Tráfico de animais selvagens é o 4° negócio ilegal mais lucrativo do mundo
Estima-se que entre 20 mil e 30
mil elefantes são abatidos por ano ilegalmente. Desde 2007, o comércio ilegal
de marfim mais do que duplicou. O tráfico de vida selvagem ameaça a
biodiversidade do planeta e coloca em perigo de extinção espécies como os elefantes,
os rinocerontes e os tigres.
O tráfico de espécies selvagens
é, de acordo com a Comissão Europeia, o quarto negócio ilegal mais lucrativo do
mundo, atrás apenas do tráfico de drogas, de seres humanos e do comércio de
armas. Estima-se que o lucro anual da atividade gire em torno de 8 bilhões a 20
bilhões de euros.
O Parlamento Europeu debateu na
quarta-feira (23 Novembro 2016), e vota nesta quinta (24 Novembro 2016), um
relatório que aborda a forma como a UE e os Estados-membros devem intensificar
os esforços para combater o tráfico de espécies selvagens. O documento foi
elaborado pela eurodeputada britânica Catherine Bearder, que defende a
aplicação rigorosa das regras existentes de combate ao tráfico e o reforço na
cooperação entre países de origem, consumidores e de trânsito.
“As causas são, sobretudo, a
procura do mercado e a falta de conhecimento do comprador. É mais fácil
traficar marfim e chifre de rinoceronte do que drogas. O marfim é mais valioso
do que a platina. [Os criminosos] enviam o marfim para a China e regressam da
China com drogas ou armas. É por isso que é necessário que a UE trabalhe em
conjunto. Precisamos que a Europol (Serviço Europeu de Polícia) lide com esse
tipo de crime como um crime organizado”, afirma Catherine.
Nos últimos anos, o tráfico de
vida selvagem alcançou níveis sem precedentes e a procura global por fauna e
flora selvagens e produtos derivados não para de aumentar, segundo informações
do Parlamento Europeu. Além disso, o baixo risco de detenção e as elevadas
contrapartidas financeiras atraem cada vez mais os criminosos organizados, que
utilizam os lucros para financiar milícias e grupos terroristas. Os produtos
traficados são vendidos por meio de canais legais e os consumidores, muitas
vezes, não estão conscientes de sua origem ilegal.
Em fevereiro deste ano, a
Comissão Europeia adotou um plano de ação para combater o tráfico de animais
selvagens. A região é origem, trânsito e destino do tráfico de espécies
ameaçadas de extinção e de espécimes vivos e mortos da fauna e da flora
selvagens. A UE destinou 700 milhões de euros para a aplicação do plano, entre
2014 a 2020.
As prioridades do plano de ação
são a prevenção do tráfico, a redução da oferta e da procura de produtos
ilegais da fauna e da flora selvagens, a aplicação das regras vigentes e o
combate à criminalidade organizada por meio da cooperação entre os serviços de
polícia competentes, designadamente a Europol. Também é prioridade a cooperação
entre os países de origem, de destino e de trânsito, incluindo apoio financeiro
da UE para proporcionar fontes de rendimento a longo prazo às comunidades
rurais que vivem em zonas de extensa fauna selvagem.
Espécies selvagens – Não são
apenas os animais que sofrem com o tráfico de vida selvagem. Esse crime põe em
risco também a sobrevivência de muitas espécies vegetais, como árvores de
madeiras tropicais, corais e orquídeas. O tráfico ainda gera corrupção, faz
vítimas humanas e priva as comunidades mais pobres de receitas que lhes são
necessárias.
Dados do Parlamento Europeu
mostram que enquanto em 2007, na África do Sul, foram mortos ilegalmente 13
rinocerontes, em 2015 o número subiu para 1.175 animais abatidos. A maioria dos
20 mil rinocerontes ainda existentes no mundo está naquele país. Os chifres do
animal são usados na medicina asiática para tratamentos diversos, inclusive de
câncer. Também são usados em joalheria e decoração.
Há um século, a estimativa é que
a população de tigres no mundo chegava a 100 mil. Hoje, se resume a 3.500
animais. Os dentes, os ossos e a pele são utilizados na confecção de artigos de
decoração, enquanto os ossos são usados pela medicina tradicional asiática.
Os pangolins, que também correm
risco de extinção, são os mamíferos mais traficados do mundo. Esses animais são
consumidos como alimento e suas escamas são usadas para fins medicinais.
Estima-se que, entre 2007 e 2013, mais de 107 mil espécimes foram confiscados
como contrabando.
Fonte: Agência Brasil
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