HOTSPOTS
O conceito Hotspot foi criado em
1988 pelo ecólogo inglês Norman Myers para resolver um dos maiores dilemas dos
conservacionistas:
Quais as áreas mais importantes
para preservar a biodiversidade na Terra?
Ao observar que a biodiversidade
não está igualmente distribuída no planeta, Myers procurou identificar quais as
regiões que concentravam os mais altos níveis de biodiversidade e onde as ações
de conservação seriam mais urgentes. Ele chamou essas regiões de Hotspots.
Hotspot é, portanto, toda área
prioritária para conservação, isto é, de alta biodiversidade e ameaçada no mais
alto grau.
É considerada Hotspot uma área
com pelo menos 1.500 espécies endêmicas de plantas e que tenha perdido mais de
3/4 de sua vegetação original.
Interferência
humana já impacta 85% dos hotspots de biodiversidade
Um novo estudo internacional
mostra que as regiões que abrigam 75% dos vertebrados ameaçados estão sendo
mais afetadas pelas atividades humanas do que se pensava.
Grande parte das 35 regiões
classificadas como hotspots de biodiversidade ao redor do mundo sofrem com a
influência das atividades humanas, concluíram pesquisadores australianos.
Abrigando três quartos dos
mamíferos, aves, répteis e anfíbios da Terra, muitos deles endêmicos (que não
ocorrem em outros locais) e ameaçados de extinção devido à perda de habitat,
esses locais são prioritários para a conservação.
“Os hotspots onde se pensava que
havia a maior cobertura de vegetação natural têm registrado os maiores
declínios aparentes, então estamos em níveis críticos”, notou o principal autor
do estudo, Sean Sloan, da Universidade James Cook (Austrália).
Os pesquisadores usaram imagens
de satélite de resolução moderada e alta e o Google Earth, localizando
estradas, habitações e incêndios – para mapear as áreas de vegetação ainda não
perturbadas e concluíram que cerca de 15% da cobertura original (mais de 3,5
milhões de Km²) permanece intacta.
Eles encontraram a maior perda de
vegetação nativa nas florestas tropicais da cordilheira Gates Ocidental
(Índia), nas ilhas do Pacífico, nas Montanhas do Cáucaso e da Ásia Central, no
sul da África e no Japão.
Os autores alertam que menos de
5% da vegetação original persiste na Mata Atlântica brasileira (um dado ainda
mais alarmante do que o constatado pela SOS Mata Atlântica), na costa leste da
África, na península anatoliana (Irã e Turquia), em Madagascar, no Mediterrâneo
e na região da Micronésia-Polinésia.
A região da Ásia-Pacífico é a de
maior preocupação, já que tem a mais alta concentração de hotspots no mundo. Os
cientistas pedem por mais recursos para a conservação e por mais ações para
acabar com a perda de habitats.
“Estamos em uma batalha global
pela conservação, mas, ao contrário de um médico de campanha, não podemos
simplesmente focar naqueles hotspots que tem a maior probabilidade de
sobreviver”, disse Sloan.
“Cada um tem uma biodiversidade
única, então perder até mesmo um seria catastrófico”, completou.
O co-autor do estudo, William
Laurance, da mesma universidade, disse que os habitats são cruciais para a
biodiversidade mundial.
“Se perdermos os hotspots,
diremos adeus para mais da metade de todas as espécies da Terra. Seria
comparável ao evento de extinção em massa que matou os dinossauros”, alertou
Laurance.
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