As Mudanças Climáticas
AQUECIMENTO GLOBAL - Aquecimento global é o
aumento da temperatura média dos oceanos e da camada de ar próxima à superfície
da Terra que pode ser consequência de causas naturais e atividades humanas.
Isto se deve principalmente ao aumento das emissões de gases na atmosfera que
causam o efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2).
EFEITO ESTUFA - O Efeito estufa corresponde a
uma camada de gases que cobre a superfície da terra, essa camada composta
principalmente por gás carbônico (CO²), metano (CH4), N²O (óxido nitroso) e
vapor d água, é um fenômeno natural fundamental para manutenção da vida na
Terra, pois sem ela o planeta poderia se tornar muito frio, inviabilizando a
sobrevivência de diversas espécies.
Normalmente parte da radiação solar que chega ao nosso
planeta é refletida e retorna diretamente para o espaço, outra parte é
absorvida pelos oceanos e pela superfície terrestre e uma parte é retida por
esta camada de gases que causa o chamado efeito estufa. O problema não é o
fenômeno natural, mas o agravamento dele. Como muitas atividades humanas emitem
uma grande quantidade de gases formadores do efeito estufa (GEEs), esta camada
tem ficado cada vez mais espessa, retendo mais calor na Terra, aumentando a
temperatura da atmosfera terrestre e dos oceanos e ocasionando o aquecimento
global.
CONSEQUÊNCIAS DO AQUECIMENTO GLOBAL - São
várias as consequências do aquecimento global e algumas delas já podem ser
sentidas em diferentes partes do planeta. Os cientistas já observam que o aumento
da temperatura média do planeta tem elevado o nível do mar devido ao
derretimento das calotas polares, podendo ocasionar o desaparecimento de ilhas
e cidades litorâneas densamente povoadas. E há previsão de uma frequência maior
de eventos extremos climáticos (tempestades tropicais, inundações, ondas de
calor, seca, nevascas, furacões, tornados e tsunamis) com graves consequências
para populações humanas e ecossistemas naturais, podendo ocasionar a extinção
de espécies de animais e de plantas.
CAUSAS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DO AQUECIMENTO GLOBAL -
As mudanças climáticas podem ter causas naturais como alterações na radiação
solar e dos movimentos orbitais da Terra ou podem ser consequência das
atividades humanas.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC),
órgão das Nações Unidas, responsável por produzir informações científicas,
afirma que há 90% de certeza que o aumento de temperatura na Terra está sendo
causado pela ação do homem.
A partir da Revolução Industrial o homem passou a emitir
quantidades significativas de gases de efeito estufa (GEE), em especial o
dióxido de carbono. Neste período, a concentração original de 280 ppm4 deste
gás cresceu até os atuais 400 ppm5, intensificando significativamente o efeito
estufa. Assim, as atividades humanas passaram a ter influência importante nas
mudanças climáticas.
ATIVIDADES HUMANAS QUE CAUSAM O AQUECIMENTO GLOBAL -
Entre as principais atividades humanas que causam o aquecimento global e
consequentemente as mudanças climáticas, a queima de combustíveis fósseis
(derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural) para geração de energia,
atividades industriais e transportes; conversão do uso do solo; agropecuária;
descarte de resíduos sólidos (lixo) e desmatamento. Todas estas atividades
emitem grande quantidade de CO² e de gases formadores do efeito estufa.
No Brasil, as mudanças do uso do solo e o desmatamento são
responsáveis pela maior parte das nossas emissões e faz o país ser um dos
líderes mundiais em emissões de gases de efeito estufa. Isto porque as áreas de
florestas e os ecossistemas naturais são grandes reservatórios e sumidouros de
carbono por sua capacidade de absorver e estocar CO². Mas quando acontece um
incêndio florestal ou uma área é desmatada, esse carbono é liberado para a
atmosfera, contribuindo para o efeito estufa e o aquecimento global. Mas as
emissões de GEE por outras atividades como agropecuária e geração de energia
vem aumentando consideravelmente ao longo dos anos.
PRINCIPAIS GASES DE EFEITO ESTUFA (GEE) - Os
principais gases de efeito estufa são o dióxido de carbono (CO2), o metano e o
óxido nitroso. O CO2 é o gás que tem maior contribuição para o aquecimento
global, pois representa mais de 70% das emissões de GEE e o seu tempo de
permanência é de no mínimo cem anos, resultando em impactos no clima ao longo
de séculos. A quantidade de metano (CH4) emitida para a atmosfera é bem menor,
mas seu potencial de aquecimento é vinte vezes superior ao do CO2. No caso do
óxido nitroso e dos clorofluorcarbonos (CFCs), suas concentrações na atmosfera
são menores, mas o seu poder de reter calor é de 310 a 7.100 vezes maior do que
do que o CO2.
