Fernando de Noronha


Desde a sua descoberta por Américo Vespúcio em 1503, embora já figurasse em um mapa do cartógrafo espanhol Juan de La Cosa datado de 1500, Fernando de Noronha tem uma história que intercala períodos de esquecimento e épocas mais atribuladas.
Doada em 1504, sob a forma de capitania hereditária, ao português Fernão de Loronha, que teria financiado a expedição de 1503, a ilha jamais foi ocupada por seu donatário, ficando praticamente abandonada por mais de dois séculos.
Sua localização estratégica motivou a instalação de holandeses, no século 17 e de franceses, no século 18, motivando Portugal a promover sua ocupação definitiva, a partir de 1737, através da Capitania de Pernambuco, construindo se ali um amplo sistema defensivo com dez fortificações, considerado o maior sistema fortificado da época no Brasil.
Transformada depois em presídio, a ilha de Fernando de Noronha ainda guarda uma história obscura até que, em 1942, durante a II Guerra Mundial, a Marinha dos Estados Unidos, em função de uma aliança militar com o Brasil, que instalou uma base de apoio bélico.
Considerado pela UNESCO, desde 13 de dezembro de 2001, como um Patrimônio Mundial Natural, o arquipélago de Fernando de Noronha é hoje uma das jóias mais raras do turismo brasileiro.
Considerada a maior jóia do turismo nacional, Fernando de Noronha fica em alto-mar, a pelo menos 345 km da costa, que é a distância até o Cabo de São Roque, no Rio Grande do Norte, embora pertença ao estado de Pernambuco.
Dotado de uma beleza natural estonteante, o arquipélago de Fernando de Noronha, um dos santuários ecológicos mais importantes do mundo, com 21 ilhas, ilhotas e rochedos, num total aproximado de 26 km² de área terrestre, é formado pelos topos das montanhas de uma cordilheira de origem vulcânica, cuja base está localizada a cerca de 4 mil metros de profundidade.
Isolado em meio à imensidão azul do Atlântico, quatro graus abaixo da linha do Equador, a 545 km de Recife, a capital pernambucana, o arquipélago, que recebeu da UNESCO o título de Patrimônio Natural da Humanidade, transmite a sensação de ser o Brasil que deu certo, com um turismo desenvolvido de forma sustentável.
Graças à atuação do Ibama, que além de fiscalizar, dá palestras interessantíssimas, Fernando de Noronha é o exemplo cabal de que é possível promover o encontro racional e equilibrado do homem com a natureza.
Para assegurar o futuro desse ecossistema singular e exuberante, com aproximadamente 230 espécies de peixes, 15 variedades de corais e 5 tipos de tubarões, além de golfinhos e tartarugas, estudados pelo Projeto Golfinho Rotador e pelo Projeto Tamar, respectivamente, foi instituída uma Taxa de Preservação Ambiental e implantada uma legislação que proíbe atividades prejudiciais à natureza, desde acampar até catar conchinhas na praia.
Na única ilha habitada, também chamada Fernando de Noronha, as praias localizadas na face voltada para o Brasil, conhecida como Mar de Dentro, têm águas extremamente calmas, entre os meses de abril e novembro, ideais para banho e mergulho, com uma visibilidade que pode chegar a 50 metros . Nos demais meses, a mudança das condições do mar favorecem a prática do surfe, com ondas de 2 metros , em média, e picos que ultrapassam 5 metros .
Deste lado, ficam praias belíssimas, como Quixaba, Bode, Americano, Boldró, Conceição, Praia do Meio e Cachorro, mas os grandes destaques são para Cacimba do Padre, Sancho e Baía dos Porcos, todas de beleza excepcional, sem contar a extraordinária Enseada dos Golfinhos, balneário exclusivo destes simpáticos cetáceos, onde os humanos não podem ir, apenas observar os flippers, de longe, entrar na baía aos bandos, pela manhã, e ficar brincando durante horas.
No agitado Mar de Fora, região voltada em direção à África e acalmada em alguns pontos pelos arrecifes, a Praia de Atalaia e a Baía de Sueste, são magníficas, embora, no quesito plasticidade, a espetacular Praia do Leão reine de forma absoluta.

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