Meio Ambiente ou Marketing e Consumismo - Seriam estes os presentes que as crianças mais querem
Quem já não participou de uma
conversa animada entre amigos quando o assunto eram fatos vividos na infância?
Volta e meia, essas recordações acontecem e raramente o que nos salta primeiro
à lembrança são os presentes que ganhamos, exceto quando vinham carregados de
alguma história ou significado especial.
No entanto, como em todos os
anos, muitos pais e familiares estarão às voltas nestas festas com a busca de
presentes para suas crianças. É claro que a intenção de fazê-las felizes é a
maior razão de tantos sacrifícios de tempo ou dinheiro, porém, presenteá-las
com algo valioso e inesquecível, gastando o mínimo e ainda gerando recordações
que as acompanharão para sempre, também é perfeitamente possível. A questão é o
quanto estamos determinados a resgatar das mãos do marketing o conceito de
felicidade com o qual ele tenta revestir produtos e serviços diversos.
Diferentemente desta felicidade
artificial que o marketing tanto propaga, as crianças, quando livres no seu
brincar, encontram prazer e alegria em coisas que quase nem percebemos. Numa
viagem rápida pela própria imaginação, elas mergulham em cenários cuja beleza
nenhum brinquedo – ainda mais concebido e fabricado por adultos – pode
reproduzir.
Forçando um pouco a memória,
talvez nos recordemos de uma boneca de pano ou do carrinho de lata que alguém
nos ajudou a fazer. Provavelmente nos volte à memória a euforia com a qual
acordávamos para uma viagem de férias ou mesmo para a casa de um parente mais
próximo. Ir encontrar os avós, fosse no aeroporto ou num ponto de ônibus, podia
nos render horas de expectativa. Enfileirar cadeiras na sala para apresentar à
família envolvida uma risonha e mambembe peça teatral era um espetáculo e
tanto. Construir um brinquedo com o envolvimento de um adulto então, melhor que
não ficasse pronto tão cedo a fim de prolongar um momento tão bom. Exemplos
assim são fragmentos minúsculos do arsenal de ideias que podemos colocar em
prática, usando o tempo que iremos gastar percorrendo lojas nos shoppings atrás
de objetos que perderão a felicidade que prometem antes mesmo que a inclemente
fatura do cartão de crédito nos seja entregue.
Se perguntarmos, hoje, a uma
criança alvejada por comerciais sobre o que ela deseja ganhar, na maioria das
vezes, sua resposta será automática, além de praticamente em coro com milhões
de outras crianças que estarão pedindo por um mesmo produto, da mesma marca, do
mesmo tamanho ou até da mesma cor. E isto sem que nos debrucemos a pensar sobre
o quanto essa padronização do desejo pode afetar a construção da identidade dos
pequenos e, mais tarde, suas próprias convicções adultas.
Ante a perspectiva de ver nossas
crianças crescerem desejando o que o marketing deseja para elas, é de pasmar o
contrassenso expresso nas assinaturas de tantos comerciais; “Para você que sabe
o que quer” ou “Quem sabe o que quer, vai mais longe!”. Neste contexto
contraditório das vendas, essas assinaturas são ocas de fundamento, ao passo
que podem se tornar verdadeiras se estivermos com nossas crianças, nomeando
suas características individuais e gerando condições para sua expressão
própria.
Dado o bombardeio diário e das
bem engendradas mensagens endereçadas aos pontos mais frágeis das crianças,
provavelmente a maioria delas prefira os produtos anunciados muito mais do que
os presentes marcados pelo afeto e pela correspondência com seus anseios
legítimos. Cabe, no entanto, àqueles que realmente querem o melhor para elas,
não abrir mão do que acreditam. Nada é mais convincente para uma criança do que
ver nos adultos de quem elas dependem a convicção de que ser é melhor do que
ter e a alegria de construir junto com elas uma felicidade possível e uma
história de infância rica de inventividade e ternura que elas não se cansarão
de lembrar e contar.
Crianças
e o futuro do nosso planeta
A educação que se recebe em casa
é o que determina as atitudes e as posturas dos filhos frente ao mundo. Uma
criança que aprende o respeito e valores dentro de casa, através do exemplo de
seus pais, crescerá e se tornará um adulto comprometido em todos os aspectos,
inclusive no respeito ao nosso planeta. A educação das crianças cada dia está
sendo levada a sério pelas creches, escolas, avós, irmãos mais velhos,
companheiros do colégio e do pátio, além dos meios de comunicação.
Como eu posso garantir o
desenvolvimento sustentável? Com atitudes simples, como fechar a torneira
enquanto escova os dentes, não demorar no banho, jogar o lixo nos locais
apropriados, comprar carros movidos a combustíveis alternativos, engajar-se em
movimentos de ajuda comunitária, não depredar o patrimônio natural, limpar o
quintal de sua casa, tratar com respeito as pessoas diferentes de você, e por
aí vai.
Promover o desenvolvimento
sustentável significa conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação
ambiental e o fim da pobreza. Em outras palavras, todos precisam gerar riquezas
com o objetivo de distribuí-las do modo equilibrado, a fim de melhorar a
qualidade de vida de todos, mas levando em conta a qualidade ambiental do
Planeta.
As metas do desenvolvimento sustentável
são estas: satisfação das necessidades básicas da população, solidariedade para
com as gerações futuras, preservação dos recursos naturais, elaboração de um
sistema social que garanta emprego, segurança social e respeito a outras
culturas, programas educativos e participação de cada um de nós nessa
preservação.
Se realmente queremos deixar um
mundo melhor para nossos filhos, a melhor coisa a fazermos é formar nas nossas
crianças uma consciência ecológica desde cedo. Nosso planeta agradece.
Fonte: Maria Helena Masquetti - Psicologa
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