PAÍSES QUE MAIS EMITEM GASES DE EFEITO ESTUFA -
Historicamente, por conta do desenvolvimento industrial os países desenvolvidos
tem sido responsáveis pela maior parte das emissões de GEE, mas os países em
desenvolvimento vêm aumentando consideravelmente suas emissões. Atualmente, a
China ocupa o primeiro lugar do ranking, seguido por Estados Unidos, União
Europeia e pelo Brasil.
O que podemos fazer para
combater o aquecimento global
Existem várias maneiras de reduzir as emissões dos gases de
efeito estufa e os efeitos no aquecimento global. Diminuir o desmatamento,
investir no reflorestamento e na conservação de áreas naturais, incentivar o
uso de energias renováveis não convencionais (solar, eólica, biomassa e
Pequenas Centrais Hidrelétricas), preferir utilizar biocombustíveis (etanol,
biodiesel) a combustíveis fósseis (gasolina, óleo diesel), investir na redução
do consumo de energia e na eficiência energética, reduzir, reaproveitar e
reciclar materiais, investir em tecnologias de baixo carbono, melhorar o
transporte público com baixa emissão de GEE, são algumas das possibilidades. E
estas medidas podem ser estabelecidas através de políticas nacionais e
internacionais de clima.
O que faz a Convenção
Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima
A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima
(UNFCCC, em inglês) é uma base de cooperação internacional em que os seus
países membros buscam estabelecer políticas para reduzir e estabilizar as
emissões de gases de efeito estufa em um nível na qual as atividades humanas
não interfiram seriamente nos processos climáticos.
A primeira reunião aconteceu em 1992 durante a Eco 92,
Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de
Janeiro, o texto da convenção foi assinado e ratificado por 175 países,
reconhecendo a necessidade de um esforço global para o enfrentamento das
questões climáticas. Com a entrada em vigor da Convenção do Clima, os
representantes dos diferentes países passaram a se reunir anualmente para
discutir a sua implementação, estas reuniões são chamadas de Conferências das
Partes (COPs).
PROTOCOLO DE QUIOTO - O Protocolo de Quioto
assinado é um tratado internacional que estipulou as metas de reduções
obrigatórias dos principais gases de efeito estufa para o período de 2008 a
2012. Apesar da resistência por parte de alguns países desenvolvidos foi
acordado o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada. Assim, os
países desenvolvidos e industrializados (pertencentes ao Anexo I) por serem
responsáveis históricos das emissões e por terem mais condições econômicas para
arcar com os custos seriam os primeiros a assumir as metas de redução até 2012.
Em 2012, durante a COP 18 em Doha, quando estava previsto a
finalização do Protocolo de Quioto, foi observado o não atingimento das metas
por diversos países e o protocolo foi prorrogado até 2020. Em 2020, quando o
Protocolo de Kyoto perder sua validade, espera-se que os países busquem um novo
acordo com metas para todos os países, incluindo os países em desenvolvimento.
Essa será a principal discussão da COP de 2015, em Paris.
COP 2015 - A 21ª Conferência do Clima (COP 21)
será realizada em dezembro de 2015, em Paris, e terá como principal objetivo
costurar um novo acordo entre os países para diminuir a emissão de gases de
efeito estufa, diminuindo o aquecimento global e em consequência limitar o
aumento da temperatura global em 2ºC até 2100. A partir da elaboração da
Convenção durante a Rio-92, veja a seguir os principais destaques sobre o tema
ao longo desses 23 anos.
MDL - O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL) é um instrumento que integra o Protocolo de Quioto e permite que os
países desenvolvidos pertencentes ao Anexo I invistam em projetos para redução
de emissões em países em desenvolvimento. As emissões reduzidas são
contabilizadas e geram créditos de carbono que podem ser comercializadas no
comércio de emissões. Este instrumento de mercado possibilita que os países que
tenham obrigatoriedade de reduzir suas emissões possam comprar créditos de
carbono de um país que já tenha atingido a sua meta, e, portanto, tem créditos
excedentes para vender.
REDD - É uma sigla que significa Redução de
Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, este mecanismo foi criado
para incentivar que as florestas sejam preservadas para evitar o desmatamento e
consequentemente as emissões de gases de efeito estufa. Este mecanismo surgiu
em 2013, durante a Conferência das Partes em Bali na Indonésia, posteriormente
incluíram no seu conceito atividades de conservação, manejo sustentável das
florestas em países em desenvolvimento, denominado REED+ (REED plus, em inglês).
Embora a Política Internacional de REDD ainda esteja em construção, já existe
uma série de iniciativas no mundo que estão aplicando este mecanismo. No Brasil
o WWF em parceria com o governo do Acre vem apoiando a construção do REDD no
âmbito do programa de pagamentos por serviços ambientais. O REDD é uma
importante ferramenta para os países com florestas nativas para contribuir para
a conservação, redução do desmatamento e das emissões de gases de efeito
estufa.
Fonte: WWF
Parabéns!!!
ResponderExcluirDidático
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