Oceanos pedem ajuda
Pesca irregular coloca 475
espécies marinhas em perigo de extinção no Brasil. A vida marinha do Brasil
está em risco pela pesca predatória. Desde 2011, o governo brasileiro não faz
acompanhamentos nem divulga dados oficiais sobre a pesca gerando prejuízo as
espécies marítimas.
Entre os impactos mais comuns
estão a pesca excessiva onde pesqueiras usam técnicas pouco sustentáveis e
irregulares, a captura de fauna acompanhante onde cada ano 7 milhões de
toneladas de organismos marinhos são capturados acidentalmente por estarem nas
áreas de pesca sendo jogados mortos de volta ao mar e a destruição de habitats
entre estes corais e outros provocados pela poluição de plásticos, mercúrios,
antibióticos e vazamento de óleo.
Para desenvolver políticas
públicas no setor é preciso que o governo incentive atividades, regule preços e
estoque, uma ação hoje inexistente no país. Para os especialistas da ONG
Oceana, organização internacional dedicada a proteger a biodiversidade dos
oceanos, no Brasil não é possível saber quantos barcos ou pescadores existem,
nem quanto é capturado de cada espécie ou desembarcado e descartado no mar.
Neste sentido o governo e a
sociedade não conseguem ter referencias da sobrepesca de uma espécie.
“Precisamos coletar dados e monitorar dados, isso é importante para garantir a
continuidade da atividade, evitando o colapso das pescarias e garantir que os
estoques não ficarão ameaçados” explica Wagner Filho, integrante da Oceana.
Com o objetivo de sensibilizar os
ministros com a atividade pesqueira e a coleção de dados sérios a Oceana criou
a campanha #Oceanospedemajuda que iniciou no mês de dezembro e se prolongará ao
longo de 2017 até alcançar os objetivos planejados. Um destes objetivos é
garantir o compromisso dos ministros Blairo Maggi, da Agricultura, e Jose
Sarney Filho do Meio Ambiente de divulgar em 2017 dados da pesca e desembarque.
Até o momento, só o ministro Blairo Maggi cedeu a campanha.
O projeto mostra a urgência dos
ecossistemas marítimos, nos quais é necessário evitar pescar acima da
capacidade de reposição ou dos estoques para manter o equilíbrio ecológico.
No Brasil existem entre as
espécies aquáticas 475 em perigo de extinção, sendo 100 espécies de peixes marinhos
ameaçados pela pesca excessiva. Dentro deste grupo encontra-se também raias,
tubarões, garoupas, entre outras.
As espécies não estão inclusas na
Lista Nacional de Espécies de Peixes e Invertebrados Aquáticos Ameaçados de
Extinção da portaria 445/2014 do Ministério do Meio Ambiente, no entanto o
Tribunal Regional Federal reverteu o julgamento e a lista passa a vigorar com
nova publicação ano que vem proibindo a captura das espécies com exceção de 14
delas que podem ser capturadas até 1 de março de 2017. Esta situação além de
levar ao colapso das pescarias pode gerar fortes prejuízos econômicos e
sociais.
Segundo dados do IBAMA os estudos
consolidados da pesca brasileira vão até 2007, monitoramento que foi
interrompido com a criação do Ministério da Pesca. Atualmente só o Estado de
São Paulo realiza estes levantamentos, insuficientes para desenvolver políticas
públicas no setor.
Para participar da campanha os
interessados podem mandar um e-mail, ou marcar os ministros Sarney e Maggi no
Facebook ou no Twitter. Está disponível também um vídeo no portal Oceano pede ajuda.
Os internautas podem também usar os próprios perfis para criar novos posts e
tuites sobre a temáticas. Para os organizadores o projeto já é de extrema
importância para a conservação dos recursos pesqueiros no Brasil e pretendem
manter a campanha até que as informações sejam coletadas e divulgadas
adequadamente, independentemente dos esforços e tempo de duração.
Fonte: Katherine Rivas - Envolverde
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