Brasil avança na conservação das espécies
No dia 18 de dezembro de 2014, foram publicadas, no Diário
Oficial da União, as portarias que divulgaram as Listas de Espécies da Flora e
da Fauna Brasileiras Ameaçadas de Extinção. Assinadas pela ministra do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira, as Portarias nos 443, 444 e 445, também conhecidas
como Listas Vermelhas, são elaboradas pelo Centro Nacional de Conservação da
Flora (CNCFlora), do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e pelo Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A lista de espécies ameaçadas da flora brasileira reconheceu
e protegeu 2.113 espécies de plantas ameaçadas de extinção, em amplo processo
de avaliação que contou com a colaboração de centenas de cientistas. Já para a
lista de espécies da fauna brasileira foram avaliadas, nos últimos cinco anos,
12.256 espécies (incluindo peixes e invertebrados aquáticos), o mais completo
diagnóstico de fauna realizado no mundo. Dessas, 1.173 espécies foram
consideradas ameaçadas de extinção.
Desde a publicação, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) vem
implementando mecanismos previstos nas portarias que buscam conciliar a
atividade econômica com a conservação e recuperação das populações. Segundo o
diretor do Departamento de Espécies do MMA, Ugo Vercillo, com o árduo trabalho
do ministério e suas vinculadas até o ano de 2015, já foram elaborados 59
Planos de Ação Nacional para recuperação e conservação de espécies ameaçadas de
extinção (PANs), contemplando 901 espécies das 3.286 ameaçadas.
“Sabemos que 2.260 espécies ameaçadas de extinção ocorrem em
unidades de conservação (UC), como a arara-azul-de-lear (Anodorhynchusleari),
na Estação Ecológica do Raso da Catarina (BA); o chuveirinho (Paepalanthus
ater), na Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira; e a
Syngonanthusitambeensis, uma espécie de sempre viva, no Parque Estadual do Pico
do Itambé (MG). Temos ainda 702 espécies ameaçadas que são beneficiadas por
ambos instrumentos de conservação, UC e PANs”, explica Ugo. Além dessas
estratégias, 66 espécies de peixes e invertebrados aquáticos contam com medidas
de ordenamento pesqueiro, incluindo a moratória, que conferem sua proteção e
uso sustentável.
Atuação
Apesar da suspensão judicial da Portaria nº 445/2014, que
lista as espécies ameaçadas de peixes e invertebrados aquáticos, cuja decisão
continua a ser questionada pela área jurídica do MMA, o Ministério permanece
atuando para a promoção da conservação e do uso sustentável da biodiversidade
aquática.
Além dos PANs, o MMA promoveu ao longo de 2015, juntamente
com o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), atualmente extinto, a criação de
setecomitês de gestão compartilhada da pesca, foros participativos compostos
por governo e sociedade. Destaca-se ainda a publicação das portarias que
prorrogam as moratórias de pesca do mero (Epinephelusitajara) e do
cherne-poveiro (Polyprionamericanos), espécies de grande porte ameaçadas de
extinção por serem muito vulneráveis aos impactos da atividade pesqueira.
Para 2016, as prioridades são: a implementação dos Planos de
Recuperação voltados às espécies ameaçadas impactadas pela pesca e iniciar a
implementação da Estratégia Nacional para Espécies Ameaçadas de Extinção.
Conforme determinado pelas portarias, para efeito de
compreensão dos critérios e de transparência ao processo, as informações sobre
os critérios utilizados e as avaliações técnico-científicas do estado de
conservação das espécies constantes das listas estão disponíveis nos sites do
CNCFlora e do ICMBIo.
Fonte: Agência Brasil
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