Ecossistemas marinhos podem levar milênios para se recuperar do aquecimento global
Em todo o planeta, são diversos
os locais cuja biodiversidade encontra-se ameaçada. O clima e a mudança de
clima podem afetar os ecossistemas e a biodiversidade de várias maneiras. Os
oceanos do mundo estão diante de uma ameaça maior do que se supunha
anteriormente, proveniente de um "trio mortal" composto por
aquecimento global, nível de oxigênio em declínio e acidificação.
"A escala e a velocidade da
perturbação de carbono atual, e a resultante acidificação do oceano, são
inéditas na história conhecida da Terra", segundo o relatório feito com a
União Internacional para a Conservação da Natureza.
Os oceanos estão se aquecendo por
causa do calor resultante do acúmulo de gases do efeito-estufa na atmosfera.
Fertilizantes e esgoto que vão parar nos mares podem provocar a proliferação de
algas, reduzindo os níveis de oxigênio nas águas.
E o dióxido de carbono no ar pode
formar um ácido fraco quando reage com a água do mar. "O ‘trio mortal' de
acidificação, aquecimento e desoxigenação está afetando gravemente a
produtividade e a eficiência do oceano", diz o estudo.
Os ecossistemas oceânicos
alterados pelas rápidas mudanças climáticas podem exigir milhares de anos para
se recuperar, de acordo com um estudo realizado por cientistas norte-americanos
em conchas fossilizadas no fundo do mar divulgado nesta segunda-feira (30 março
2015).
Os trabalhos, liderados pela
ecologista marinha Sarah Moffitt, da Universidade da Califórnia, mostram que o
aquecimento global e a desoxigenação das águas do oceano provocada pela
elevação das temperaturas podem modificar muito rapidamente a ecologia do meio.
A recuperação pode levar milhares
de anos e não séculos como se pensava anteriormente, concluíram os
pesquisadores, cujo estudo foi publicado nos anais da Academia Americana de
Ciências (PNAS).
Os cientistas analisaram mais de
5.400 fósseis de invertebrados, de ouriços a moluscos, em uma amostra de
sedimentos marinhos ao longo de Santa Barbara, Califórnia (oeste).
Os sedimentos extraídos a dez
metros de profundidade do fundo do mar remontam a 3.400 e 16.100 anos atrás, e
permitem começar a entender o que aconteceu com estes ecossistemas durante e
após o último grande período de glaciação, há 110.000 e 10.000 anos atrás.
Os cientistas estimam que os
níveis de oxigênio nos oceanos diminuíram em proporções limitadas — de 0,5 a
1,5 mililitro por litro de água em menos de um século. Isso mostra que mesmo
pequenas mudanças podem ter efeitos drásticos sobre os ecossistemas do fundo do
mar.
Os resultados sugerem que a
mudança climática global pode causar efeitos semelhantes sobre os ecossistemas,
que precisariam de milhares de anos para se recuperar.
“Este fenômeno observado no
passado nos mostra o quão sensíveis são os ecossistemas às mudanças climáticas
na Terra, com consequências que duram milênios”, avaliou Moffitt.
Fonte: www.noticias.terra.com.br
Comentários
Postar um comentário