Cientistas desenvolvem vacina para salvar as populações de abelhas
São muitos os perigos para as
abelhas nos dias de hoje. Agrotóxicos, doenças e até estresse estão ligados ao
colapso de colmeias dos polinizadores fundamentais para a produção de alimentos
em todo o mundo. Enquanto diversos estudos apontam para o declínio das
populações de abelhas, Dalial Freitak e Heli Salmela, da Universidade de
Helsinque, buscam formas de salvá-las.
Trabalhando com insetos e o
sistema imunológico ao longo de sua carreira, começando com mariposas, Freitak
notou que, se a geração dos pais é exposta a certas bactérias através de sua
comida, suas crias mostram respostas imunes elevadas.
Acontece que, diferente dos
mamíferos, os insetos não tem nenhum sistema de memória imunológica, como os
anticorpos, e a pesquisadora não entendia direito como o processo acontecia.
Foi então que, já na Universidade
de Helsinque Dalial Freitak encontrou Salmela, que trabalhava com a
vitelogenina, uma proteína que dá origem a formação da gema do ovo e tem
ligação direta com o desenvolvimento das abelhas. Os cientistas descobriram que
quando as abelhas rainhas comiam algo que causasse doenças, a vitelogenina era
ativada e transmitia informações de respostas imunes futuras aos ovos da
rainha, realizando a imunização.
“Agora descobrimos o mecanismo
para mostrar que você pode realmente vacinar as abelhas. Você pode transferir
um sinal de uma geração para outra”, afirmou Freitak.
Os pesquisadores planejam agora
desenvolver uma vacina contra a loque americana, uma doença bacteriana que é a
mais difundida e destrutiva entre as crias de abelhas. “Nós já iniciamos testes
iniciais. O plano é ser capaz de vacinar contra qualquer micróbio”, afirma
Freitak.
“Precisamos ajudar as abelhas.
Mesmo um pouco teria um grande efeito na escala global. Claro, as abelhas
também têm muitos outros problemas: pesticidas, perda de habitat e assim por
diante, mas doenças surgem juntas com esses problemas de qualidade de vida”,
continuou a pesquisadora.
“Se pudermos ajudar as abelhas a
serem mais saudáveis e se pudermos salvar até mesmo uma pequena parte da
população de abelhas com essa invenção, acho que fizemos nossa boa ação e
salvamos um pouco o mundo.”
Fonte: Revista Galileu
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