Sinecologia
A sinecologia é o ramo da ecologia que estuda as
comunidades ou podemos citar o conjunto de populações que habitam uma mesma
área ao mesmo tempo, ou seja, as relações entre os indivíduos de várias
espécies e o meio em que eles vivem. Ao contrário da ecologia clássica
(autoecologia), voltada para o estudo dos indivíduos, a sinecologia objetiva
compreender a influência da dinâmica das populações por meio do estudo das
relações entre os indivíduos de uma espécie e os fatores ambientais, nos
ecossistemas e nas próprias comunidades.
A sinecologia aborda também, os conceitos relacionados à transferência de
energia e matéria nos ecossistemas (ciclos tróficos e de biomassa).
Assim como o termo autoecologia,
o termo sinecologia foi utilizado pela primeira vez botânico Carl Schroter (Die
Vegetation Des Bodensees, 1902) e adotado durante o III Congresso Internacional
de Botânica de Bruxelas (1910), mas ainda como um campo pouco explorado devido
às restrições teóricas existentes na época. Apenas com o surgimento da concepção
holística que culminou na Teoria Geral dos Sistemas publicada por Bertalanffy
em 1968, e das descobertas nas áreas eletrônica e atômica é que a sinecologia
passou a contar com os instrumentos necessários para estudar sistemas complexos
e iniciar sua fase experimental.
Em 1974 durante o I Congresso
Internacional de Ecologia a sinecologia é defendida como o único escopo
verdadeiro da ecologia. No entanto, também é admitida a dificuldade ainda
existente em se realizar estudos que adotem essa abordagem, ressaltando a
realidade de que o estudo das comunidades, na maioria dos casos, resume-se,
praticamente, a mera compilação de dados colhidos de forma independente.
Mesmo assim, o estudo das
comunidades continua como princípio fundamental para a compreensão dos sistemas
ecológicos e das comunidades que, segundo a teoria geral dos sistemas, possui
características genuinamente novas que existem apenas em níveis superiores, de
maior complexidade, e não no nível dos indivíduos, as chamadas características
emergentes. Sendo assim, algumas propriedades dos ecossistemas não poderiam ser
entendidas através apenas do estudo de suas partes constituintes, mas exigiriam
uma abordagem integrada.
Na prática a sinecologia
atualmente divide-se em duas abordagens: a estática e a dinâmica. A primeira,
também chamada de sinecologia descritiva, busca obter conhecimentos sobre a
composição, frequência, distribuição e outras características dos grupos, o que
faz através do estudo descritivo destes grupos em um ambiente determinado. Já a
sinecologia dinâmica, ou sinecologia funcional, tem seu foco voltado para a
descrição dos grupos a suas inter-relações (inclusive dos indivíduos) sob um
aspecto dinâmico, podendo ainda subdividir-se no estudo da composição das
comunidades (agrupamentos de indivíduos), ou no estudo da estrutura destas
comunidades (em botânica, por exemplo: estruturas arbóreas, herbáceas e etc.).
Fonte: www.infoescola.com
Comentários
Postar um comentário