A H1N1 é uma Ameaça Real


Todo o cuidado é pouco
A população está em pânico e não sabe o que fazer. A H1N1 é uma ameaça real.
Apelar para que as pessoas lavem as mãos com água e se possível utilizem o álcool gel como complemento da higienização não basta. Os governos – municipal, estadual e federal -, precisam definir uma estratégia preventiva e de orientação mais eficaz. Os hospitais também são omissos em relação ao problema. Não desenvolvem campanhas constantes e muito menos se esforçam em prestar esclarecimentos aos pacientes. Certo é que o aumento no número de mortes pode estar associado ao diagnóstico tardio da doença.
Com o fim da pandemia, em agosto de 2010, a gripe deixou de ser uma doença de notificação obrigatória. O monitoramento é feito, apenas, a partir de exames laboratoriais de pacientes que apresentam síndromes gripais ou síndromes respiratórias agudas graves. O objetivo é ter índices de amostragem da população e identificar os vírus respiratórios que mais circulam no Estado, visando a indicação de tratamento adequado. Foi um erro de estratégia.
As secretarias municipais de Saúde deveriam disponibilizar um telefone 0800 de orientação à população. É preciso também distribuir máscaras. Quem estiver com os sintomas da gripe recomenda-se que exija em postos de saúde e nos hospitais o medicamento Oseltamivir (Tamiflu), independentemente de confirmação laboratorial. O remédio é eficaz e indicado para o tratamento de todos os tipos do vírus Influenza.
Gripe suína ou Influenza A (H1N1) – Explicando
Mudanças nas recomendações para realização de exames e indicação de tratamento
1. É esperado um aumento no número de casos da nova gripe? Por quê?
Sim, mas não só para a nova gripe, e sim para todos os tipos de gripe, como ocorre todos os anos. Isso porque é inverno no Hemisfério Sul e as baixas temperaturas favorecem circulação dos diversos tipos de vírus influenza, os causadores da gripe, incluindo o novo H1N1.
2. A nova gripe é mesmo parecida com a gripe comum?
Na gripe comum, a maioria dos casos apresenta quadro clínico leve e quase 100% evoluem para cura. A letalidade média no mundo é 0,4% e a quase totalidade dos óbitos é de idosos e crianças ou resultam de alguma complicação clínica prévia: pacientes com problemas respiratórios, cardíacos, renais, metabólicos, ou doenças como câncer e aids.
Na nova gripe, esse quadro se mantém. A letalidade média observada até o momento no mundo também é 0,4%. E segundo relatos dos países à Organização Mundial da Saúde (OMS), a maioria dos casos confirmados tem sintomas leves a moderados, evoluindo para cura.
3. Quais são as principais medidas anunciadas nesta sexta-feira?
Como a nova gripe tende a se parecer com a gripe comum, a principal recomendação para os pacientes é que, ao sentirem sintomas como febre, tosse, dores musculares, coriza e dor de garganta, procurem o serviço de saúde mais próximo.
Se os sintomas forem leves, o médico fará as recomendações necessárias para isolamento domiciliar, período de afastamento de trabalho e vai prescrever o tratamento dos sintomas. Nesses casos, não será feita confirmação por exame laboratorial.
Se o quadro clínico inspirar cuidados ou for grave, indicando necessidade de internação, o paciente será encaminhado para um dos 68 hospitais de referência.
4. Muda algo na recomendação para exames laboratoriais?
Sim. A confirmação da nova gripe por exame laboratorial será feita nos casos graves ou em amostras, no caso de surtos localizados. Não serão mais realizados exames em todas as pessoas com sintomas de gripe. Isso porque, como já foi destacado, um percentual significativo – mais de 70% – das amostras de casos suspeitos analisadas em dois laboratórios de referência (Fiocruz/RJ e Adolf Lutz/SP), nos últimos dois meses, não era influenza (gripe), mas outros vírus respiratórios.
5. E o critério para receber o medicamento fosfato de oseltamivir, sofreu alteração?
Para promover o uso racional do antiviral e evitar que o vírus desenvolva resistência, o medicamento só será dado aos pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas desde o início dos sintomas. Vale destacar que três países já informaram à OMS casos de resistência ao medicamento (Dinamarca, Japão e Hong Kong), o que reforça a prudência da medida adotada pelo Ministério da Saúde.
É importante lembrar, também, que todos os indivíduos que compõem o grupo de risco para complicações de influenza requerem – obrigatoriamente – avaliação e monitoramento clínico constante de seu médico, para indicação ou não de tratamento com oseltamivir; além da adoção de todas as demais medidas terapêuticas.
Esse grupo de risco é composto por: idosos acima de 60 anos, crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas com deficiência imunológica (pacientes com câncer, em tratamento para aids ou em uso regular de corticosteróides), hemoglobinopatias (doenças provocadas por alterações da hemoglobina, como a anemia falciforme), diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica.
