em lagoas de maturação, processos de tratamento por disposição no solo, por desinfecção com produtos químicos ou com o uso de radiação solar ou ultra-violeta. A remoção dos nutrientes nitrogênio e fósforo pode ser feita por remoção biológica, em sistemas de tratamento por disposição no solo ou por processos físico-químicos, sendo que desnitrificação um processo bioquímico que pode, também, ser usado para remoção de nitrogênio das águas residuárias.
Para atender o planejamento realizado para tratamento de efluentes podemos realizar o tratamento em vários níveis de acordo com os objetivos e metas estipuladas. Pode ser realizado tratamento preliminar, primário, secundário e terciário. Alguns autores divergem quanto a classificação dos níveis de tratamento e quais técnicas se enquadram em cada nível.
Sistemas mais utilizados para tratamento de efluentes
*Sistemas anaeróbios.
*Sistemas de lagoas de estabilização.
*Sistemas de lodos ativados.
*Sistemas de Tratamento por Disposição no Solo.
 
Fonte: www.ufv.com
 

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