O Desafio das Cidades


Sim, é possível tornar uma cidade em um lugar melhor para se viver. Existem pilares que precisam ser desenvolvidos para viabilizar a tese de sustentabilidade.
Em primeiro lugar, estabelecer, na administração pública, diálogo entre secretarias, programas e projetos é fundamental.
Uma vez que “só é possível preservar o pantanal, a floresta, o mangue e o cerrado pela cidade, porque é a cidade que consome a cidade da mesma forma que consome pantanal, mangues, florestas e é a partir das cidades, que se preserva o que se consome”.
A partir deste diagnóstico, levantou-se que a pauta da agenda pública deve ser o combate ao aquecimento global, já que a questão climática ameaça a vida da espécie humana e tem impacto social, econômico e ambiental, conforme as bases do conceito de desenvolvimento sustentável.
A pauta do desenvolvimento urbano é fundamental para dialogar com a pauta-mãe, a do aquecimento global, e a partir disso, reorganizar as políticas públicas dentro dos governos federal, estaduais e municipais. O Brasil ainda está muito atrasado nisso, enquanto fica dormindo em berço esplêndido, como o de costume. Assim é fundamental arrumar dentro da nossa casa para que haja mais condições de se cobrar do governo federal, dos outros países.
As principais ações
1 - Necessidade de mitigação das emissões via eficiência energética. Captação de gás metano de aterros sanitários. Os gases produzidos em aterros sanitários são verdadeiras bombas para atmosfera. Porém, se esse biogás, que polui 22 vezes mais que o gás carbonico, for captado e destinado a produzir energia, há diminuição sistêmica na emissão de gás tão prejudicial como ainda ajuda na produção de energia elétrica.
Qualquer cidade, com mais de 500 mil habitantes, pode instalar um aterro decente, via licitação, em que a empresa responsável cuida do aterro, gera energia, e a prefeitura ganha ao emitir certificados de redução, podendo desta forma aplicar os recursos em projetos sociais.
2 - Diminuição da dependência do petróleo como fonte combustível. Pode-se fazer uso de onibus elétricos, etanol, hidrogênio, onibus híbrido, biodiesel, diesel da cana.
3 - Inspeção Veicular. A inspeção veicular combate a poluição do ar e também o aquecimento global. Faz-se necessário inspecionar motos, carros, caminhões e ônibus. Cada moto polui o correspondente a cinco carros. Os carros consomem muito e poluem muito. As regras, que obrigam o dono do automóvel a inspecionar e regular seu veículo para mantê-lo dentro dos padrões de quando o veículo saiu da fábrica, já existem em outros países há 40 anos.
Esse programa de eficiência energética ataca em duas frentes a poluição:
a) diminuição da emissão de gases poluentes que agridem a atmosfera, além dos pulmões e corações das pessoas que moram nas cidades.
b) gasto menor com o combustível por parte do dono do veículo.
4 - Conceito de Cidade-compacta. A tese das cidades compactas é aquela em que há a otimização dos espaços. Atualmente, todos moram longe do trabalho, e a mobilidade urbana acaba por criar mais um nível de segregação social, em que os ricos andam de carro e os pobres, de ônibus. Todos gastando combustível fóssil.
No conceito de cidade compacta, os bairros são compartilhados, sem guetos, e o centro é expandido, otimizando a utilização de infraestruturas já instaladas de lazer, cultura, saúde.
“O conceito urbanístico das cidades compactas explora a teoria que as classes sociais devem compartilhar os bairros. Os guetos separados são as chocadeiras da violência, além de que o crescimento das periferias afeta diretamente as mananciais e as áreas de risco e esvazia os centros, numa amostra total de irracionalidade do ponto de vista social, econômico e ambiental”.
O outro Lado
Ao abordar a fase de adaptação das cidades para os efeitos e as consequências do aquecimento global, já que não há mais muito tempo para evitar que os danos ambientais cometidos tirem a vida das pessoas, a solução é adotar medidas que minimizem os efeitos colaterais do homem sobre o meio ambiente. No Brasil, principalmente, as soluções devem ser pautadas pelo elevado número de vítimas, por conta de enchentes,desmoronamentos, secas.
Arborização
Ampliar as áreas verdes das cidades: com isso, ampliam-se as áreas verdes permeáveis para absorver as águas das chuvas e evitar que haja alagamentos em pontos específicos.
Criação de parques lineares: consiste em criar parques lineares no entorno dos córregos das cidades, uma vez que é um erro dos arquitetos e políticos construir nas áreas de várzeas. Como as várzeas já foram todas ocupadas, qualquer chuva já é motivo de desespero para o prefeito, dona de casa e comerciante. Há uma necessidade de garimpar as várzeas, recuperar algumas que ainda existem nas cidades, para mantê-las na sua função de escoamento da água das chuvas.
Mapear as áreas de riscos das cidades: este item é o mais importante, quando o assunto é referente ao enfrentamento dos desastres climáticos. São áreas com risco de desmoronamento, escorregamento e enchente. A urgente necessidade de elaboração de um diagnóstico detalhado de todas as áreas de risco, bem como proporcionar opções habitacionais para as pessoas que residem nestas áreas.
Em resumo, as autoridades precisam ser cobradas, pois assim mostrarão que fazem gestão pública e gestão ambiental com uma política correta sem interesses e pensando realmente nos cidadãos e na estrutura de uma cidade que ruma ao crescimento e ruma a ser uma ecometropole.
Vantagens com isso, a cidade é bem vista aos olhos do mundo, os cidadãos tem uma qualidade de vida melhor, e os que cuidam dela quer na área política, educacional, saúde e na área de segurança, conseguem executar um trabalho melhor junto aos que moram e usufruem de morar nestes locais.

Fonte: Política Sustentável

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