O Carbono e nós
O carbono é um elemento sólido em
seu estado natural, vem da palavra latina carbo que significa carvão, sua massa
atômica é 12u e seu número atômico é 6. Além desses dados ele também é a base
para a química orgânica, que estuda, entre outras coisas as ligações de carbono
e atualmente conhece-se cerca de dez milhões de compostos carbônicos e na
natureza pode ser encontrado em diversas formas alotrópicas (do grego allos
outro tropos forma), ou seja, encontrado em diversas formas como amorfo
(grafite) e cristalino (diamante).
Outro fator representativo em
relação ao carbono é que não somente ele está em todos os seres vivos como
também ele é a base da vida nesse planeta e ainda suas utilidades para o modo
de vida que temos, vão desde os testes arqueológicos do Carbono 14 que datam a
idade de diversos achados arqueológicos ou palentológicos como também em
estruturas para diversos segmentos da indústria como a aeroespacial, bens de
consumo e equipamentos de segurança.
No âmbito geológico, o carbono
tem um papel preponderante, sendo destacado a sua ligação com duas moléculas de
oxigênio que acabam por gerar o dióxido de carbono (CO²), elemento esse entre
os principais para o efeito estufa e o ciclo do carbono.
Pelo carbono, ainda pode-se dizer
que é a sua decomposição orgânica que gera os combustíveis fósseis como gás e o
petróleo.
Carbono a
palavra do dia
Carbono é a palavra mais debatida
por diversos motivos, mas em termos gerais por que ganhou termos de moeda. Os
debates giram em torno de dois pontos, o primeiro deles é o sequestro de
carbono (política oficial dos EUA que não é signatária do protocolo de Quioto)
e o mercado de carbono. O primeiro modelo refere-se a criar sumidouros de
carbono na Biosfera, oceanos e subsolo, além de melhorar o genoma de microrganismos
que atuam no ciclo do carbono entre outras medidas e o mercado de carbono
trata-se de desenvolvimento de MDLs (Medidas de Desenvolvimento Limpo) além de
cotar empresas pela sua emissão anual de carbono, fazendo que uma empresa que
polua mais tenha de comprar créditos de carbono.
O que de fato ocorre, é que não
se trata unicamente do carbono e sim de um conjunto de situações para uma outra
posição. A primeira delas é de que se trata de de uma série de ações, não
apenas do carbono, mas também de metano e outros. Tais gases são produzidos em
maior escala durante a produção de energia, seja por carros, usinas ou
fábricas. O carbono se tornou expressivo pelo seu contexto genérico, mas não se
deve tê-lo apenas como o principal gás.
Um ponto defendido por alguns
ambientalistas ainda leva em conta que o mercado de créditos de carbono não
leva em consideração com a atitude devida os países em desenvolvimento como
lares de diversas multinacionais e além disso um programa mais profundo de
conscientização em relação ao consumo de energia e a reciclagem de produtos bem
como a diminuição de uma pesada indústria de consumo de bens.
O Mercado
da Poluição
Chamado por alguns como o preço
da culpa, ou ainda que se compara a poder pecar desde que você pague depois
pelos seus pecados, o mercado de créditos de carbono vem sendo, além de um dos
assuntos mais debatidos dentro do grande debate que é o aquecimento global é
também uma das grandes novidades de nossos tempos.
O Mercado de carbono funciona de
acordo com prefixação do Protocolo de Quioto a respeito de quanto as indústrias
de alguns países podem emitir de GEEs (Gases do Efeito Estufa). Baseado nisso
os países podem negociar nacional ou internacionalmente os certificados de
emissão. Ainda de acordo com o acordo que criou os mercados de carbono ficou
convencionado de que a tonelada CO² seria o equivalente a um crédito de
carbono. Além disso ainda existem outros gases que podem ser negociados como o
metano (equivalente a 21 créditos de carbono), Óxido Nitroso (equivalente a
310), Hidrofluorcarbonetos (140 a 11700), Perfluorcabonetos (6500 a 9200) e
Hexafluoreto de Enxofre (equivalente 23900).
Além dos mercados de carbono
obrigatórios referentes aos países que pertencem ao Anexo 1 do protocolo de
Quioto também existem os mercados voluntários, ou seja, países que não tem a
obrigação com o Protocolo de Quioto podem negociar seus créditos de carbono
também como em bolsas como a Bolsa do Clima de Chicago.
Algumas outras medidas também
estão sendo avaliadas para entrarem no comércio de crédito de carbono como incentivo
para outras medidas redutoras do aquecimento global como contabilizar o consumo
de carbono por áreas florestais em determinados países e sumidouros de carbono.
Outra forma também de incentivar
a diminuição do aquecimento global é o financiamento de Medidas de
Desenvolvimento Limpas (MDLs)a países como o Brasil (não pertencentes ao Anexo
1) que por sua vez geram passivamente créditos de carbono.
De uma forma geral, salvar o
planeta vem se mostrando ser um negócio muito lucrativo, pois além de
negociar-se GEEs também existe todo um mercado para produtos relacionados a
sustentabilidade como prédios de energia zero, casas sustentáveis e além ainda
mais um infinidade de produtos ecologicamente corretos e economicamente
inacessíveis. Muitos pesquisadores e ecologistas chamam a atenção para que o
fato do aquecimento global seja talvez um assunto exacerbado pela mídia e acabe
por deixar de lado outras questões pertinentes como a tomada de consciência
pelo decréscimo do consumo de energia, a diminuição do consumo exacerbado e
desenfreado de bens de consumo.
Dentre as medidas apontadas como
sendo descartadas, ou ainda absolutamente negadas dentro de uma consciência de
bem estar ambiental está a diminuição da pobreza , a procura pelo controle de
natalidade, a diminuição da jornada de trabalho e utilização do tempo útil para
aprimoramento da consciência e ainda a busca de soluções economicamente acessíveis
de moradia que seja menos agressivas ao ambiente urbano, seja da forma visual
ou ecológica.
Fonte: Marcelo Hammoud
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