Política e Desmatamento


Brasil potência: desmatamento zero
O Brasil está perto de se destacar como a primeira potência econômica e ambiental da história, mas precisa se libertar do estigma de que desmatamento gera desenvolvimento.
O primeiro passo é entender que acabar com o reflorestamento não é impedir que árvores sejam cortadas e utilizadas, também não limita a agricultura familiar, nem a de subsistência. Este pensamento enraizado é um problema do nosso país desde quando os portugueses gritaram “terra à vista”, mas nem por isso é eterno.
Ter ações conscientes e engajadas com uma política de desmatamento zero é acabar com o corte raso e a degradação de grandes extensões de floresta. Atitudes totalmente possíveis e extremamente necessárias para conservar a biodiversidade do planeta, preservar o modo de vida de milhões de pessoas e manter o equilíbrio climático da Terra.
As teorias sobre aquecimento global, contestadas por alguns, mas com forte tendência a firmar-se como parâmetro fidedigno para avaliação da saúde do planeta, casa na qual habitamos e que, de certo modo, depende de nossas atitudes no cotidiano e de nossas posturas no futuro não muito distante, se quisermos mantê-lo viável para a espécie humana. Sou do time dos otimistas. Entendo que ações globais, capitaneadas pelos países desenvolvidos, economicamente poderosos e responsáveis por grande parte das emissões de CO2, se adotadas (Kyoto), podem melhorar significativamente a qualidade de vida na Terra. Deste modo, reduzir o desmatamento é postura de Governo, que certamente beneficiará a todos da nossa espécie.
Dos 8.511.960 km² do Brasil, quase 2,9 milhões de km² eram cobertos pela Floresta Amazônica até o final da década de 60. Hoje a floresta está reduzida a cerca de 2,2 milhões de Km². A floresta já perdeu quase 700.000 km², entretanto, o Brasil ainda é responsável por 27,5% de todas as florestas tropicais do mundo. O caso de desmatamento progressivo mais conhecido aconteceu em Rondônia, com uma área de 243.044 km². Em 1980, menos de 8.000 km² de florestas tinham sido destruídos, mas, em 1985, estes números pularam para 28.000km² e em 1987, para quase 60.000 km².
Com 2.344.886 km² e com uma cobertura original de 1.245.000 km² de florestas tropicais, vê-se o Zaire reduzido pela intensa exploração madeireira há aproximadamente, 750.000 km de florestas segundo estudo da Unesco de 1978. Não dispomos de dados atualizados. Entretanto, estima-se uma taxa de desmatamento de 0,4% das florestas restantes, semelhante a 4.000 km²/ano.
“Em toda a Indonésia, 1.919.300 km², o Banco Mundial registrou uma taxa de desmatamento média de 9.000 km²/ano. Isto significou, que durante 1983-88, 54.000 km² de florestas foram destruidas. Em 1988, restavam 860.000km² de florestas".
Chama-me a atenção à Índia país de 3.287.000 km² com uma população de 1.000.000.000 de habitantes, e que tinha uma cobertura florestal original de 1.600.000 km² viu-se reduzida a 70.000 km² de florestas primárias.
Nota
Mudanças já começaram a acontecer. Desde 2005, os índices anuais de derrubada da floresta amazônica caíram consideravelmente. Melhor, no ano passado, batemos um recorde com a taxa mais baixa de perda de cobertura florestal desde que o país começou a monitorar a intensidade das derrubadas na Amazônia, em 1988, sem prejuízo para a agricultura e a pecuária.
Tudo isso comprova que o desmatamento zero é viável e pode começar agora!

Fonte: Luiz Henrique Lopes

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