6. Qual o objetivo principal das novas medidas?
Garantir atendimento ágil a pacientes com quadro grave ou com potencial para complicações e evitar superlotação de hospitais de referência com casos leves, que não têm indicação para internar todos os pacientes que chegam com sintomas de gripe.
7. Já existem filas nos hospitais?
Sim. Em alguns estados, já se observa dificuldade de atendimento nos hospitais de referência devido à alta procura de pessoas com sintomas leves e, muitas vezes, com infecção por outros vírus respiratórios.
Isso é confirmado por análises de dois dos três laboratórios de referência do Ministério da Saúde para influenza, a Fundação Oswaldo Cruz (RJ) e o Instituto Adolf Lutz (SP).
Desde o início da nova gripe, há pouco mais de dois meses, a Fiocruz processou 1.447 amostras de pacientes. Cinqüenta por cento teve resultado negativo para influenza, 29% foram confirmados para a nova gripe e 21%, para a gripe comum.
No Adolf Lutz, a situação foi parecida: das 1.768 análises, no mesmo período, 51% foram negativas para influenza, 24% foram positivas para gripe comum e outros 24% foram positivas para a nova gripe.
8. Uma hipótese: uma pessoa vai ao posto de saúde porque tem sintomas leves de gripe. O médico faz as orientações necessárias e manda a pessoa para casa, sem fazer exame. Então quer dizer que essa pessoa, se tiver gripe A, não entra na estatística? O número de casos vai ficar subnotificado?
Não necessariamente, porque como em todo ano, surtos de influenza (gripe), seja pelo H1N1, seja qualquer outro vírus, continuam ocorrendo. E, nesses casos, nós vamos confirmar uma amostra de casos e todos os outros que tiverem os mesmos sintomas e no mesmo ambiente, seja em casa, na escola, no trabalho, na igreja ou no clube, serão confirmados por vínculo epidemiológico. Além disso, temos no Brasil 62 unidades da “Rede Sentinela” em todos os Estados, com a função de monitorar a circulação do vírus influenza e ocorrência de surtos. Essa rede permite que as autoridades sanitárias monitorem a ocorrência de surtos devido ao vírus da gripe comum — e, agora, do novo vírus — por meio da coleta sistemática de amostras e envio aos laboratórios de referência.
9. Então só vão coletar amostra se ocorrer um caso suspeito numa escola, por exemplo?
Imagine a situação: 30 funcionários de uma fábrica estão com sintomas. Um deles tem o estado de saúde agravado. Ele será encaminhado para um hospital de referência e será feito exame nele. Se o exame der positivo, todos os outros companheiros de fábrica serão considerados infectados, por vínculo epidemiológico, mesmo que o estado de saúde deles não se agrave.
10. Até então, o Ministério da Saúde tinha a confirmação laboratorial de todos os casos. Isso não significa perder o controle?
Não. O diagnóstico por vínculo epidemiológico é uma rotina na epidemiologia de doenças infecto-contagiosas, como meningite e sarampo, por exemplo. E, para a nova gripe, já é adotado nos Estados Unidos, Canadá, Chile, México, Reino Unido, Espanha, Alemanha e França.
O objetivo, a partir de agora, não é saber se todos os que têm gripe foram infectados por vírus da influenza sazonal ou pelo novo vírus, o A H1N1. Isso, como já foi explicado, tem dois motivos principais: 1) existe a tendência de crescimento do número de casos de síndrome gripal; 2) a nova gripe se assemelha à gripe comum, embora exija atenção das autoridades de saúde. Passamos, agora, a trabalhar com diagnostico coletivo, exceto para aqueles que podem desenvolver a forma grave da doença, seja gripe comum ou gripe A. Repetimos: nesse estágio, para as pessoas que têm sintomas de gripe, não faz mais diferença saber se é gripe comum ou a nova gripe.
A exceção são os pacientes graves ou que podem ter o quadro de saúde agravado. Nesses casos, é importante saber o diagnóstico preciso porque, em muitas situações, eles podem ter gripe e desenvolver uma infecção bacteriana. Então, além do antiviral específico, essa pessoa pode um antibiótico ou receber outro tratamento.

Comentários

  1. Bom dia parceiro,
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  2. A situação é grave.
    E mais séria ainda é a falta de estrutura do sistema de saúde. Suportaria uma epidemia de grandes proporções?
    Parabéns pela postagem.
    Um abraço.

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  3. Olha só, como o governo sabe quantos casos há de H1N1? minha mulher está com suspeita da doença, foi em hospital da rede particular (via convênio), está tomando Tamiflu indicado pelo médico mas não fez exame para confirmar a doença. O motivo: CUSTA 300 REAIS! Ora, se o governo usa apenas os casos confirmados, das pessoas que PAGARAM 300 REAIS ou que estavam muito doentes (ou morreram!) ao ponto de fazerem o exame, então está completamente equivocada a política de saúde!

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