Como Identificar Plásticos
Das empresas brasileiras que se dedicam à recuperação e/ou
reciclagem de materiais plásticos, uma grande parte trabalha apenas com
resíduos industriais, os quais, quando provenientes de empresas idôneas
apresentam qualidade muito boa tanto com relação á homogeneidade, quanto á
contaminação por outros plásticos ou materiais.
Porém, devido ao baixo custo da matéria-prima, várias
pequenas e microempresas operam com plásticos coletados em lixões, centros de
triagem de lixo, sucateiros que adquirem materiais de catadores, lixo da
indústria e comercio. Sabe-se que alguns recicladores utilizam, inclusive,
plástico de lixo hospitalar e embalagens de defensivos agrícolas. A dificuldade
em reciclar os resíduos plásticos reside, justamente, no fato de que estes se
encontram misturados, existindo a necessidade de se separar os diferentes
tipos, por serem incompatíveis entre si e não poderem ser processados em
equipamento convencional.
Sendo assim, os recicladores procuram adquirir a
matéria-prima desejada previamente separada, embora sempre haja necessidade
proceder a uma inspeção visual para separar plásticos indesejados, os quais
invariavelmente estão presentes em cada lote recebido.
A separação dos diversos plásticos por tipo de resina é um
problema que também ainda não foi resolvido e é um dos motivos que tem
restringido a reciclagem dos plásticos. Apesar dos muitos estudos e pesquisas
já realizados e em desenvolvimento não se chegou, até hoje, a um processo que
possam, de maneira rápida, automática e eficiente, efetuar a perfeita separação
dos plásticos. Muitos artefatos são fabricados com mais do que um tipo de
resina, o que dificulta ainda mais a separação.
Entretanto, já existe no exterior e começa a ser aplicada
por algumas empresas brasileiras, uma codificação das resinas utilizadas na
fabricação de artefatos plásticos. A ideia é imprimir, no artefato ou na
embalagem ou no rótulo, o código correspondente à resina utilizada ou as preponderantes
quando de uma mistura.
Esse sistema desenvolvido para auxiliar os recicladores a
identificar e separar os plásticos manualmente, enquanto se aguarda o
desenvolvimento de um sistema automático para cumprir esta tarefa.
Existe outra forma simples de identificar alguns dos
plásticos encontrados no lixo. Essa metodologia é baseada em algumas
características físicas e de degradação térmica dos plásticos Pode também, ser
muito útil quando existirem dúvidas quanto ao tipo de resina. Algumas dessas
características são mostradas a seguir.
Polietilenos de baixa e de alta densidade: baixa
densidade (flutuam na água); amolecem a baixas temperatura (PEBD=85ºC; PEAD =
120ºC); queimam como vela liberando cheiro de parafina; superfície lisa e
"cerosa".
Polipropileno: baixa densidade (flutua na
água); amolecem à baixa temperatura (150ºC); queimam como vela liberando cheiro
de parafina; quando apertados na mãos fazem barulho semelhante ao celofane.
Poli (cloreto de vinila): alta densidade
(afunda na água); amolecem à baixa temperatura (80ºC); queima com grande dificuldade
liberando um cheiro acre; é soldavél através de solventes (cetonas).
Poliestireno: alta densidade (afunda na água);
quebradiço; amolecem a baixas temperaturas (80 a 100ºC); queimam relativamente
fácil liberando cheiro de "estireno"; é afetado por muitos solventes.
Poli (tereftalato de etileno): alta densidade
(afunda na água); muito resistente; amolecem à baixa temperatura (80ºC); utilizado
no Brasil em embalagens de refrigerantes gasosos e começando a ser utilizado em
embalagens de óleos vegetais, água mineral etc.
Pode-se verificar, pelo exposto anteriormente, que os plásticos
têm algumas características diferentes entre si que podem se úteis para a sua
separação.
De fato, grande parte, senão a maioria das empresa
recicladora de plástico de lixo , faz a separação e purificação dos plásticos a
través da diferença de densidade (alguns plásticos flutuam na água, outros
submergem e desta forma podem ser separados).
Além disso, algumas embalagens e alguns artefatos são tão
tradicionais que a sua identificação torna-se relativamente simples.
Materiais x Tipos de
plástico
*Baldes, garrafas de álcool, bombonas: PEAD
*Condutores para fios e cabos elétricos: PVC, PEBD, PP
*Copos de água mineral: PP e OS
*Copos descartáveis (café, água, cerveja etc.): OS
*Embalagens de massas e biscoitos: PP, PEBD
*Frascos de detergentes e produtos de limpeza: PP, PEAD,
PEBD e PVC
*Frascos de xampus e artigos de higiene: PEBD, PEAD, PP
*Gabinetes de aparelhos de som e TV: OS
*Garrafa de água mineral: a maioria fabricada em PVC, porém,
também se encontram em PEAD, PP e PET
*Garrafas de refrigerantes: fabricada em PET, com a base em
PEAD e a tampa em PP com retentor em EVA
*Isopor: OS
*Lona agrícola: PEBD, PVC
*Potes de margarinas: PP
*Sacos de adubo: PEBD
*Sacos de leite: PEBD
*Sacos de lixo: PEBD, PVC
*Sacos de ráfia: PP
*Tubos de água e esgoto: a maior parte fabricada em PVC, porém,
também se encontram em PEAD e PP
Fonte:
www.cepis.org.pe
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